Crítica | Homem de Ferro (Iron Man)

Nota
4.5

“A verdade é que… eu sou o Homem de Ferro!”

O genial playboy, Tony Stark (Robert Downey Jr.), é um industrial bilionário que vende armas para o exercito americano. Em um de seus testes bélicos no interior, ele é sequestrado e ferido mortalmente pelo grupo terrorista Dez Anéis, que possuem acesso às armas fabricadas pela Indústria Stark.

Jogado em uma caverna, Tony é salvo pelo seu companheiro, o refém Yinsen (Shaun Toup), que insere um eletroímã em seu peito, afastando assim os fragmentos de bomba de seu coração. Raza (Farah Tahir), líder dos Dez Anéis, levanta uma proposta para Stark: construir um míssil Jericho para eles em troca de sua liberdade. Sabendo que o terrorista não cumprirá seu acordo, Tony constrói uma armadura blindada e enfrenta seus sequestradores, escapando do cativeiro e voltando para os Estados Unidos.

Tendo presenciado o uso indevido de suas produções, Stark decide fechar a fabricação de armas da sua empresa, gerando um desconforto entre seus executivos e uma possível ruína ao legado de seu pai. Enquanto tenta aperfeiçoar o traje que construiu com sucata, Tony obtém provas que sua empresa tem trabalhado em uma linha tênue que mata mais do que protege, mostrando que seu inimigo pode estar mais próximo do que ele imagina.

Durante anos existiram franquias de super-heróis, intrínsecos a nossa cultura e superpopulando nosso universo nerd com bons e péssimos filmes, que despertam um misto emocional aos fãs. Os heróis da Marvel ganharam inúmeras adaptações cinematográficas, por meio de outras produtoras que não tinham tanto empenho ou qualificação para contar as histórias propostas, se perdendo em si e trazendo alguns fracassos no currículo, mas esses tempos ficaram para trás. Tomando a frente de seu arco heroico, a Marvel estava preparada para contar e construir seu maior projeto.

A Marvel Studios remodelou o jeito de se fazer cinema trazendo algo sólido e bem planejado, que se aproximava daquilo que já faziam nos quadrinhos: contar historias independentes que constroem um universo unificado. Para isso eles precisavam de uma equipe criativa que verdadeiramente conhecesse seus heróis e conseguissem dar o primeiro passo em direção a sucesso.

Dirigido por Jon Favreau e roteirizado por uma verdadeira equipe formada por Mark Fergus, Hawk Ostby, Art Marcum e Matt Holloway, Homem de Ferro é esse primeiro passo para o, agora consolidado, Universo Cinematográfico Marvel (MCU para os íntimos). Jon e os diretoras tinham o árduo trabalhado de trazer à tela um herói altamente tecnológico e, até então, desconhecido do grande público, de uma forma crível sem gastar um valor estratosférico para o mesmo.

Mostrando um vasto conhecimento sobre seu protagonista, eles peneiraram as inúmeras eras do herói para construir uma historia de origem que fisgasse tanto o novo público quanto o antigo. Apostando no carisma de seu personagem, o longa constrói seu enredo nas nuances de Stark, trazendo momentos magníficos mas guardando outros para um futuro próximo.

Poucas pessoas se encaixam tão bem em seus personagens, a ponto de questionarmos onde acaba um e começa o outro, e Downey Jr. se encaixa perfeitamente nessa categoria. Cheio de charme e segundas intenções, o ator parece ter nascido para viver Stark. Celebrando sua carreira de altos e baixos, Robert entra na pele do protagonista e abraça todas suas nuances, e dilemas, como se pertencessem a ele.

Stark não é um herói convencional. Visando um reconhecimento imediato e inflar seu próprio ego, o filantropo só toma partido de algo quando o problema bate em sua porta. Longe do altruísmo que tanto conhecemos em outros heróis, ele se mostra uma pessoa difícil de lidar, repleto de sarcasmo e ironia, que poderiam tirar qualquer um do serio… ou seduzir com suas segundas intenções. Ele não está acostumado a perder e sempre tem um plano na manga.

Mas essa é apenas a ponta do iceberg. O longa possui um elenco afiado, que transita com maestria nas aventuras irreverentes banhadas com a excelente trilha sonora. Temos ainda a fiel Pepper Potts (Gwyneth Paltrow), que se mostra o porto seguro de Stark. Pepper não tem medo de confrontar seu patrão e devolve sua acidez na mesma moeda, além de ter uma química incrível com o protagonista e ter uma função central no seu enredo.

O sólido James Rhodes (Terrence Howard) é a ponte de ligação entre Stark e as Forças Armadas. Seu caráter disciplinado cria um contraste gritante com a personalidade despojada e festeira do protagonista, se mostrando rígido e cheio de uma moral inabalável que colherão frutos no futuro do universo. O ganancioso Obadiah Stane (Jeff Bridges) é intimidador e traiçoeiro, trazendo tudo o que é necessário para um típico vilão.

Equilibrado e certeiro, Homem de Ferro foi um acerto magnífico para tudo o que estava por vir. Ditando o tom que deveria ser aproveitado e abrindo as portas para o universo que queria construir, o filme sabe dosar tudo aquilo que propõe em construir. Mostrando que todo cuidado é pouco quando você tem algo realmente interessante a dizer. Um início genial que precisa ser compartilhado.

“Estou aqui para falar com você sobre a Iniciativa Vingadores”

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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