Nota
Magne se muda para a cidade de Edde, na Noruega, junto com seu irmão, Laurits, e sua mãe, Turid, mas, assim que chegam na cidade, o jovem garoto passa por um encontro com uma misteriosa mulher que toca sua testa e o transmite poderes inesperados, uma enorme força, poder de prever as chuvas, poderes de um deus do trovão, e tudo acontece ao mesmo tempo que pistas do fim do mundo começam a aparecer, deixando a entender que o Ragnarok está prestes a acontecer e só uma pessoa pode impedir isso, um garoto escolhido a dedo para receber o poder de impedir o fim do mundo.
Apesar de o nome Ragnarok imediatamente nos levar a pensar no filme da Marvel, não é exatamente sobre isso que a nova série da Netflix veio tratar. O Ragnarok é um famoso mito nórdico antigo, que indica como irá acontecer o fim do mundo, ou melhor, o fim dos nove mundos. Baseado nessas lendas, Adam Price resolveu usar toda sua criatividade para arejar as histórias e trazer o apocalipse nórdico para os dias atuais, usando um adolescente totalmente perdido como principal responsável por salvar a humanidade, começando pela pequena cidade onde mora.
Os roteiristas se aproveitam da sorte ao dualizar a história, temos como antagonismo a família Jotul, que ao mesmo tempo demonstram não serem humanos comum e lideram as Indústrias Jotul, que são apontadas como principais causadoras da poluição dos fiordes e rios locais, sendo acusados por Isolde por matar os peixes da região ao envenenar suas águas com mercúrio. Mas ao mesmo tempo que são felizes com certas escolhas, eles pecam em outras. A principal escolha errada foi querer criar uma série nos padrões americanos, o que fez a produção perder aquela identidade inóspita tipica das produções norueguesas, se rendendo, infelizmente, aos clichês românticos e fantasiosos americanos.
Aos poucos a série vai montando sua mitologia, cada vez mais forte e cheia de referencias, como o fato de os vilões serem os Jotul (uma clara referencias aos gigantes de Jotunheim), ou o fato do (espetacular) Laurits ser o irmão do ‘Thor’, ser debochado, gostar de pregar peças e ser gay, fica claro que ele foi feito pra ser o Loki e ficamos a todo momento esperando ver ele receber os poderes do Deus da Trapaça. Infelizmente o roteiro fraco e os, limitadíssimos, seis episódios prejudicaram, e muito, a evolução inicial da série, deixando tanto potencial no ar que ficamos a espera de ver uma evolução substancial acontecer numa segunda temporada, que com certeza precisa acontecer depois desse final, literalmente, eletrizante.
Icaro Augusto
Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.