Nota
Três adolescentes acordam dentro de uma, aparentemente, cela com uma maquina de escrever, eles não lembram seus nomes e nem como foram parar lá, mas sabem que precisam se unir para encontrar uma saída e começam pouco a pouco a descobrir que possuem capacidades que podem ser bem curiosas mas podem ajudar no processo de fuga. Um tempo depois eles descobrem que há um papel em seus bolsos, cada um com um nome que eles acreditam ser os nomes deles, é assim que podemos nomear Kai, o medroso bobalhão com um extenso conhecimento mecânico, Adam, o líder nato capaz de fazer acrobacias e bem mais forte do que aparenta, e Mira, a única garota do grupo e com capacidade de entender o que os animais falam.
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Cheia de referencias, a série traz em seu trio protagonista uma pegada meio Harry Potter, ao mesmo tempo que monta sua premissa com uma mistura de Lost e da saga Jogos Mortais, explorando uma mitologia surpreendente e remontando cenas icônicas. É praticamente impossível ver a cena das bruxas de “The Desert” (episodio 2) sem lembrar da cena da Outra Mãe, em Coraline. E o que nos amarra à série é justamente todo o mistério que rodeia sua trama, ficamos tentando entender como o grupo foi sequestrado, por que estão com amnesia e quem é o Weird, um poderoso mago que aparece para ajuda-los em momentos de emergência. A aparição dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse, principalmente da Morte, dá uma grande apoio a trama, a Árvore que os encube da missão de recuperar o Ishibo, o velho Dave, enigmático e cego, os cachorros mutantes, o monstro de gelo, há tantas interações e tanto a adicionar mas, acima de tudo, a cada novo ambiente que o trio adentra, um novo mistério surge.
Todo o mistério fica ainda mais intenso quando conhecemos Vanessa, Reeve e Skeet. Vanessa tem o poder de voar e parece ser a líder do outro trio, uma garota persuasiva que se interessa logo por Kai e começa a tentar fazer dele uma ajuda, já Reeve parece ser a força bruta do segundo trio, usando sua telecinese para atrapalhar o grupo protagonista e garantir a posse do Ishibo, por último temos Skeet que é o capacho do grupo, sendo o minion de Vanessa que mais bota a mão na massa para conseguir cumprir seus objetivos, sempre usando sua supervelocidade. A série ganha também uma nova atmosfera a medida que vamos descobrindo os ‘poderes mágicos’ do trio principal, e vamos vendo pistas do que realmente é esse mundo e da existência da rivalidade entre os dois trios.
O grande problema de O Vazio é o fato de ela ter chegada no catalogo da Netflix sem muito alarde, a série canadense de 10 episódios de 25 minutos, roteirizada por Vito Viscomi, pode não ser perfeita mas merece tanta atenção quanto muitos outros Originais de sucesso da Netflix, e como se não bastasse ser uma aventura agradável, o show ainda dá, discretamente, lições sobre amizade e união e sobre o quanto pensar junto te faz mais forte. Quando começamos a entender o que realmente é o mundo onde os personagens se encontram, o roteiro trata de, inteligentissimamente, mudar o rumo da produção ao apresentar um novo problema, o que impede de o roteiro se tornar cansativo e faz o final nos parecer mais incerto, aumentando o clímax. Com um final cheio de perguntas, O Vazio consegue fechar a trama para o caso de não haver renovação, ao mesmo tempo que deixa uma trilha para seguir em frente, tudo isso após conquistar e despertar uma legião de teóricos, que estão agora tentando entender a filosofia por trás do que acontece
“A Morte é sua amiga!”
Icaro Augusto
Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.