Review | A Ordem [Season 2]

Nota
3.5

“Seu nome é Jack Morton. Estuda na Universidade Belgrave. […]
Você nunca ouviu falar da Ordem Hermética da Rosa Azul, ou dos Cavaleiros de São Cristóvão.”

A Ordem Hermética da Rosa Azul segue se fortalecendo cada vez mais, mas o pulvis memoriae que eles vem usando nos Lobisomens da Cavaleiros de São Cristóvão não está mais surtindo efeito suficiente, o que faz com que eles sigam lembrando de tudo mesmo que sua memória seja apagada inúmeras vezes. Vera Stone agora é a Grande Magus Interina, tendo colocado como objetivo uma forma de domar os lobisomens a seu favor, para usa-los como arma, contando com a ajuda de Alyssa, mas tem algo impedindo o trabalho delas: uma garota de fora da Ordem surgiu no campus e está fazendo magia desregradamente, ameaçando expor o que a Ordem vem fazendo nos últimos anos em segredo. Agora, sob muita tensão, a Ordem e os Cavaleiros precisam se aliar novamente para tentar conter um mal mágico que vem surgindo e pode atrapalhar a vida dos dois grupos.

Dando prosseguimento à mal sucedida primeira temporada de 2019, a série de Dennis Heaton e Shelley Eriksen foi renovada para uma segunda temporada ainda em março de 2019, menos de um mês após sua estréia, ganhando uma chance de expandir sua mitologia e se redimir de seu deslize inicial, podendo honrar sua premissa e ter um melhor senso de roteiro, qualidade e elenco, mas essa parece ser uma tarefa da qual a equipe nunca poderá cumprir. Com uma evolução evidente, a série apresenta uma nova temporada melhor que a inicial, mas ainda assim não consegue criar uma temporada que seja realmente tão concisa quanto é empolgante. A série começa a querer trazer milhares de novas tramas, mas acaba pecando em não desenvolver bem nenhuma delas e não nos aproximar de uma evolução para quase nenhum personagem. A nova temporada tem um enredo melhor, mas não consegue ter carisma para nos envolver, não consegue ter paciência para se desenvolver e nem roteiro para explorar melhor seus personagens.

Jake Manley parece ter amadurecido bastante nesses últimos meses, o ator consegue lidar bem melhor com as camadas de seu personagem, possuindo agora um carisma, mesmo que discreto, que faz seu plot ficar muito mais intenso, nos levando mais fundo na busca de Jack para se vingar de Alyssa e Vera. Aos poucos vamos vendo suas inimigas se transformando em aliadas e ele, majestosamente, protagonizar, ao lado de Hamish Duke (Thomas Elms), um dos melhores arcos morais do grupo de lobisomens. Um grande erro do roteiro é ter deixado de lado os enredos de Adam DiMarco e Devery Jacobs, que despontaram no primeiro ano como a melhor atuação, enquanto Lilith Bathory (personagem de Jacobs) tem muito menos tempo de tela, e um plot muito escanteado, Randall Carpio (personagem de DiMarco), tem seus dilemas minimizados, mesmo que surjam como uma bussola moral em vários pontos da trama. Porém quem não evoluiu em nada foi Sarah Grey, a atriz continua sendo um péssimo interesse amoroso que passa a série inteira sem expor uma motivação verdadeira, que não justifica suas intenções e nem parece ter química nenhuma com Manley, o que deve ter sido percebido pelos roteiristas, que dessa vez decidiram não focar tanto na relação de Jack e Alyssa.

Com a chegada da nova temporada, temos a mitologia se expandindo cada vez mais. Começamos a conhecer mais a fundo os efeitos do pó de apagar nas memórias sendo usadas repetidamente em um lobisomem, temos a revelação de um pouco mais do passado dos portadores de Silverback, MidnightTimberTundra Greybear, somos apresentados a Alpha, o Cavaleiro de São Cristóvão que desapareceu há anos, e somos levados a conhecer os misteriosos Filhos Esotéricos de Prometeu, facção mágica ‘rival’ da Ordem, e os perigosos membros da Práxis, que querem tornar a magia acessível a todos e colocam a vida da humanidade em risco no processo. Para mostrar que está disposta a mudar, a série exibe uma nova logo, na forma de um brasão estampada com representações de lobisomens e magos, lutando para se levar a sério mas cometendo os mesmos erros da temporada anterior, principalmente o de não se aprofundar de verdade nos personagens. É extremamente incomodo a forma como dez episódios, de cerca de 40 minutos, explora cinco historias completamente diferentes, que são jogadas na tela de forma superficial e cheias de furos, e fica ainda mais revoltando quando a trama assume um cunho politico-social, com uma metodologia tão precária que todo o discurso conscientizador perde a graça e passa a incomodar.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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