Crítica | Dumplin’

Nota
5

Willowdrean Dickson (Danielle Macdonald), é uma garota forte que luta contra seus maiores desafios e questões de aceitação com seu próprio corpo. Ainda sobre barreiras, ela se vê incapaz de ser amada como qualquer outra garota, sente-se o menos quando, na verdade, é mais e ainda pode fazer o Bo (Luke Benward) feliz.

A Rosie Dickson (Jennifer Aniston), mãe da Will, é uma mulher de extrema elegância, Miss de concurso eleita no ano de 1991 e é totalmente o inverso de sua filha. Organizando eventos de beleza em sua cidade, ela busca meninas perfeitas com grandes padrões de beleza para fazer de seu evento o mais grandioso da cidade. Will tem a ajuda de Ellen Dryver (Odeya Rush), Millie (Maddie Baillio) e Hannah (Bex Taylor-Klaus) para tentar sabotar o evento, porém essa será uma tarefa difícil já que elas não têm os talentos esperados para se tornarem Misses, mesmo assim decidem seguir o plano.

Dumplin’ trabalha com diversas camadas sobre como aceitar seu corpo e como fazer com que as pessoas respeitem quem você é. Will busca forças através de sua falecida tia Lucy, que dedicou parte de sua vida para torná-la uma mulher forte e preparada. Olhar a nossa própria imagem no espelho pode causar dor e insatisfação por não sermos padrões para sociedade, não nos entendemos em alguns momentos, porém pessoas existem para nos dizer que somos bonitos e essas mesmas pessoas nos ensinam como devemos nos amar. O Bo demonstra diversas vezes que seu sentimento pela Will é algo forte, mas fazer com que a mesma acredite o quão grandiosa e linda ela é pode ser algo difícil.

A fotografia é algo que encanta, todo o conjunto de luzes e cenários trabalham bem para dar total impacto e realidade ao longa. Os palcos de concurso de beleza são poucos mostrados, muitos não mostram como é a verdadeira realidade, porém o longa transita por algo leve e verdadeiro, que é capaz de fazer o expectador entender um pouco do que é ser uma Miss. A Netflix teve uma tarefa difícil, que é fazer com que as jovens se sintam lindas da forma que são, por isso com a ajuda de uma equipe de Drag Queens as meninas se transformam em verdadeiras Misses, aprendem a se portar como tal e a descobrir a magia que têm dentro de seus corpos.

Lee Wayne (Harold Perrineau) foi um dos grandes responsáveis por instruir as meninas. Ensinou coreografias, trabalhou alguns truques e as ajudou com suas vestimentas e em como se portar em um palco durante todo o processo de transformação para o grande dia. Dumplin’ é um longa movido por rebeldes que são capazes de movimentar a sociedade para quebrar todos os padrões de beleza. Todas conseguiram encontrar um lugar, seguir com suas verdades e mostrar quem realmente são. Mulheres fortes, capazes de amar e serem completamente honestas. E após lutarem contra seus medos e inseguranças, essa mulheres são capazes de encarar seu próprio reflexo em um espelho.

Danielle Macdonald foi capaz de transformar toda emoção em verdade com a personagem Will. Pode-se sentir muitas vezes uma conectividade forte entre atriz e personagem, como se a mesma já vivesse aquele tipo de cenário em sua vida pessoal.

O Concurso de beleza acaba se tornando um concurso de talentos, o longa passa a ser um guia de autoconhecimento e descobertas e ao mesmo tempo pode inspirar jovens a não se encaixarem no padrão imposto pela sociedade ou concursos, mas, sim, serem quem realmente têm vontade de ser. Mesmo a mudança sendo pequena, o longa traz consigo uma sensação de respeito e igualdade a todos, mostrando que pra isso ninguém precisa perder sua real essência.

Formado em Letras, atualmente cursando Pós-graduação em Literatura Infantil, Juvenil e Brasileira. Sentindo o melhor dos medos e vivendo a arte na intensidade máxima. Busco sentir histórias, memórias, escrever detalhes e me manter atento a cada cena no imaginário dos livros ou numa grande tela de cinema.

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