Nota
“O Rei dos Piratas é aquele que conquistou tudo que há no mundo! Quer dizer que está atrás de riqueza, fama e poder… e do lendário One Piece.”
Riqueza, fama, poder. Gold Roger, o Rei dos Piratas, conseguiu tudo o que o mundo tinha a proporcionar. Mas, pouco antes de ser executado pela Marinha, ele declarou suas últimas palavras que desencadearia uma verdadeira corrida entre os mares: Se quiserem meu tesouro, podem pegar. Achem-no! Deixei tudo que há no mundo ali!
Anos depois, o jovem Monkey D. Luffy desperta em um barril em alto mar, sendo resgatado por um cruzeiro que acaba de ser sequestrado pela tripulação pirata da Capitã Alvida. Após derrotar os malfeitores e resgatar o pequeno Koby, o rapaz parte em busca de sua própria tripulação, atravessando o East Blue em uma pequena canoa enquanto busca realizar seu grande sonho: atravessar a perigosa Grand Line, se torna o Rei dos Piratas e encontrar o legendário One Piece, o tesouro mais magnífico que já existiu.
Durante sua jornada, Luffy encontra estranhos companheiros: o espadachim Roronoa Zoro, que se torna seu braço direito, a infane navegadora ladra Nami, o atirador mentiroso Usopp e o cozinheiro mulherengo Sanji. Junto com seus novos amigos, e a bordo do navio Going Merry, a Tripulação dos Chapéus de Palha parte em busca de seus objetivos enquanto embarcam na maior aventura de suas vidas.
Quando mais novo, Eiichiro Oda trabalhava como assistente do famoso mangaka Nobuhiro Watsuki, até que, com o conhecimento adquirido, começou a imaginar seu próprio universo e criar sua própria saga. Anos depois, sua jornada de cinco anos (que se estenderia por décadas) passaria a ser conhecida no mundo todo, conquistando uma legião de fãs a procura do tesouro lendário que nos foi prometido.
Embora pareça ter um enredo bastante simples a primeira vista, One Piece mostra uma desenvoltura impecável ao construir seu próprio universo. Seja pelo carisma de seus personagens ou os pequenos detalhes logo no inicio da jornada, Oda consegue não só nos cativar como nos mergulhar de cabeça em seu mundo. A cada novo passo na trama, percebemos o brilhantismo do autor e o cuidado que ele tem com sua história, demonstrando que simples é, de longe, a pior definição que poderíamos agregar ao conteúdo.
Lançado originalmente em 20 de Outubro de 1999 e dirigido por Konosuke Uda, a primeira temporada do anime (conhecida como Saga East Blue) foi produzida pela Toei Animation, trazendo toda magnitude criada por Oda em uma jornada introdutória a seu universo. É aqui que conhecemos seus personagens, dilemas e peculiaridades, trazendo com maestria a informação necessária para compreendermos esse novo mundo, enquanto aprendemos junto com cada novo detalhe da jornada.
Logo no inicio, o anime apresenta suas peculiaridades trazendo temas pesados que vão engrandecendo ainda mais seu conteúdo. Mesmo estando em seus primeiros passos, a trama não vê problema em trazer momentos profundos e ressonante que constroem bem a ligação entre público e personagens, apelando para um toque emocional de pessoas que realmente estão lutando pelos seus sonhos a ponto de despertar uma forte empatia em que assiste.
Boa parte disso está na construção de personagens, que são extremamente carismáticos e presentes sem nunca parecer arrastados ou indiferentes a trama. Cada um conquista seu espaço e possui sua própria narrativa que, conveniente, se liga ao sonho do protagonista. Mas não se engane, eles possuem suas próprias vontades e problemas pessoais, demonstrando que são seres repletos de camadas que apenas começamos a conhecer.
Os arcos aqui contidos se mostram naturais e extraordinários, trazendo um aprofundamento para todos os envolvidos sem nunca perder o humor e o carisma. Nos encontramos tão envolvidos com suas histórias que podemos sorrir em uma cena, nos irritar em outra e estar em lágrimas no fim do episódio, sem nunca perdemos o interesse sobre o que nos é contado. Passamos de uma aventura a outra com uma fluidez impecável, demonstrando o cuidado para a harmonização das tramas e sua construção perante o público.
Luffy é um protagonista divertido e carismático, repleto de uma ingenuidade latente que beira a uma mente infantil. Sempre otimista e defendendo aquilo que acredita, o capitão une a todos e faz com que os outros embarquem em seus planos sem planejamento, por pura teimosia e força de vontade. Luffy consegue ser extremamente despreocupado com as coisas ao seu redor, o que raramente o faz perder a cabeça, o fazendo relaxar e se divertir o máximo que puder. Mas, quando algo lhe irrita, ele desperta um lado mais selvagem que destrói tudo aquilo que machuca seus amigos.
O rapaz ainda possui o misterioso poder da Gomu Gomu no Mi (uma das Akuma no Mi, ou Frutas do Diabo, que dão diferentes poderes a seus usuários mas retira qualquer segurança próxima ao oceano) que deixa seu corpo elástico como borracha, trazendo golpes e situações interessantes ao longo da trama.
Zoro é confiante e possui um péssimo senso de direção. Sendo um dos mais fortes e o primeiro a se juntar a tribulação, ele é constantemente confundido como o Capitão dos Chapéus de Palha. Quando não está treinando, o rapaz procura repousar e restabelecer suas energias, além de ter uma rivalidade crescente com Sanji ao longo da saga. Sanji, por sua vez, possui uma forma mais calma e contida de agir, sempre pensando muito antes de tomar qualquer decisão e perdendo a linha apenas quando se encontra perto de uma mulher. Sem medo de demonstrar suas emoções, o personagem soa endurecido na maior parte das vezes, mas ciente dos sentimentos alheio.
Usopp é um mentiroso nato, mas extremamente fiel a seus companheiros. Inseguro, ansioso e extremamente covarde, o rapaz começa sua jornada como um dos mais fracos da tripulação, mas sempre está disposto a enfrentar seus medos quando algo importante esta sendo ameaçado. Nami é manipuladora e interesseira e está sempre procurando tirar vantagens das situações. Sendo uma das mais espertas da tripulação, a navegadora tem uma verdadeira repulsa por piratas, o que se explica em seu poderoso arco e constrói uma das melhores narrativas da temporada. Sua jornada é uma das mais significativas e emocionais, trazendo o ápice da trama e construindo um dos melhores momentos até aqui.
No lado vilanesco, somos apresentados às diferentes personalidades que se mostrariam recorrentes nas próximas etapas. Alvida, Buggy, Smoker e Dracule Mihawk são alguns dos exemplos, assim como o detestável Kuro, que conquista nossa antipatia logo de cara, e o tirano Morgan. Mas, o que nos chama verdadeiramente atenção é o detestável Arlong, que consegue desperta nosso pior sem nem ao menos tentar.
Embora seja sim uma saga introdutória, One Piece – East Blue demonstra todo o poder e encanto que podemos esperar do anime. Com uma ótima introdução ao universo e uma história envolvente e alucinante, a jornada pelo grande oceano se mostra divertida e cativante, trazendo tudo aquilo que esperávamos de um bom shonen. Pode ser apenas o inicio da jornada, mas já estamos terrivelmente apaixonados por ela.
“Não é da sua conta! Eu te disse para você ir embora dessa ilha, não? ENTÃO VÁ EMBORA… (…) Luffy… Me ajude!”
Phael Pablo
Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...