Nota
“Tenha cuidado com os seres humanos, Diana. Eles não merecem você.”
Diana Prince (Gal Gadot) é uma renomada negociante de antiguidades do Museu do Louvre mas, após a batalha contra Apocalipse, sua identidade não é mais tão secreta assim. Sua era de reclusão se encontra no passado e, após uma antiga foto ser enviada a seu escritório, a guerreira relembra seu primeiro contato com os seres humanos e com o horror da guerra.
Nascida em Themyscira, um lar ancestral criado pelos Deuses Olimpianos para as maiores guerreiras que a Terra já viu, Diana cresceu escutando que o destino de toda Amazona era proteger a humanidade da corrupção de Ares, Deus da Guerra. Em tempos remotos, o Deus matou todos os Olimpianos, mas acabou sendo ferido mortalmente por seu pai, Zeus, que em um último esforço ofereceu às Amazonas uma arma capaz de deter seu filho renegado: a Godkiller.
A Rainha Hipólita (Connie Nielsen), mãe de Diana, não acredita no retorno de Ares e proíbe a princesa de treinar como guerreira. Mas, após ter suas ordens ignoradas e ser convencida por sua irmã Antíope (Robin Wright), General das amazonas, a rainha vê que essa é a única solução, mesmo torcendo para que a garota nunca precise usar sua real força.
Tudo muda quando, depois de um treinamento pesado, Diana avista um misterioso objeto cruzar o céu da Ilha escondida e cair no vasto oceano. A princesa mergulha nas profundas águas e resgata o Capitão Steven Trevor (Chris Pine) de um possível afogamento, após uma breve batalha com as tropas alemãs, e revela, através do laço da verdade, que uma guerra sem precedentes domina o mundo exterior. A Guerra que acabaria com todas as outras e reduziria a humanidade às cinzas.
Acreditando que Ares se encontra por trás do conflito, Diana ajuda o espião a fugir, se armando com os trajes cerimoniais e a lendária espada capaz de matar um Deus. Determinada a cumprir o destino que sempre ouviu falar, a guerreira parte para Londres, onde encontra uma sociedade que não entende e um conflito velado maior do que imaginava. Mas seria Diana capaz de acabar com a Primeira Guerra Mundial ou estaria ela destinada a um fracasso colossal, que coloca não só seu futuro em risco como o de toda a humanidade?
Lançar um filme nunca é um trabalho fácil, principalmente quando se planeja construir um universo compartilhado coeso, que ligue nomes tão poderosos e conhecidos do publico. Agora, imagine definir seu trabalho em meio a dois aparentes conflitos, que podem definir a ruína de algo que apenas começou a ser preparado. Depois do controverso Batman vs Superman e do desastroso Esquadrão Suicida, a DC precisava de um novo caminho mais seguro e forte para trilhar, e foi assim que depositaram suas esperanças na última parte da santa trindade: a princesa guerreira de Themyscira.
Dirigido por Patty Jenkins e roteirizado por Allan Heinberg, Mulher-Maravilha tem como desafio não só redefinir o futuro do universo compartilhado da DC, mas trazer uma adaptação decente de uma das maiores heroínas dos quadrinhos. Mesmo sendo criada nos anos 40, a semideusa contou apenas com uma serie, estrelada por Lynda Carter, enquanto seus companheiros de equipe apresentavam anos de erros e acertos na TV e nos cinemas, trazendo um leque de conteúdo que nunca chegou a ser explorado com a heroína.
O longa é uma clássica historia de origem, voltando 100 anos no passado para nos contar o primeiro contado de sua protagonista com o mundo exterior. Aqui exploramos uma Diana mais inocente e doce do que a que encontramos em Batman vs Superman, mais repleta de suas próprias ideologias, que não se deixa oprimir nem fraquejar perante a sociedade que não conhece. O roteiro sabe disso e não perde a oportunidade em levantar o contraste do pensamento avançado da protagonista com a ideologia retrógrada da época, trazendo ótimos momentos e mostrando o verdadeiro poder que o filme tem.
Esse choque ideológico mostra o quão ridículo e restrito são os conceitos sociais sobre o papel da mulher. Seja pela pouca mobilidade nas roupas, ou as piadas inoportunas sobre uma mulher saber mais do que o alto escalão masculino, tudo é exposto, discutido e alfinetado de maneira coesa e bem construída. Isso fica ainda mais evidente pelo papel de Etta Candy (Lucy Davis), que serve de alerta para como a mulher era vista e tratada naquele tempo, ganhando uma força a mais ao encontrar Diana e concordar com seus pensamentos.
Se alguém tinha alguma duvida sobre a escalação de Galdot para o papel, ela logo é apagada. Se em BvS ela conseguiu chamar nossa atenção, aqui ela demonstra todo seu potencial ao encarar uma personagem forte e cativante que, em nenhum momento abandona sua feminilidade. Ela é sensível, hipnótica e extremamente confiante a ponto de não duvidar em nenhum momento do seu potencial perante a missão que pega para si. A naturalidade do seu relacionamento com Steve é algo tão primoroso que nos alivia e encanta. Sim, ele se sente constrangido por ter uma mulher tão obstinada ao seu lado, que questiona tudo aquilo que ele sempre acreditou, mas isso ajuda o personagem a se auto-questionar e evoluir, além de trazer interações magníficas para a trama.
As Amazonas são outro show a parte. Suas cenas de luta são de tirar o fôlego, trazendo alguns dos melhores momentos do filme, utilizando bem a leveza e a força de seus golpes bem pensados e nos deixando ansiosos por mais. Algo que seria refletido mais na frente na épica cena das trincheiras, que nos arrepia e convence de uma vez por todas que esse filme era extremamente necessário para o universo da DC. Tudo ali é empolgante, vibrante e poderoso. Desde sua icônica musica tema, até os jogos em câmera lenta, que nos levanta das cadeiras e nos faz grita em plenos pulmões em uma das melhores cenas feitas em filmes de super-heróis.
Os vilões, embora tenha ótimas cenas, são caricatos ao extremo. O que não é de todo mal quando o roteiro sabe utilizar isso como sátira e brincar com os elementos inseridos (coisa que acontece aqui). Não é a toa que após um ato de crueldade, Erick Ludendorff (Danny Huston) e Dr. Isabel Maru (Elena Anaya) soltem uma risada vilanesca para comemorar seu triunfo.
Mulher-Maravilha é um verdadeiro achado. O longa funciona como fantasia, ação, aventura e, por que não, como romance, levantando questionamentos sobre a luta de minorias enquanto nos empolga e entretém de maneira impecável. Mostrando a todos que a heroína só precisava de um espaço adequado para mostrar todo o seu potencial, e nos encantar com a maestria de alguém que sabe o que está fazendo ao direcionar seu público para algo ainda melhor do que se esperava. Talvez, nós não merecêssemos esse filme… mas com toda certeza precisávamos dele.
Phael Pablo
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Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...
Resposta de 1
Ótimo filme