Crítica | Inuyasha – O Filme 3: A Espada que Domina o Mundo (Inuyasha: Tenka Hadō no Ken)

Nota
4

“Você, Sesshomaru, tem alguém para proteger?”

Duzentos anos atrás, InuTaisho parte para uma última missão. Ferido de sua última batalha e contrariando as vontades de seu filho mais velho, Sesshomaru, o grande cão youkai sacrifica sua vida para salvar a de Izayoi e a do seu filho recém-nascido, Inuyasha, das garras de Setsuna no Takemaru.

Com seu mestre morto, resta a Myouga, Toutousai e Saya realizarem o último desejo do seu protetor e cuidarem do destino de suas espadas. Tessaiga foi enterrada com seu corpo e se tornou a herança sanguínea de Inuyasha, Tenseiga foi entregue a seu filho mais velho, na esperança que ele um dia pudesse aprender o real significado de se importar com alguém. Porém, a terceira e mais perigosa espada tinha um destino incerto.

Soounga era maligna e mortal, sendo apenas dominada pela vontade de seu protetor, mas, com sua morte, não resta a ninguém que pudesse controlar sua maldade. Preocupados, os três anciões decidem selar a espada por 700 anos e a jogar no Poço Come-Ossos, onde ninguém nunca mais poderia encontrá-la…

Nos dias atuais, Kagome volta à sua época para frequentar a escola, mas é seguida por Inuyasha, que não consegue esperar o seu retorno. Sentindo a presença do hanyou, Soounga, que esteve guardada no templo Higurashi, desperta de seu sono, possuindo Inuyasha e retornando para a Era Feudal. Determinada a conseguir a vingança contra os descendentes do youkai que o aprisionou, a espada ressuscita um velho inimigo da família para cumprir seu sinistro objetivo.

Agora, para deter Soounga, Inuyasha e Sesshomaru precisam colocar suas diferenças de lado e lutarem juntos contra seu inimigo. Mas seriam os irmãos capazes de superar seus rancores pelo bem maior? Ou a marca é tão profunda que nem mesmo o perigo de morte pode ajudá-los a supera-la?

Por muitas vezes, os longas animados inspirados em sucessos televisivos se limitam à obra original, sem muito de relevante a acrescentar a ponto de parecerem um episodio mais longo da mesma. Tanto no ocidente quanto no oriente, essa prática é bastante comum, mostrando que as empresas estão apenas interessadas em lucrar com os personagens tão amados pelo público. Mas, algumas raras vezes, o longa realmente tem algo a nos acrescentar, trazendo uma nova tonalidade a animação… essa é uma dessas vezes.

Dirigido por Toshiya Shinohara e roteirizado por Katsutuki Sumisawa, Inuyasha – O Filme 3: A Espada que Domina o Mundo tem muito a nos contar. O longa expande o universo da franquia, trazendo novos aspectos que pouco fora explorados nas outras mídias, o que se mostra um acerto imediato que nos prende a seu enredo bem elaborado. Trazendo a tona o passado de seus personagens e criando novas camadas para os embates que tanto conhecemos, o longa conseguiu arrancar elogios de crítica e público, além de nos entregar explicações para perguntas que tanto nos atormentaram durante o anime.

Embora a animação esteja abaixo da qualidade visual do longa anterior, ela ainda nos encanta, trazendo lutas fluidas, cheias de recursos visuais, que não se importam em explorar suas cores mais sombrias e os momentos bizarros que tanto amamos no anime. A troca de tonalidades e a mistura de elementos trazem um deleite visual, que se mostra bem acertado nas diferentes épocas que o longa procura explorar. Mas, tudo se torna ainda mais preciso quando os verdadeiros protagonistas são revelados.

Inuyasha e Sesshomaru são os alicerces da obra, que procura explorar as diferenças e o relacionamento complicado dos irmãos. O cuidado com os traços e com como mostrar a diferença entre seus protagonistas se mostra um fator latente na obra, trazendo a tona a dualidade que pouco é explorada na obra como um todo. São dois opostos que curiosamente se completam e trazem uma mistura magnífica.

Além disso, a presença do pai dos dois engrandece ainda mais o desenvolvimento pessoal de cada um. É com ele que entendemos melhor o rancor e frieza de seu primogênito e a atitude impulsiva do caçula, detalhes que nunca nos permitimos indagar mas que fazem total sentido no novo cenário. Os sentimentos velados dos irmãos é outro chamariz que nos conquista e desperta para uma nova visão dos acontecimentos narrados até ali.

O significado místico por trás de cada uma das espadas, e como elas se casam à história, é outro destaque magnífico. Conhecíamos alguns desses conceitos, mas era apenas uma fagulha do que estava preparado. Soounga toma o papel de verdadeira antagonista, trazendo uma maldade intrínseca que combina com sua função. Utilizando todos que cruzarem seu caminho e explorando os sentimentos de cada um para cumprir seu objetivo funesto, a espada se mostra muito mais maligna que muitos dos vilões que já apareceram na franquia. Um verdadeiro achado.

Expandindo seu universo sem perder seu tom, Inuyasha – O Filme 3: A Espada que Domina o Mundo traz uma nova camada para a mitologia já conhecida, nos fazendo explorar novos caminhos enquanto analisamos aquilo que já nos foi contado. Repleta de vingança, perdão e amor, a trama nos transporta por uma montanha russa bem elaborada, que tem tudo para agradar até ao fã mais ranzinza da saga e, acreditem, não são poucos.

“Existem coisas que eu desejo proteger e eu não vou me render a você… NUNCA!”

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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