Nota
Um acampamento de verão na Ilha Peregrino, é o momento ideal de a Mia se tornar a rainha do acampamento, comandar as festas, escolher sua melhor amiga de verão e seu namorado de verão, e tudo seria perfeito para a garota de algo não tivesse acontecido, ou melhor, se a Amber não tivesse acontecido. A garota chega para acabar com a vida de Mia, uma garota esquisita, com o estranho poder de conquistar todos do acampamento e enlouquecer a vida da Mia, tudo com toques bem sobrenaturais, como pular de um penhasco, deixa-la desesperada e logo depois reaparecer como se nada tivesse acontecido, fazendo Mia parecer louca.
A produção criada por Dan Berlinka e Nina Metivier chega para desconstruir os padrões da sociedade adolescente, e se a mocinha fosse a popular, rica e esnobe? E se a vilã clichê fosse a vítima de uma vilã muito mais poderosa? Exploramos mais a fundo os traumas de Mia, vemos uma camada escondida dentro da típica antagonista dos filmes adolescentes, e vemos que toda a sua vilania e dissimulação são sua maior arma na luta contra Amber, uma criatura sobrenatural capaz de enfeitiçar cada um ao seu redor, todos exceto Mia e Alex. A cada episodio temos uma aprofundamento nos mistérios da ilha, cheia de segredos, e tentamos entender melhor quem é realmente Amber, a garota que passa a noite encarando a lua ao invés de dormir, e tentamos entender o que significa aquela foto que mostra vários dos atuais campistas já estiveram na ilha no passado.
Aos poucos The A List vai mostrando que realmente é uma verdadeira série de suspense, ela nos envolve ao mostrar a bendita foto de um verão anterior, ela nos prende ao incluir personagens cada vez mais misteriosos, e ela nos instiga ao nos levar a refletir qual a ligação de certos personagens com toda a trama, quem além de Amber tem essa ligação macabra com a ilha? Será que os monitores sabem o que pode acontecer? Será que algum dos campistas sabe que já esteve lá antes? O que é aquela instalação no meio da mata? Por que tem um dente numa arvore? O que fez a rachadura na terra? O que a luz verde que Alex viu num das primeiras noites? Muitas perguntas que levam a trama adiante e envolve cada um dos telespectadores de uma forma instigante.
O mistério sobre o passado de Dev e Mia, a história de Luka, as descobertas de Alex, os poderes de Amber e seus efeitos sob as pessoas, sobre o que Dave está tentando esconder, a realidade sobre a situação da ilha e do acampamento, sobre a garota que chora no meio da floresta, o significado daquele simbolo azul na pedra, há tantas subtramas nessa série que é praticamente impossível conseguir enxergar o plot principal, que segue arrastado, dando tanto espaço que vemos as subtramas crescerem e evoluírem mais do que ele, o que acaba levando cada uma das subtramas a se enlaçar no final, para dar a força que o plot principal precisa para existir quando chegamos perto da season finale, mas é só isso. Um conjunto tão forte de trama, atmosfera, fotografia e trilha que é estragado por um elenco sem manejo, que pesa em cima do equilíbrio que deveria existir nas personagens de Lisa Ambalavanar e Ellie Duckles, que se tornam antagonistas perfeitas mas não possuem uma trama relevante e muito menos um suporte para crescerem. No final, o show surge como uma mancha na BBC, que promete tanto a desenvolver e no final não entrega nada, mudando até o caminho ‘sobrenatural’ que existia na sua premissa.
“Na ilha peregrino, só tem espaço para uma rainha”
Icaro Augusto
Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.