Review | The OA [Season 1]

Nota
4

“Ela é a nossa filha, Prairie, mas ela nunca nos viu antes.
Há sete anos, quando ela desapareceu… Ela era cega.”

Nina Azarova morreu durante a infância, na Rússia, e encontrou Khatun, uma entidade que a deu a vida mas tirou sua visão. Prairie Johnson era uma jovem cega que, após 7 anos desaparecida, reaparece com a visão perfeita. Nina e Prairie são a mesma pessoa, que agora se autodenomina “OA“.

The OA foi lançada pela Netflix em 16 de dezembro de 2016, a série de 8 episódios de, em média, 1 hora trouxe muitas tramas focadas numa pegada extremamente filosóficas e chamando a atenção pela suas tramas complexas sobre ressurreição e experiência de quase morte, além do visual repleto de luzes e mistérios.

Com uma pegada que mistura todo o drama da vida de uma sequestrada, um suspense que narra as lutas de uma mulher que foi usada como cobaia em testes por um médico sem consciência, dimensões e poderes mentais e ainda adiciona pitadas de sobrenatural e fantasia com os poderes dos movimentos e a existência dos guardiões e dos anjos, The OA tem tudo para ser um sucesso no serviço de streaming. E não foi surpresa quando a série engatou e virou uma das produções mais esperadas pelos assinantes.

O problema é que a série, que foi criada e produzida por Brit Marling e Zal Batmanglij, é extremamente massante durante seus primeiros quatro episódios. As rotinas de Prairie e dos escolhidos é detalhadamente narrada, tornando-a cansativa e massacrante; os relatos de OA são lentos, e isso cansa e pode facilmente te deixar impaciente, mas toda a subtrama e a premissa desperta uma curiosidade que nos faz lutar para suportar o tédio e seguir em frente, algo que logo é recompensado.

A confusa conclusão de Away (episódio 4) nos deixa com um gostinho de magia; o mágico final de Paradise (episódio 5) muda completamente a dinâmica da trama e nos faz, finalmente, enxergar uma sanidade por trás da louca história da produção; a intensidade chega ao extremo com Invisible Self (episódio 8), quando entendemos o significado de OA, como ela saiu do cativeiro e, principalmente, temos um final de temporada com um cliffhanger incomum. The OA acaba justamente com uma falta de informações que nos deixa a espera de respostas. E uma única certeza:  é impossível não querer assistir a segunda temporada.

Claro que muito do sucesso da série se deve a atuação valiosa de Brit Marling, que, além de cooperar no roteiro, consegue controlar a trama na palma da mão com sua atuação e nos levar a viajar em sua personagem, a mesma mulher que tem um poder incrível sobre seu quinteto, formado por Phyllis Smith (BBA), Patrick Gibson (Steve), Ian Alexander (Buck), Brandon Perea (Alfonso) e Brendan Meyer (Jesse). Ela ainda tem uma química crescente e palpável com Emory Cohen, que vive o papel de Homer, a paixão de OA e o seu primeiro cúmplice dentro do cativeiro. Outra grande atuação é a de Jason Isaacs, que vive o grande vilão, o Caçador de Anjos, um homem capaz de tudo para conseguir finalizar sua pesquisa.

Outro grande destaque da série são os cinco movimentos, algo mágico que vemos nascer aos poucos e tem suas cenas de ápice que nos leva à loucura e a euforia, uma coreográfica espetacularmente criada por Ryan Heffington, o mesmo gênio que criou as coreografias para os clipes de Chandelier e Elastic Heart, da Sia, e que traz toda aquela pegada loucamente expressiva e única que a série merece. A produção, apesar de abordar tão profundamente o lado espiritual e mental, vale a pena ser assistida, vale a pena lutar para engolir certas cenas que nos incomodam, por toda aquela pegada forçada, uma vibe que pede demais da nossa dedicação, mas que depois começa a compensar.

“Há movimentos. Cinco deles. E precisa de cinco pessoas, pelo menos. […] Cincos movimentos abrem um túnel para outra dimensão. Nossa liberdade. Eu tenho o terceiro movimento.”

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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