Resenha | A Espada do Destino

Nota
5

“A espada do destino tem dois gumes… um deles é você.”

Gerald de Rívia é um bruxo. Um guerreiro impiedoso, treinado desde a infância com um único objetivo; destruir criaturas malignas que assolam o mundo é receber seu preço a cada fim de missão. O único problema é que, em um mundo devastado por cobiça e maldade, nem todos os monstros são maus e nem todos com aspectos perfeitamente angelicais são o significado da bondade…

Em suas jornadas, o bruxo já encontrou dragões dourados, príncipes apaixonados, dríades poderosas e feiticeiras cruéis, capazes de destroçar o coração dos tolos que ousarem se apaixonar por elas. Mas, nenhum desses encontros o teria preparado para seu maior desafio: o destino. Não que ele creia nele, mas seu caminho insiste em tomar rumos totalmente inesperados que podem colocar toda sua fé inabalável morro abaixo.

Seria Gerald capaz de driblar o destino ou estaria ele condenado a cumprir o que lhe foi traçado? Enquanto tudo a sua volta parece ruir e promessas do passado voltam para lhe assombrar, Gerald vai descobrir a maior verdade até aqui. A espada do destino tem dois gumes e o preço pode ser alto demais… até mesmo para um bruxo.

Assim como seu antecessor, A Espada do Destino trás uma serie de contos do autor Andrzej Sapkowski sobre o universo fantástico de The Witcher, nos introduzindo ainda mais às fantásticas aventuras de Gerald de Rívia e suas poderosas façanhas. Mas, esse volume apresenta uma questão diferente do que nos foi mostrado em O Último Desejo. Aqui, algo maior parece esta sendo construído. Algo tão poderoso que pode mudar o rumo da historia do bruxo.

Enquanto o primeiro volume era uma introdução ao universo, esse é o aperfeiçoamento da obra, trazendo novas camadas a seus personagens e criando novos conceitos que engrandecem ainda mais a obra. A diferença começa na imersão nos sentimentos dos personagens, trazendo poderosos dilemas e questionamentos enquanto eles precisam encarar os desafios ao longo do caminho. Os contos constroem um misto de sentimentos em seus leitores, transitando entre o alegre e coloquial para algo mais profundo e melancólico, trazendo toda maestria da escrita de Sapkowski em diferentes graus de acidez.

O livro continua a desconstruir alguns dos contos de fadas tão conhecidos em nosso mundo, brincando com suas histórias e trazendo reviravoltas surpreendentes para suas tramas. Tudo que achávamos conhecer é satirizado de uma maneira excelente e reconstruído com uma maestria impecável, que desperta nossa curiosidade ao mesmo tempo que nos desperta uma nostalgia macabra das historias que achávamos conhecer tão bem.

Gerald se encontra em constante conflito durante toda narrativa. Enquanto aparenta uma frieza característica, o bruxo caminha por jornadas pouco exploradas e dilemas interessantes que constrói novas camadas de personalidade e o torna ainda mais interessante aos olhos dos leitores. Seja pela dor que uma batalha amorosa pode causar, ou sua constante briga com o destino, tudo nele se torna mais intenso e poderoso. Até as marcas de velhas feridas voltam a sangrar, trazendo uma nova iluminação sobre o secreto passado do rapaz e possibilitando um dos encontros mais intensos ate aqui.

Yennifer é uma sobrevivente. A feiticeira sempre soube como se virar e usar tudo o que estivesse ao seu alcance para concretizar seus objetivos. Mas, é nesse volume que conhecemos mais sobre a personalidade misteriosa da moça. Enquanto acompanhamos o relacionamento complicado que ela possui com o bruxo, notamos seus dilemas e aprendemos um pouco mais sobre suas motivações, liberando novas partes de sua personalidade e tornando-a ainda mais poderosa a cada nova página.

Em boa parte do caminho, Gerald recebe a companhia de Jaskie, o mulherengo trovador que vive se metendo em enrascadas por conta de sua lábia fácil. O bardo serve como alivio cômico, libertando sua alma de artista e criando um forte laço com o protagonista, nos encantando com seu jeito cafajeste de riso falso enquanto trás uma leva característica à trama.

Mas, o ponto alto da narrativa é a introdução de Ciri. A Criança Surpresa se mostra uma personagem tão marcante e poderosa que é impossível não se apegar a seu jeito autoritário e rebelde. Mesmo aparecendo relativamente pouco, suas interações com Gerald são algumas das melhores cenas da obra, mostrando todo o potencial que a garota pode alcançar na trama.

Para os amantes dos jogos, alguns personagens queridos dão a cara nesse volume. O dúplice Dudu e o druida Mousesack são alguns deles mas, mesmo com tantos rostos conhecidos, o livro também nos apresenta a novos personagens que ajudam a construir ainda mais o universo de Sapkowski.

Aprofundando seus personagens e trazendo tramas envolvente e introspectivas, A Espada do Destino prepara o terreno para a jornada que estar por vir. Encantando antigos e novos fãs, o livro se mostra mais maduro que seu antecessor enquanto da um novo passo para o universo de Andrzej sem perde sua essência e nos mostrando o quão cruel e imprevisível o destino pode ser sobre aqueles que se encontram em suas ligações.

“– Somente nas lendas sobrevive aquilo que não pode perdurar na natureza. Apenas as lendas e os mitos desconhecem o limite do que é possível.”

Ficha Técnica
 

Livro 2 – A Saga do Bruxo Gerald de Rívia

Nome: A Espada do Destino

Autor: Andrzej Sapkowski

Editora: Martins Fontes

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Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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