Review | Gossip Girl [Season 2]

Nota
3.5

“Por Quê? Eu quero uma razão, e “Eu Sou Chuck Bass” não serve. (…) A verdadeira razão para que eu fique aqui onde estou e não entre naquele carro. Três palavras. Sete letras. Diz, e eu sou tua.”

Após um agitado verão nos Hamptons, a Elite nova-iorquina está preparada para iniciar o último ano nas escolas mais luxuosas e exclusivas do país. Acontece que muita coisa pode mudar na estação mais quente do ano, e não seria diferente com os jovens mais badalados do Upper East Side. Serena (Blake Lively) e Nate (Chace Crawford) aproveitaram ao máximo seu suposto namoro para desviar a atenção daquilo que queriam manter em segredo, Blair (Leighton Meester) retorna do exterior com uma surpresa nada agradável, que faz Chuck (Ed Westwick) repensar suas escolhas, enquanto Dan (Penn Badgley), Jenny (Taylor Momsen) e Vanessa (Jessica Szohr) conseguem trabalhos de verão que mantém suas mentes ocupadas.

Mas, com tantos assuntos pendentes, o retorno às aulas promete apagar qualquer tipo de diversão que eles possam ter tido durante as férias… ao menos até elas encontrarem o caminho de volta de uma maneira escandalosa e promissora. Com a proximidade das faculdades e seus destinos incertos, o grupo precisa lidar com seus problemas enquanto uma tragédia reestrutura tudo aquilo que acharam conhecer. Tudo piora quando a Gossip Girl (Kristen Bell) decide dar um último presente de formatura para seus amados companheiros, trazendo uma verdadeira guerra para dentro da ilha de Manhattan.

Seriam eles capazes de por suas diferenças de lado e lidar de forma madura com tudo aquilo que se posta em seu caminho? Ou esse vai ser o motivo que vai destruí-los de vez? E, acima de tudo, teriam eles poderes para acabar com a Gossip Girl de uma vez por todas?

Com um primeira temporada cativante, Gossip Girl construiu uma legião de fãs e tornou-se um marco na cultura pop, levando seu seletivo ambiente para diferentes regiões de mundo. Suas roupas, referências e conceitos se mostraram uma febre, o que ajudou a série a tomar um crescimento palpável diante da CW e virar um dos carros chefes da produtora. Mas, com tanto a suprir, a série acaba tentando morde mais do que consegue mastigar.

A grande verdade é que a segunda temporada tenta ser maior e melhor em tudo o que a primeira apresentou. São inúmeros looks inspirados, tramas secundárias e plots contínuos que parecem mais preocupados em encher seus 25 episódios do que construir algo real. São tantos conceitos, que a temporada não parece saber o que quer contar a seu público, trazendo enredos isolados que não parecem ter nenhuma ligação entre si.

Uma das provas vivas é o cerne sobre o senior year dos protagonistas, que é negligenciado por boa parte da trama a ponto de parecer irrelevante ao público. Toda construção de finalização de arco soa fraca e despreparada, a ponto de tratarmos o evento como um ano comum na vida deles… até que seja conveniente ao roteiro mostrar que existe um marco ali. Isso se mostra tão problemático que são poucos os momentos em que os personagens se importam com os acontecimentos escolares, escolhendo suas trajetórias para fora dela quando deveríamos estar nos despedindo desses últimos momentos com eles.

Constantemente a série muda seu foco, trazendo um novo inimigo que perde seu valor cinco episódios adiante como se nada significasse para aquele universo. Não nos importamos com eles e nem sentimos a real ameaça de seus atos, apenas ligando minimamente quando os antigos vilões retornam para a trama. Como é o caso de Georgina (Michelle Trachtenberg) e Carter (Sebastian Stan), que trazem ótimas dinâmicas. Inclusive, Georgina tem um dos melhores momentos da temporada, mostrando seu grande retorno à personagem que amamos odiar.

Mas, se o roteiro se mostra um dos grandes problemas da temporada, os seus personagens parecem brilhar acima disso, tornando-se o ponto alto da série. Estamos tão perdidamente apaixonados por eles que nos mostramos cativos a tudo aquilo que eles nos mostram. Sejam suas intrigas, romances ou até mesmo problemas, tudo neles nos fascinam a ponto de nos prenderem à caminhada confusa.

Serena inicia uma jornada divisória, que a coloca exatamente no meio da antiga Serena com a nova. Durante muito tempo ela reprimiu seu brilho próprio para suprir as insegurança de Blair, mas as constantes brigas e discussões das duas reavivam uma parte perdida de sua personalidade. S passa boa parte da trama tentando se encontrar e entender seu novo relacionamento com Dan, trazendo conceitos interessantes de alguém que está tentando ser mais responsável mas acaba cometendo erros constantes.

Blair parece ter tirado a sorte grande ao entrar em um relacionamento com Marcus (Patrick Heusinger), mas logo seu sonho se transforma em pesadelo. Cada aspecto de sua vida bem planejada parece ruir diante de seus olhos, a levando para um local mais sombrio e diferente do que esperávamos da Queen B, algo que fica ainda mais acentuado por toda confusão envolvendo Chuck, que desperta um lado mais frágil de sua persona.

Leighton se mostra um verdadeiro achado, prendendo nossa atenção e construindo bem o seu espaço em meio ao elenco afiado. Junto com Ed, ela constrói a dupla mais interessante da temporada, embora o relacionamento de seus personagens esteja longe de ser algo saudável e romântico.

Por falar em Ed, sua construção como Chuck Bass é simplesmente sublime. O bad boy passa por maus bocados, mergulhando em uma espiral destrutiva que parece despertar o pior em si. Justo quando ele conseguiu uma família real, o personagem vê tudo arrancado. Mas é exatamente aí que ele encontra uma crescente louvável, adquirindo responsabilidades grandiosas e lutando contra seu tio Jack Bass (Desmond Harrington), que desafia seu sobrinho a uma empreitada mais perigosa.

Dan passa parte da season preocupado com sua ingressão às universidades, mostrando que não ter dinheiro ou um grande nome pode ser uma problemática. Somado a isso, o personagem enfrenta dilemas morais, o colocando em uma posição delicada de até onde ele é capaz de machucar alguém para conseguir o seu objetivo. É com ele que valorosas lições são apresentadas, além de deslizes colossais que colocam não só seu futuro em risco como o daqueles com quem se envolve. Sua amizade com Nate é outro ponto positivo da temporada, trazendo algo proveitoso para ambos enquanto aprofunda suas personalidades.

Nate enfrenta sérios problemas com a família. Desde a fuga do capitão, o Gold Boy e sua mãe enfrentam sérios problemas financeiros, o que acarreta em sérias consequências ao longo da temporada. Orgulhoso, o rapaz se mete em sérios problemas e recusa a ajuda de seus amigos, fazendo com que fique isolado ou afastado do grupo principal, mas, até mesmo quando esta presente, N parece ausente, trazendo pouco carisma em sua persona. Os problemas familiares são algo constante em sua trajetória, trazendo um embate de poderes com seu avô William van der Bilt (James Naughton), que soa como uma versão masculina de Cece (Caroline Lagerfelt) na primeira temporada.

Jenny tenta se afastar dos dramas escolares para focar no seu trabalho, o que acaba acarretando brigas constantes com seu pai. Mas, é quando Eleanor (Margaret Colin) passa a usar seu talento que a garota se revolta, despertando um lado adormecido de alguém que sabe que possui o talento necessário mas não a maturidade para lidar com isso. Vanessa tem um arco mais contido, mas que apresenta sérios dilemas morais para alguém tão honrado quanto ela tem se mostrado.

Lily (Kelly Rutherford) encara bem seu casamento, até perceber o quão controlador é Bart Bass (Robert John Burke), o que a faz reavaliar seus sentimentos por Rufus (Matthew Settle). O arco dos pais é um dos mais interessantes da temporada, trazendo questionamentos palpáveis sobre como espelhamos nossos progenitores e o quanto tentamos desvincular nossos comportamentos deles. Além de levantar questões que serão melhor exploradas no futuro da série.

A Gossip Girl se mostra uma verdadeira arma na temporada, podendo ser usada tanto para o bem quanto para o mal e tendo uma presença marcante ao longo da narrativa. É no fim da season que temos um pouco da dimensão de seu poder e o quão grandioso pode ser o estrago de suas atitudes, o que torna sua presença ainda mais interessante.

A temporada ainda nos presenteia com a hilária presença de Dorota (Zuzanna Szadkowsi), que ganha um destaque crescente com o decorrer da temporada. Cyrus (Wallace Shawn) e Aaron Rose (John Patrick Amedori) também marcam presença, trazendo um alento aos fãs dos livros.

Embora soe confusa e cheia demais, a segunda temporada de Gossip Girl possui ótimos acertos, demonstrando que tem algo digno de ser contado. Com críticas bem estruturadas e um roteiro bem mal construído, a trama parece querer nos levar a muitos lugares ao mesmo tempo quando só deveria focar naquilo que realmente interessa: seus personagens. Acredite, é quando ela faz isso que a série brilha e nos lembra o por que ficamos tão apaixonados para começo de conversa.

“Acho que Jesus não vai gostar disso.
Bem, diga a Jesus que a vadia voltou.”

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *