Nota
Após um trauma psicológico, Sophie (Maria Bello), ao lado de seu filho Martin (Gabriel Bateman), precisa enfrentar a recente perda de seu marido, o que a afunda numa assustadora opressão espiritual, nascida de acontecimentos de seu passado. Após descobrir sobre o passado de Sophie, Rebecca (Teresa Palmer), a filha mais velha da mulher, precisa encarar Diana (Alicia Vela-Bailey), uma poderosa entidade que se sente incomodada e passa a perseguir Rebecca através das pequenos brechas nas sombras, aterrorizando-a com sua voz distorcida e desaparecendo ao menor vestígio de iluminação.
Trabalhando com uma atmosfera noturna e obscura, a paleta de cores mais presente no desenrolar do longa é a variação entre os tons saturados de amarelo a vermelho, que servem de compensação à ausência de iluminação no ambiente. Já no quesito efeitos sonoros, temos um sincronismo perfeito nas cenas, que são carregadas de jump scares, acrescentando o clima agonizante de pura tensão para uma ambientação horripilante, conduzindo a um desconforto psicológico através da mecânica visual. A imprevisibilidade é o ponto que foi mais bem explorado, destacando o elemento onipresente de Diana na trama, sempre dando a impressão de que ela está à espreita em algum canto da casa com ausência de luz.
“Deixem as luzes acesas!”, é o que ordena enfaticamente a mensagem final do terror criado a partir de um curta de David F. Sandberg, que ainda conta com o sutil toque de James Wan. Deixando sempre em evidências os traços que já se tornaram um registro típico do seu trabalho, o longa é tão afetado por Wan que pode causar a leve impressão de ser uma produção pertencente ao famoso universo da saga Invocação do Mal, mas tudo não passa apenas de uma impressão, já que a dominância dos elementos de Sandberg surgem para deixar claro que não há nenhum vinculo entre os longas.
Encerrando a produção da forma mais drástica possível, o longa consegue criar sua própria mitologia de uma forma tão sutil que, sem percebermos, colocamos Diana dentro do hall dos ‘monstros’ modernos, ao lado de tantas famosas entidades como Annabelle, O Homem Torto e A Freira, nos deixando cada vez mais claro do quando a interferência de Wan no longa foi essencial para torna-lo tão icônico.