Nota
Não é problema algum que os filmes do Universo Cinematográfico da Marvel tenham se estabelecido desde o começo do projeto como pequenas partes de um quebra-cabeça todo fechadinho. É até bastante compreensível que, levando em conta a expectativa dos fãs de quadrinhos acerca da tal “fidelidade” ao material fonte e a mentalidade talvez cada vez mais fechada do grande público com o “novo” (vide a recepção de Star Wars VIII: Os Últimos Jedi, por exemplo), a produtora se mantenha fora da zona de risco e trabalhe sempre encima de sua fórmula de sucesso. Ainda assim, se torna muito frustrante quando, além de carecerem de uma assinatura forte ou ousadia, esses filmes se tornam simplesmente descartáveis; em parte é isso que acontece no primeiro Homem-Formiga (2015), e é exatamente o que ocorre em sua continuação, Homem-Formiga e a Vespa.
Como reflexo dos eventos de Capitão América: Guerra Civil, o Scott Lang de Paul Rudd encontra-se em prisão domiciliar aguardando os seus últimos dias para ser solto. Hank Pym (Michael Douglas) e Hope, a “vespa” (Evangeline Lilly), no entanto, irão precisar de sua ajuda num plano para resgatar uma personagem que está presa na dimensão quântica, através de um laboratório ultra-tecnológico que Hank desenvolveu.
Ao contrário do filme anterior, Homem Formiga e a Vespa se movimenta numa velocidade constantemente dinâmica desde o princípio, colocando os personagens para transitarem entre set pieces não muito grandiosas, porém criativas – o que cabe mais do que bem para uma proposta despretensiosa, o que é o caso. O ritmo é também favorecido pela boa interação do trio central, que confere sentimento à quantidade frequente de piadas de sitcom (70% funcionam muito bem, o resto… não). Ao mesmo tempo que a montagem cria o fator “dinamismo”, no entanto, ela termina por ocultar cenas de transição que seriam importantes para situar o espectador na lógica geográfica e temporal do filme (algo que fica evidente na sequência em que o Homem-Formiga aparece já com o traje para ajudar a Vespa numa luta em um salão).
Como a obrigação de transformar Homem-Formiga e a Vespa em parte fundamental do MCU inexiste, é perfeitamente compreensível que se espere do filme um tipo de entretenimento superlativo e repleto de situações inventivas. Mas infelizmente o diretor Peyton Reed, que também dirigiu o primeiro filme, parece ter se contentado com as consideráveis possibilidades visuais que a premissa “encolher-aumentar, aumentar-encolher” oferece, e repete muitos dos elementos já vistos em 2015 só que em outras situações. Ainda que conte com uma parcela de inspiração (a ótima perseguição de carros no terceiro ato, por exemplo) e com um trabalho quase impecável de computação gráfica, nem a direção de Reed nem o roteiro co-escrito pelo próprio Paul Rudd são capazes de criar uma única imagem memorável ou entregar ao público mais do que ele espera.
Aliás, no que se diz respeito à trama, o roteiro (escrito à cinco mãos) parece constantemente preocupado em insuflar a simplíssima história e resolve apelar para várias subtramas que tornam a narrativa mais repetitiva. Não colabora o fato de o “vilão” dessa vez se resumir a uma personagem cuja motivação não tem nada de vilanesca e a qual, diga-se de passagem, o que falta em termos de ameaça sobra em termos de careta.
Homem-Formiga e a Vespa, então, nunca consegue ser mais do que a soma de seus bons momentos, mas cabe dentro da regra mais correta de avaliação: funciona bem dentro daquilo que se propõe – o que, honestamente, não chega a ser grande coisa.
Resposta de 1
O final me deixou sem palavras! Eu acho que foi muito engraçado, tanto quanto o primeiro. Adorei ver a Michael Peña no filme, é de admirar o profissionalismo deste ator, trabalha muito para se entregar em cada atuação o melhor, sempre supera seus papeis anteriores, o demonstrou em Lego Ninjago um filme infantil que se converteu em um dos meus preferidos. Recomendo muito o filme, é uma historia que vale a pena ver.