Crítica | Pantera Negra (Black Panther)

Nota
5

Após a morte do rei T’Chaka , o príncipe T’Challa retorna a Wakanda para a cerimônia de coroação. Nela são reunidas as cinco tribos que compõem o reino, sendo que uma delas, os Jabari, não apoia o atual governo. T’Challa logo recebe o apoio de Okoye , a chefe da guarda de Wakanda, da irmã Shuri , que coordena a área tecnológica do reino, e também de Nakia , a grande paixão do atual Pantera Negra, que não quer se tornar rainha. Juntos, eles estão à procura de Ulysses Klaue , que roubou de Wakanda um punhado de vibranium, alguns anos atrás.

Antes mesmo dos heróis da Marvel se unirem contra o vilão Thanos em abril desse ano nos cinemas, os fãs dos personagens aguardavam ansiosamente para o filme solo do Pantera Negra, herói muito bem introduzido durante o longa Capitão América – Guerra Civil, onde mesmo com pouco tempo de cena, mostrava que poderia ter um impacto enorme no futuro do Universo Marvel nos cinemas. Pois bem, a produção solo do rei de Wakanda estreou nos cinemas nessa semana e podemos afirmar que o impacto do longa será ainda maior do que o previsto.

A produção do Pantera Negra já fez história antes mesmo do primeiro ato do filme. Além de apresentar o primeiro super herói negro dos cinemas, o longa também conta com um elenco com mais de 80% dos atores e atrizes com a mesma etnia. Para comandar a história, a Marvel contratou o diretor Ryan Coogler, que em 2016 já havia provado através do filme Creed- Nascido Para Lutar, que sabia, além de criar uma ótima história, desenvolver seus personagens, e tratar muito bem dos problemas sociais que atingem até hoje o mundo todo.

Mesmo com apenas 31 anos de idade, Coogler demonstra uma maturidade e talento incrível não apenas para a direção, mas também como roteirista. Em Pantera Negra ele consegue apresentar de forma excelente o país Wakanda, além de em poucos minutos, em uma cena de abertura, explicar como a região se desenvolveu e permaneceu escondida dos olhos da humanidade. E sim, Wakanda não é apenas um país escondido, mas um verdadeiro personagem em toda essa história, e para isso, podemos afirmar que o trabalho de produção e design do longa, é um dos melhores da Marvel. Os figurinos e ambientações são trabalhados de forma detalhada e entregam um espetáculo visual.

Mas além de todo o trabalho de direção e produção, também temos a parte de roteiro, e esse também é um dos pontos fortes do filme do Pantera Negra. A história está cheia de personagens complexos e que vão se desenvolvendo ao longo do filme. Cada um tem seu ponto de vista, e todos eles apresentam argumentos e motivações extremamente válidas. Mesmo se passando em um país fictício, provavelmente esse é o filme da Marvel que mais consegue se comunicar com o público e os problemas sociais, raciais, econômicos, militares e religiosos que vemos todos os dias.

Motivações e argumentos válidos. É isso que esperamos de um ótimo vilão, e por isso mesmo, sem nenhuma sombra de dúvidas, Michael B. Jordan entrega o melhor vilão da Marvel nas telonas. Seu personagem e sua atuação são extremamente fortes e preenchem a tela de um jeito assustador e ao mesmo tempo humano. Além dele, os demais personagens coadjuvantes vividos pelas poderosas Danai Gurira e Lupita Nyong’o, adicionados aos bons atores Daniel Kaluuya e Martin Freeman, todos são desenvolvidos e nunca tratados de forma unilaterais. Some tudo isso a uma atuação imponente de Chadwick Boseman como o protagonista, e temos um elenco que não deu nenhuma margem para erro.

Pantera Negra é com certeza um dos melhores filmes da Marvel. E muito disso acontece pelo fato da produção em muito dos momentos não seguir a fórmula do sucesso criada e reproduzida pelo estúdio ao longo desses anos. Os raros momentos em que o longa precisa lembrar ao público que é um filme da Marvel, são os menos memoráveis, contudo, são apenas exceções em um filme que será lembrado por gerações.

 

Formado em publicidade, crítico de cinema, radialista e cantor de karaokê

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