Review | Arrow [Season 1]

Nota
4.5

“Estou voltando, não como o garoto que naufragou mas como o homem
que trará justiça àqueles que envenenaram minha cidade”

Depois de cinco anos desaparecido, após um acidente de iate no meio do oceano, Oliver Queen é encontrado em uma ilha e levado de volta para sua cidade, Starling City, onde precisa lidar com os problemas que deixou para traz e lutar contra os homens que estão sujando as ruas de sua cidade. Mas o que Oliver viveu na ilha Lian Yu o fez se transformar em um justiceiro, o Arqueiro Verde, que voltou da ilha com uma lista de corruptos e criminosos que precisam ser eliminados para garantir que Starling City volte a ser uma cidade pura. Além dos criminosos, Ollie ainda tem que lidar com Laurel Lance (Katie Cassidy), uma advogada que está lutando pela justiça e é a ex-namorada de Oliver, e John Diggle (David Ramsey), o segurança contratado pela mãe de Oliver para vigiar e proteger o playboy.

Criada por Greg Berlanti, Andrew Kreisberg e Marc Guggenheim para a The CW, Arrow constrói a partir de Oliver Queen toda uma mitologia peculiar que bebe da infinita fonte de personagens da DC Comics. A série nos surpreende ao escolher o Arqueiro Verde, um dos personagens pouco conhecidos da editora, para desenvolver uma trama épica e bem estruturada, usando todo o conhecimento coletivo que temos em Bruce Wayne para criar um novo playboy bilionário, que já existia nas HQs mas muitos não se importavam. O show foi lançado em 10 de outubro de 2012, mostrando em seu piloto todo o potencial necessário para conquistar o público, seguido de uma temporada com uma trama que evolui vagarosamente mas constrói uma base muito consistente.

a série inteira é levada com mãos firmes pelo extremamente competente Stephen Amell, que adentra em seu personagem de forma profunda a ponto de expor até em suas feições toda a personalidade dúbia que existe em seu personagem. Stephen consegue trazer de forma clara todo o ar esnobe e superficial que Oliver possui, ou ao menos o personagem que ele passa a viver, e ao mesmo tempo ele cria a personalidade justa e impiedosa do verdadeiro Oliver, o homem que virou o Arqueiro e que parece não ter piedade de seus alvos ou não ter escrúpulos em seus objetivos. O ‘antagonista’ da trama fica por conta de Paul Blackthorne, que vive o policial Quentin Lance, o pai de Laurel e obcecado por capturar o vigilante de Starling City, ele vive no encalço de Oliver e vê no Arqueiro um criminoso, mesmo que contrariando as ideias de sua filha e seu comissário, que o veem mais como um herói do que com um criminoso, lutando contra o homem ao mesmo tempo que colabora com ele, mesmo que a contra gosto.

O show segue construindo sua mitologia ao tecer sua trama incluindo personalidades do universo da DC Comics, como nos apresentar Floyd Lawton, o Pistoleiro, ou o surgimento de Helena Bertinelli (a Caçadora), Roy Harper (que pode se tornar o Ricardito), Laurel Lance (que pode se tornar a Canário Negro), Slade Wilson (que pode se tornar o Exterminador), entre tantas outras referencias profundas à sua base criativa, levando os fãs a entrarem em êxtase com suas referencias, como o fato de Thea Queen ser apelidada de Speedy (nome em inglês do Ricardito).

A trama da temporada oscila entre a evolução de Oliver como o Arqueiro, pouco a pouco deixando sua guarda baixar e novas pessoas entrar no seu circulo de apoio e na sua vida, e flashes do passado, nos mostrando cenas dos fatos que aconteceram durante os cinco anos que Oliver passou na ilha, onde o garoto teve que crescer e aprender a ser um guerreiro, deixando no ar o mistério do quanto os atos de Edward Fyers pode ter impacto na vida atual de Oliver.

A primeira temporada da série consegue, em seus 23 episódios, se desenvolver de forma direta, construindo uma base completamente bem estruturada e cheia de potencial, focando muito mais em criar uma cidade pronta para conceber e desenvolver os personagens de forma forte e independente, criando não só uma mitologia própria, como deixando-a aberta o suficiente para que ela se funda com a mitologia que muitos conhecem na DC, usando tudo que preconcebemos dos filmes para criar um herói completamente desconhecido do público geral, que é visto apenas como um coadjuvante na Liga da Justiça, a ponto de se saber tão superficialmente sobre o mesmo, e a ponto de deixar um campo aberto para que a série crie todo o conhecimento do público.

Arrow é construído para agregar toda a mitologia da DC em um campo de possibilidades, evitando usar os fantásticos multiversos de poderes que a editora possui, e dessa forma criando uma base sóbria o suficiente para seguir pelos caminhos que os executivos quiserem.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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