Crítica | Pânico 3 (Scream 3)

Nota
3

“Tudo que você toca, Sidney, morre”

Alguns anos se passaram, estão acontecendo as filmagens de Facada 3, filme que embarcou no sucesso midiático dos assassinatos de Woodsboro e de Windsor, quando um novo assassino surge, tentando encontrar o paradeiro de Sidney e matando os atores da produção na mesma sequência que eles morrem no filme, um chamariz para tirar Sidney de seu esconderijo e que acaba atraindo Gale Dewey para os sets do Sunrise Studios. As mortes acabam desenterrando um novo mistério, quando se percebe que em todas as cenas de crime são deixadas fotos de Maureen Prescott, mãe de Sidney, quando tinha cerca de 20 anos, época em que ela desapareceu de Woodsboro e, de acordo com as fotos, passou a trabalhar no Sunrise Studios.

Seguindo para uma finalização da trilogia, o longa dirigido por Wes Craven (assim como seus dois antecessores) e roteirizado por Ehren Kruger, que assume o posto de Kevin Williamson (que estava ocupado roteirizando Wasteland na época), muda completamente o padrão construído até então, deixando clara a assinatura de Kruger, que estava em seu primeiro trabalho na época. O longa surge como uma renovação na trama, mas que aos poucos fica duvidoso, principalmente por fugir da curva que foi criada como padrão para a franquia, deixando até as observações deixadas por Williamson imperceptíveis no meio da nova criação. Criando a dúvida final, será que estamos vendo um novo Pânico ou um novo filme slasher que lembra vagamente a formula que fez sucesso em Pânico?

“Se você se encontra enfrentando um roteiro anterior e uma preponderância de exposições, então as regras da sequência não se aplicam. Por que você não está lidando com uma sequência, está lidando com um capítulo final de uma trilogia.”

Dessa vez, apesar de surgir como foco principal do longa, a personagem de Neve Campbell fica praticamente ausente até pouco mais da metade do filme, dando um espaço muito maior para o protagonismo de David Arquette e Courteney Cox evoluir, e para desenvolvermos muito mais da tensão que existe entre os dois, com uma química tão palpável que nos deixa ainda mais felizes de saber que eles eram casados na vida real, o que permite aos personagens irem muito além da química em tela e aprofundar ainda mais a relação dos personagens. Patrick Dempsey é introduzido no longa como o Detetive Mark Kincaid, que assume a investigação dos assassinatos do elenco de Facada 3 e ganha um pequeno espaço na trama, ajudando o trio protagonista a ir mais fundo nas investigações do passado da mãe de Sidney. Outro grande destaque é Parker Posey, que surge como a atriz que interpreta Gale no filme e acaba se tornando uma peça chave na investigação dos crimes, sendo alvos de diversas intrigas ao se comparar o tempo todo com sua musa.

Outra grande escolha do longa são as suas participações, que surgem para inserir ainda mais a comédia ao longa, como Jason Mewes e Kevin Smith, que aparem como seus famosos personagens Jay e Silent Bob num tour pelo Sunrise Studios, mesmo tour onde podemos ver uma rápida aparição de Wes Craven. Outra das grandes participações é Carrie Fisher que interpreta Bianca Burnette, uma ex-atriz que fez os testes para interpretar a Princesa Leia em Star Wars mas acabou perdendo o papel para uma atriz que dormia com George Lucas. Talvez o grande problema do longa seja a sua premissa, que foi perdida completamente nesse terceiro longa. Ficou cada vez mais claro que o primeiro Pânico mudou o horror para sempre, servindo de inspiração para todos os diretores daquela geração e trazendo uma formula que foi replicada várias vezes mas nunca mais alcançada, então veio o segundo Pânico, que não só replicou a formula como elevou o nível de seus sustos, tensões e personagens, mas aí veio o terceiro filme que representou uma queda gigantesca à franquia pelo simples fato de ser um terror excelente mas que não é genuinamente um ‘Pânico’.

“Eis aqui algumas regras da super-trilogia.
1- você está enfrentando um assassino que é sobre-humano […]
2- qualquer um, incluindo o personagem principal, pode morrer […]
3- o passado vai voltar para pegá-lo por trás”

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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