Crítica | A Cura (A Cure For Wellness)

Nota
2

Lockhart está com seu emprego por um fio e, na esperança de fugir da demissão, aceita uma missão dada pela diretoria da empresa: ir aos Alpes Suíços buscar Roland Pembroke, o CEO de sua empresa que está recluso em um ‘Centro de Cura’ europeu, e precisa voltar à Nova York para assinar documentos e finalizar as vendas da empresa. Mas o que Lockhart não esperava era que, ao chegar ao spa, ele iria se deparar com terríveis segredos envolvendo o funcionamento do lugar, e que impedem qualquer paciente de sair do prédio.

A Cura é um complexo suspense psicológico dirigido por Gore Verbinski, que resolveu retornar ao gênero thriller depois de 14 anos que fez sucesso com O Chamado, deixando o sobrenatural para trás e apostando num suspense bem recheado de jogos de manipulação em volta de uma perigosa ‘seita’, que alimenta seus internos com a promessa da cura, do bem estar e da saúde ao mesmo tempo que leva-os à doenças e à morte. O longa parece jogar as peças de seu quebra cabeça de forma aleatória na tela e vai nos deixando perdidos na realidade por trás do que acontece no spa, pintando arrepios em paralelo e nos deixando tão perto da pintura que não nos deixa capaz de ver seu resultado, finalizando o quadro de uma forma demorada e enfadonha, que não compensa em nada com seu final insosso.

Protagonizado brilhantemente por Dane DeHaan, que vive o inquieto Lockhart, vemos todo aquele potencial que arrebatou milhares de pessoas quando vimos DiCaprio em Ilha do Medo, personificando toda a estranheza que banha a aura do local, ao mesmo tempo que impulsiona, alimentando a curiosidade que circunda o spa. E, obviamente, o protagonismo se torna consolidado por conta das atuações de suporte do filme. Mia Goth constrói uma Hannah que exala inocência, mistério e nos deixa cheio de dúvidas, nos fazendo questionar qual sua doença e por que ela é tão importante para o Dr. Heinreich Volmer. O elenco ainda se completa com o misterioso Dr. Volmer, que é desenvolvido por Jason Isaacs de forma que toda a insegurança e terror latente do local, e que parece ser o alicerce no qual o centro cresce, fica claramente personificada no vilão.

O longa inteiro se desenvolve em torno do medo, nos levando a explorar tantas formas de medo e fobia para nos levar a entender que o maior medo da humanidade é o medo de enlouquecer, usando um roteiro base que lembra muito a premissa de Drácula, e um clímax que remete de forma direta a O Iluminado, pegando o melhor dos dois mundos mas sem aquela delicadeza necessária para fazer a trama ficar agradável. No fim das contas, A Cura é um filme que cansa tão rápido que nos pegamos desejando que o final chegue logo, tudo por que Gore resolveu criar um suspense complexo demais que se desenvolve de uma forma pseudo-intelectual e termina sendo uma confusão de ideias sem coerência.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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