Crítica | Colega de Quarto (The Roommate)

Nota
3

Sara acaba de entrar para a faculdade e precisa morar num dormitório, ela acaba tendo que dividir seu quarto com Rebecca, uma garota extremamente simpática e que acaba se tornando uma obcecada psicopata que coloca sua vida em risco. Rebecca começa a rodear aqueles próximos a Sara, o que coloca em risco a vida de Tracy, a melhor amiga de Sara que passa a leva-la para festas, Fofinha, a gata de estimação que é proibida no dormitório e pode fazer Sara se mudar, e até Stephen, o novo namorado de Sara.

A aparência inocente de Rebecca faz com que Sara não veja o monstro que vive na cama ao lado, a garota é capaz de matar friamente e planejar cinicamente ataques psicológicos para afastar aqueles que rodeiam Sara, e isso é assustador, não pela forma como ela age, mas pela forma como ela é tão dissimulada, agindo calculadamente e destruindo cada um que se coloque no caminho entre ela e Sara, chegando a se ferir para chamar atenção de sua colega e afasta-la do seu mundo. Rebecca é assustadora de tantas formas que fica complicado ver uma motivação em seus atos, que nós ficamos com medo de descobrir que há uma pessoa de moral tão turva quanto ela coexistindo em nossas vidas.

Colega de Quarto nos surpreende ao tratar o mundo colegial com um novo olhar, um thriller surpreendente, uma agradável surpresa com tons de fotografia sobriamente estupendos. A atuação de Leighton Meester ao viver Rebecca é divina, ela se transforma no monstro ao mesmo tempo que sabe dosar o veneno de sua personagem para se tornar um anjo com alma de demônio, de uma forma que sentimos raiva de sua personagem a cada cena, sentimos asco de seus atos e sentimos o desespero ao ver Sara sendo manipulado por ela. Por outro lado, Minka Kelly vivendo Sara fica aquém ao que esperamos, a personagem consegue se manter inocente e é tão cega que não enxerga os atos de Rebecca, por outro lado a própria atuação parece ser incompleta, fica parecendo que falta algo na personagem, uma consciência ou uma inteligencia capaz de perceber os atos de Rebecca, falta um pouco de naturalidade em suas suspeitas e falta realidade em seu trato com as pessoas, é estranho a forma como Sara é tão facilmente manipulada por Rebecca.

O longa ainda traz Cam Gigandet como Stephen e Alyson Michalka como Tracy, dois atores que se entregam aos seus papeis e se torna decepcionante o quanto temos pouco tempo de tela dos dois, algo justificável pela trama mas inconsistente por eles funcionarem tão bem em ação e não terem um aproveitamento maior. O longa tem uma pegada clichê, mas é bem agradável, bebendo bastante em outros suspenses e levando eles a um nível mais universitário, é uma aposta bem valida e capaz de agradar e entreter bastante, apesar de ser um pouco previsível em certos pontos, mas nada que não seja comum ao gênero do suspense. O filme parece querer ir a fundo nas questões de transtornos obsessivos, tanto que vemos cenas explorando a família de Rebecca e temos menções a remédios e pistas sobre relacionamentos de amizades passadas de Rebecca (é assustadora a mudança da expressão de Maria quando revê Rebecca), nos mostrando o quão surpreendente é quando a mocinha com jeito de boba e boazinha é na verdade uma garota cheia de distúrbios e completamente fora dos eixos.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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