Crítica | Digimon Adventure: The Last Evolution – Kizuna

Nota
5

“Mesmo que não possamos mudar nosso futuro.. nós podemos mudar nosso destino. ESSA É NOSSA ÚLTIMA EVOLUÇÃO.”

Após um misterioso evento global, o ataque incessante de Digimons selvagens manteve Tai (Natsuki Hanae), Matt (Yoshimasa Hosoya) e seus amigos ocupados defendendo o mundo real com seus parceiros digitais. Mas, com o avançar das batalhas, a dupla de amigos se encontra em um dilema ainda maior. Eles agora são estudantes universitários, morando sozinhos e se esforçando todos os dias para conciliar suas aventuras com o seu futuro ainda indeciso. Enquanto todos a sua volta parecem ter algo arquitetado, eles se encontram no limbo que antecede a vida adulta e toda responsabilidade que ela carrega.

As coisas pioram quando, após uma serie de ataques orquestrados por um novo inimigo digital, os rapazes descobrem que seu laço com seus parceiros está por um fio e que uma contagem regressiva pode separar de vez os seus destinos. Desesperados, os amigos precisam escolher entre aproveitar os últimos momentos com os monstrinhos ou enfrentar a força sombria que está levando a consciência de todos os Digiescolhidos ao redor do mundo.

Após o final conturbado de Digimon Adventure Tri, a Toei Animation tinha um árduo trabalho nas mãos para lidar com as críticas dúbias ao seu projeto anterior com a franquia. Mas, aproveitando o engajamento proporcionado com o revival, o estúdio preparava um novo capitulo para presentear seus fãs frustrados.

Dirigido por Tomohisa Taguchi e roteirizado por Akatsuki Yamatoya, Digimon Adventure: Last Evolution – Kizuna dá continuidade à franquia explorando uma temática mais madura, levantada no volume anterior. Com uma trama mais consciente e coesa, o longa constrói seu cenário sobre as indecisões que seguem os jovens adultos, que se encontram em um momento delicado de descobrir o que serão no futuro. Somado à despedida da infância, o roteiro cria uma narrativa poderosa que soa genuína em todas as nuances apresentadas.

Ao contrario de Adventure Tri, a jornada não está preocupada em despertar nossa nostalgia, mas em amarrar bem suas mensagens e dilemas para entregar o melhor que pode do seu mundo. O estúdio tem plena ciência que seu público cresceu e está disposto a dialogar de formar equivalente com eles, sem parecer forçado e imaturo. Cada peça se encaixa com maestria, trazendo um dos longas mais bem trabalhados da franquia, além de despertar um misto de sentimentos poderosos ao público que aprofundam ainda mais aquilo que precisa ser dito.

A animação é surreal, aproveitando seus tons e trazendo momentos maravilhosos para o filme. O uso constante de sombra e luz cria verdadeiros espetáculos visuais, que se mostram ainda mais lapidados quando encarados como um todo. Cores, tons e detalhes são tão bem explorados que nos deixam sedentos por uma revisita a seu universo, apenas para apreciar o trabalho gráfico como ele merece.

A construção de personagens é tão magnífica que parece uma evolução natural de tudo o que foi construído até aqui. Seus medos, duvidas e incertezas soam tão humanas que nos apegamos a seus eus do presente sem sermos sobrecarregados com a nossa memória afetiva. É quase como revisitar velhos amigos e percebermos o quanto eles cresceram durante esses anos, tornando-se pessoas desprendidas do seu passado mas sem perder a sua essência.

Tai e Matt são os que apresentam um maior desenvolvimento e destaque no longa, mas isso não diminui a presença dos amigos. Todos tem seu papel e seu tempo de tela, tendo espaço até mesmo para os protagonistas do Adventure 02 que costumam ser esquecidos quando algo novo é apresentado. Em nenhum momento o protagonismo parece forçado, trazendo um crescimento coeso que destaca bem que aquele momento é deles e que está tudo bem, não incomodando em nada os fãs dos outros digiescolhidos.

Os monstrinhos continuam tão encantadores e cativantes como sempre, mostrando toda a pureza que sempre amamos. Agumon (Chika Sakamoto) e Gabumon (Mayumi Yamaguchi) servem como contraste natural entre a infância dos protagonistas e seu momento caótico, funcionando como guias enquanto seus companheiros se encontram perdidos. A nova carga emocional torna cada momento precioso, trazendo uma força poderosa que cresce a cada novo desafio, demostrando que o fracasso é um aprendizado.

Digimon Adventure: The Last Evolution – Kizuna traz tudo aquilo que os fãs da franquia esperavam. Amadurecendo os seus personagens e dando o último passo necessário para o crescimento, o longa consegue nos emocionar de uma maneira impecável. Entre escolhas impossíveis e mensagens poderosas, a franquia nos mostra que é no momento mais sombrio que encontramos nossas forças, coisa que nem mesmo o adeus mais sofrido pode arrancar de nós.

“Essa não é uma história sobre o passado. É uma história sobre nós e nossos Digimons… É nossa nova aventura com eles.”

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

Respostas de 4

  1. Assisti o filme, a história é linda, os gráficos são muito bons é tudo muito nostálgico por ser algo que cresci vendo, mas apenas uma coisa me deixou pensando que seria qual a relação do final deste filme para o final de adventure 02, pois lá mostra os digiescolhidos já adultos e com filhos e o mais importante ainda com seus digimons, qual sua opinião?

    1. Eu posso estar completamente errado, mas a sensação que o filme passou foi que ainda existe uma historia a ser contada e que aquele não é realmente o final. Serve como fim para a jornada de Tai e Matt mas não para os outros, por isso não anula a ligação com o final do 02. Basicamente, podemos ter esperanças de um novo filme em breve que cubra essas lacunas.

  2. Se pararmos para pensar anula sim o fim do 02, pois quando nos é mostrado o futuro todos os digiescolhidos estão com seus parceiros Digimon e sabemos que pelo menos 3 dos atuais já perderam seus laços, o que me intriga é o fato do Koushiro e Joe não ter perdido antes dos outros já que são facilmente os mais adultos do grupo original junto com a Sora.

    Ps: Que aja um novo filme com mais momentos Takari.

    1. Então, mas aquele final ainda pode existir. Não sabemos o que aconteceu nesse meio tempo entre a Faculdade e a vida adulta dos digiescolhidos, o fim do 02 só mostra como eles vão estar. Eles ainda podem encontrar uma maneira de chegar até aquele futuro, pq falta muito a ser contado.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *