Crítica | A Babá – Rainha da Morte (The Babysitter: Killer Queen)

Nota
2.5

“Eu enfrentei os meus medos. Eu dominei os meus demônios.
Eu sobrevivi, só que ela não deixou provas, e, nesses
dois últimos anos, ninguém acreditou em mim.”

Dois anos se passaram desde que Cole sobreviveu à noite de ritual de sua babá, Bee. O garoto agora está no terceiro ano, e vive numa intensa luta contra suas memórias, sendo considerado por todos como louco. Agora que é um adolescente, Cole está enfrentando milhares de dilemas ao mesmo tempo que precisa viver a base de remédios e psicoterapia com Carl McManus (o orientador educacional da escola que também trabalha como enfermeiro, aplicando vacinas contra a gripe). Cole acaba sendo colocado frente a uma grande escolha quando sua amiga, Melanie, o chama para ir passar o final de semana numa casa do lago, no mesmo momento que seus pais decidem o levar para um retiro psiquiatra e que a nova aluna da escola, Phoebe, recebe um estranho presente em seu armário.

Assim como no primeiro filme, o longa começa com uma pegada de aventura adolescente de amadurecimento, parecendo ser um gênero, mas logo muda de rumo quando é revelado que Melanie acabou seguindo os passos de Bee, se tornando a nova líder do culto, que agora é formado por seu namorado, Jimmy, e um amigo, Diego, e recebeu a missão de completar o ritual não finalizado de dois anos atrás, principalmente agora que SonyaAllisonMaxJohn voltaram dos mortos, com a chance de completar o ritual e ganharem sua ressureição completa. Claro que Cole, com a ajuda de Phoebe, deve novamente usar todas as suas armas para derrotar novamente a seita que quase o matou anteriormente, a seita que agora tem novos membros e tomou uma ramificação bem mais sombria e poderosa.

Como se não bastasse a volta de todos os elementos que garantiram o sucesso do primeiro longa, o novo longa adiciona uma atmosfera cheia de referências a Sexta Feira 13, levando seus personagens a uma releitura do Acampamento Crystal Lake, algo que combina completamente com os letreiros chamativos que são jogados em tela durante o desenrolar da trama. Com a volta de McG na direção, o longa evolui de uma forma surpreendente, nos mostrando uma evolução palpável em Cole e em Judah Lewis, mas sem perder aquela essência que o fez roubar a cena no longa anterior, mas a ausência de Samara Weaving como Bee é uma das maiores falhas do filme, que fica praticamente maçante ao se transformar no que parece ser um remake em outros cenários, num enredo onde Emily Alyn Lind, interpretando Melanie, é promovida ao papel de antagonista, mas que não é capaz de sustentar o longo como Samara fez no original. A volta de Robbie Amell (Max), Andrew Bachelor (John), Hana Mae Lee (Sonya) e Bella Thorne (Allison) também acaba não caindo tão bem ao filme, já que os personagens, que se desenvolveram tão bem no longa anterior, parecem não ter tempo de tela suficiente para se desenvolver mais a fundo, mesmo que tenhamos alguns flashbacks que aprofundem ainda mais a trama pessoal de cada um deles (revelando os motivos que os levaram a entrar no culto de Bee) e uma trama surpreendente que nos leve a ver uma humanidade cativante na vilã original, tudo isso somado ao misterioso enredo dado a Phoebe, interpretada por Jenna Ortega, que vai fundo no background da personagem e, quando menos esperamos, se conecta ao enredo de uma forma sutil e satisfatória.

O maior problema do novo longa é querer se engrandecer demais, fazendo repetições de seu antecessor e autorreferências que faz parecer que o longa considera seu original como um clássico, coisa que seria um puro devaneio exagerado de seu diretor, o que faz a produção perder um de seus melhores méritos: o charme de ser tosco. Sem o roteiro de Brian Duffield, o longa afunda em suas possibilidades, deixando na mão de Dan Lagana, Brad Morris, Jimmy Warden e McG a missão de escrever um sucesso capaz de fazer jus a um quase sucesso, mas obviamente eles não conseguem. O diretor consegue até manter o confiante clima de anos 80 que fez o longa original se engrandecer, mas é justamente pela falta da essência de Duffield no roteiro que o longa não consegue ser verdadeiramente bom. Com as exaustivas repetições das personalidades e piadas que deram certo no longa anteriorA Babá – Rainha da Morte fica parecendo um longa costurado com retalhos de cenas excluídas do seu original, jogando para Emily a função (claramente impossível) de substituir uma antagonista insubstituível, o longa abusa de elementos que parecem exaltar mais as falhas de McG do que mostrar seu verdadeiro potencial. Finalizando com um gancho para um possivel terceiro filme, fica no ar apenas o enorme desejo de que, caso ele aconteça, tenhamos a volta de Brian Duffield para fazer justiça à sua mitologia e corrigir as diversas falhas que McG colocou no percurso.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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