Crítica | Homem-Aranha: De Volta ao Lar (Spider-Man: Homecoming)

Nota
4.5

“a Film by Peter Parker”

Após a batalha de Nova York, Adrian Toomes (Michael Keaton) e sua empresa de salvamento são contratados para limpar os destroços deixados pelos alienígenas, mas a tarefa é assumida pelo Departamento de Controle de Danos de Tony Stark (Robert Downey Jr.), deixando Adrian e sua equipe a beira da falência. Furioso e determinado a recuperar o prejuízo por seus investimentos, Toomes decide não devolver a tecnologia Chitauri que ele é seus empregados já tinham limpado, usando-as para aprimorar e vender armas superpoderosas.

Quatro anos depois, Peter Parker (Tom Holland) tenta se readaptar à sua vida escolar enquanto espera sua próxima missão com Tony Stark. Desde que ajudou os Vingadores em uma disputa interna, Peter não se contenta com as tarefas diárias que executa como Homem-Aranha, sendo ignorado por Happy (Jon Favreau), sua única fonte de comunicação com o Homem de Ferro, o jovem tenta se mostrar útil e estar preparado para quando for chamado.

Acontece que, durante uma de suas atividades na vizinhança, Parker encontra um grupo de criminosos que utiliza as armas com tecnologia alienígena e decide informar ao Happy, apenas para ser ignorado mais uma vez. Decidido a provar que é um herói completo, Peter começa a investigar por conta própria, utilizando as habilidades de seu amigo, Ned (Jacob Batalon), e seu traje para combater os contrabandistas e chegar a fundo nos fornecedores. Mas seria ele capaz de deter o poderoso inimigo, ou seria apenas mais um fracasso de um herói em processo de formação que mordeu mais do que consegue mastigar?

Durante anos, o aracnídeo favorito do mundo dos heróis esteve longe de seu verdadeiro lar, sendo utilizado pela Sony (que comprou seus direitos cinematográficos durante uma das eras mais sombrias enfrentadas pela Marvel) em aventuras solos, e sendo encarnado duas vezes nos cinemas. Mas, após o fracasso estrondoso dos três últimos filmes e a ascensão apoteótica do MCU, uma nova possibilidade se estendeu sobre os fãs, que acima de tudo desejavam uma jornada digna para seu herói adorado.

Homem-Aranha: De Volta ao Lar já resume com maestria todo o desejo dos fãs do Cabeça de Teia, que estavam mais do que preparados para o retorno do herói a seu lugar. Dirigido por Jon Watts e roteirizado por 6 nomes poderosos, a trama não se preocupa em contar tudo aquilo que já sabemos, mas em construir um novo caminho para o herói. Não é a toa que todo drama envolvendo o Tio Ben e a origem dos poderes é descartado em poucas frases, afinal, já vimos essa história mais de uma vez.

O filme tem como proposito não só dar as boas vindas ao personagem, mas introduzi-lo de forma coesa ao universo criado, trazendo os melhores aspectos e recriando novos conceitos para o personagem. O Teioso foi brilhantemente apresentado durante os fatos de Guerra Civil, despertando nosso saudosismo e mostrando uma nova persona que agradou crítica e fãs, mas precisávamos retornar a seu universo para entender o significado dessa nova personificação. E que entrada maravilhosa.

A insistência em rejuvenescer o personagem e reinseri-lo ao ambiente escolar se mostra um acerto surreal, que desperta nossa nostalgia enquanto explora o melhor do herói. São inúmeras as referências aos clássicos da sessão da tarde, enquanto insere uma perspectiva renovadora para o ambiente apresentado, trazendo uma personalidade carismática à produção.

Parte disso vem do brilhante elenco que povoa os 133 minutos de filme, começando pelo protagonista. Tom Holland consegue ingressar de cabeça na pele de seu personagem, abordando bem todo o drama de um adolescente que se acha grande o bastante para conseguir maiores responsabilidades. São dilemas adolescentes recheados com um carisma surreal de alguém que tem que lidar com o peso de suas decisões. Peter quer ser mais do que é, mas nem ao menos consegue confessar seus sentimentos à garota que gosta, despertando nossa empatia enquanto nos diverte no processo. A cena em que ele percebe que ainda é uma criança perante o mundo é verdadeiramente surreal, trazendo uma atuação magnífica que nos deixa ainda mais ligados ao personagem.

Ned é o carismático melhor amigo que esta pronto para qualquer aventura. Sua persona é um complemento natural para Peter, trazendo uma das melhores relações do longa. Liz Allan (Laura Harrier) e Flash Thompson (Tony Revolori) conseguem entregar um trabalho brilhante no clichê adolescente. O interesse romântico e o valentão escolar quebram nossas expectativa enquanto demonstram uma construção magnifica de suas essências. E o que falar da brilhante Michelle (Zendaya), que se mostra um dos melhores acertos do filme? Ela é ácida, debochada e cheia de mistérios trazendo um novo ingrediente a cada aparição.

Tia May (Marisa Tomei) surge em uma versão mais jovial do que a que estamos acostumados, mas não menos encantadora. A Tia mais amada do cinema consegue se comunicar melhor com seu protegido, trazendo um aspecto mais mãe descolada que consegue nos cativar. O maior receio dessa nova jornada era a presença de Tony Stark, mas devo tranquilizar a todos afirmando que o playboy não rouba o protagonismo do longa. Tony surge para suprir a personalidade do Tio Ben e ensinar Peter a importância de suas responsabilidades. Aparecendo em momentos chaves da trama, o personagem traz uma personificação crível para seu envolvimento, respeitando sempre aquilo que foi proposto até aqui.

O Abutre de Michael Keaton é de tirar o folego, trazendo um dos melhores vilões já mostrados no MCU. Desde o inicio da trama, o longa nos mostra um aspecto mais real, nos colocando na pele do personagem para entendermos suas motivações. A complexidade de suas escolhas e a atuação impecável geram uma empatia honesta, que não presenciamos em vilões do teioso desde o Dr. Octopus, de Homem-Aranha 2.

Divertido e Jovial, Homem-Aranha: De Volta ao Lar é uma magnifica forma de dar boas vindas ao herói mais amado do universo Marvel. Trazendo tudo aquilo que amamos e acrescentando boas camadas ao que já conhecemos, o longa aposta na humanidade de seu protagonista e acerta em cheio naquilo que sempre foi sua essência: alguém comum que tem grandes problemas para resolver, mesmo que parte disso seja sua culpa. Dito isso, só nos resta agradecer à oportunidade de acompanhar novas aventuras do amigo da vizinhança e dizer com todas as letras: Seja Bem-vindo de volta ao lugar do qual você nunca deveria ter saído.

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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