Nota
“Relaxa, é réveillon, vai ser super legal.”
Quando um grupo de estudantes se une para comemorar o ano-novo em uma mansão isolada, eles não esperavam que a festa logo se transformaria no maior pesadelo da vida deles quando, para a surpresa do grupo, as tensões e intrigas deles fossem assombradas por um sobrenatural assassino que assombra os corredores dessa casa abandonada.
A festa já estava pronto para virar um desastre por conta de cada uma das tensões existentes entre seus participantes, como a busca de Stéphane
(Jérôme Niel) por reatar o namoro com Sam (Vanessa Guide); o enorme foco de Fabrice (Marc Jarousseau) e Nadine (Nathalie Odzierejko) em ter um filho e mimar seu cãozinho, Kitty; a entediante obsessão de Djamal (Mister V) por alavancar sua carreira de ator; o escanteado Bruno (Ludovik), que vive sendo alvo das piadas de Stéphane e guarda um enorme rancor pelo rapaz; o viajado Drazic (Vincent Tirel), que veio carregado com o maior estoque de entorpecentes que podia; a experiente Jess (Delphine Baril), que está pronta para explorar toda a sua bissexualidade; a estranha prima de Sam, Charlotte (Lila Lacombe), que é caladona e extremamente suscetível a drogas; e o galanteador Enzo (Baptiste Lorber), que chega atrasado na festa mas não deixa de contribuir com toda a tensão do evento.
Além de todos eles, está o grande antagonista da trama, o assassino misterioso que nem chega a receber um nome e mal chega a aparecer durante quase todo o longa, o que cria um mistério ainda maior na busca de entendermos quem ele é, de onde veio e por que está vagando naquela casa, bebendo bastante das referencias mais bizarras possíveis do gênero slasher. Lançado em 21 de Junho de 2017, o longa francês mistura o horror e a comédia de uma forma completamente trash, fazendo piada dos típicos filmes de “terror” dos anos 1990 e 2000, com aquele típico humor canalha que não busca intelectualizar, ao contrário de O Segredo da Cabana e que lembra bastante o estilo da franquia Todo Mundo em Pânico, chegando longe daquela expectativa de um slasher sangrento e apostando mais em causar risadas com a elaboração de tudo. O maior problema foi o fato de o filme, que foi dirigido por Tony T. Datis, ter preferido não formar seu elenco com atores franceses, mas sim com youtubers e influenciadores digitais, que pareciam não saber direito o que estavam fazendo, não sabendo manter bem as piadas, mas executando-as razoavelmente.
Com uma sinopse bem clichê, que se assemelha a qualquer outro filme slasher conhecido, o longa acabou chegando nas nossas terras por meio da Netflix, mostrando que aquela premissa de ‘cinema nacional é sempre ruim’ só existe por falta de conhecimento da população. A Mansão é um filme popular que parece até a versão francesa de Internet – O Filme, brincando durante seus 100 minutos com conceitos como o drogado sem noção, a tímida que esconde um segredo e o negro muito bem dotado. Compensando seus pontos ruins com uma trilha sonora bem interessante, o longa acaba deixando toda a graça nas mãos de Mister V e Vincent Tirel, que poderiam muito bem carregar a produção se tivessem mais espaço de tela e um roteiro melhor planejado para os guiar. Apesar de todas as falhas, no final das contas, A Mansão surge para provar que não é só de Truffaut, Godard, Meliés e diversos outros estilos de produções cabeça que vive o cinema francês.
Icaro Augusto
Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.