Nota
“O Francês ta certo. Isso é encrenca das brabas, garoto. Apareceu um superterrorista, a Rayner foi pro espaço e somos os caras mais procurados do país. Mas fica frio… o papai chegou.”
Após se tornarem fugitivos procurados, Hughie (Jack Quaid), Leitinho (Laz Alonso), Francês (Tomer Kapon) e Kimiko (Karen Fukuhara) se escondem das autoridades e tentam seguir seu plano com o pouco que lhes restou. Com Bruto (Karl Urban) desaparecido após ser acusado do assassinato de Stillwell, o grupo precisa encontrar uma nova liderança e se manter unido, principalmente quando um novo superterrorista invade o solo americano.
Enquanto isso, Luz Estrela (Erin Moriaty) sente o cerco se fechar enquanto trabalha como infiltrada n’Os Sete, tentando manter as aparências e encontrar um meio de derrotar a Vought de uma vez por todas. Acontece, que o grupo de supers esta cada vez mais abalado, principalmente quando a autoridade do Capitão Pátria (Antony Starr) é colocada a prova com a chegada de uma nova integrante, Tempesta (Aya Cash), que esta pronta para desafia tudo aquilo que ele acredita.
Quando estreou em seu primeiro ano, The Boys se tornou um sucesso imediato, ganhando critica e publico com sua pegada ácida e violenta enquanto criticava o mercado mais lucrativo dos últimos anos, o de Super-heróis. Acontece que, com o gancho criado na primeira temporada, a série criou uma alta expectativa em seu público, despertando nosso interesse e temor de algo que poderia seguir um caminho já conhecido no mundo das sequencias: a constante necessidade de parecer maior e mais grandioso do que mostrado anteriormente.
Escolhendo ter um formato mais tradicional, apresentado novos episódios semanalmente, a segunda temporada de The Boys trouxe um ano mais profundo mas bastante cansativo para aqueles que acompanharam toda sua jornada. O novo ano nos submete a um tempo maior para analisarmos tudo o que aconteceu, tornando os episódios maiores do que já são e tirando um pouco o ritmo com a qual já estávamos acostumados.
Mas, se a serie peca em sua escolha de exibição, ela ganha em profundidade, apresentando novas camadas e desenvolvendo bem o seu enredo. Se a primeira temporada tinha em vista criticar a indústria dos super-heróis, a segunda abrange um âmbito mais social, criando camadas cinzentas naquilo que achávamos conhecer, enquanto nos da verdadeiros socos na cara com cada jornada apresentada.
A série utiliza esse novo tempo para desenvolver melhor alguns de seus personagens, apresentando dilemas interessante com sua acidez característica, que acabam se complementando tanto direta quanto indiretamente. Todo arco da busca por independência de Hughie é somado à constante desconfiança de Bruto, demonstrando que um precisa do outro para evoluir de maneira significativa ao longo da narrativa. Assim como a busca por redenção do Francês encontra o isolamento da Kimiko, trazendo um desenvolvimento louvável para ambos a cada novo passo.
São essas dualidades mais completas que trazem um novo clima a trama, demonstrando bem o balanceamento da temporada em abordar seus assuntos. As críticas socioculturais, que colocam o dedo na ferida, são brilhantemente inseridas de maneira coesa na narrativa, nos fazendo indagar os desbravamentos éticos e morais enquanto solidifica sua premissa. A constante reavaliação de nossos conceitos, assim como os plots bem estruturados, nos refletem a traços sociais palpáveis que não estão tão longe de nossa realidade cotidiana, despertando ainda mais a critica inserida.
A temporada ainda nos presenteia com momentos bem planejados de pura sanguinolência, apresentando tudo aquilo que esperávamos dessa continuação. A irreverência e brutalidade aumentam o cinismo da narrativa, que desembarca em pura criatividade ao explorar novos extremas de seus personagens.
Capitão Pátria entra ainda mais em seu declínio na sanidade. Com a ausência de sua mentora, o vilão encontra sua liberdade e o desorientação de não saber que direção seguir, tornando-o ainda mais instável e perigoso. O constante lembrete que ele não é tão intocável assim e a veemência em assuntos que fogem de seu controle o tornam ainda naus imprevisível, trazendo um novo, e temeroso, aspecto a sua personalidade.
Luz Estrela finalmente aprendeu a jogar o jogo e esta disposta a dar as cartas. Todo desenvolvimento da personagem é sobre ela ganhar a confiança necessária ao se colocar no papel de controle, explorando todas as vertentes do que nos foi mostrado na temporada de estreia. Rainha Maeve (Dominique McElligott), Trem-Bala (Jessie T. Usher) e Profundo (Chace Crawford) buscam uma libertação, enquanto tentam construir uma nova imagem e redimir seus antigos pecados para poderem seguir em frente.
Tempesta serve para abalar todas as estruturas que conhecemos. A ótima interpretação de Aya Cash é uma das melhores coisas dessa temporada, sendo extremamente carismática e nos fazendo amar/odiar sua personagem. A sua constante ameaça consegue desestruturar todos os núcleos, trazendo uma presença marcante que causa um forte impacto na narrativa. Sua construção gradual traz uma das melhores reviravoltas do roteiro, demonstrando uma realidade absurda que chega a nos assustar principalmente em tempos tão caóticos quanto os atuais.
Com um roteiro afiado e plots de tirar o fôlego, a segunda temporada de The Boys toma seu próprio tempo e demonstra uma nova dinâmica a seu público. Expandindo a narrativa e trazendo ótimas referências aos quadrinhos, a jornada ganha um novo peso, demostrado um futuro promissor para uma das mais queridas séries da atualidade. Resta esperar o terceiro ano e toda loucura que ele nos reserva.
“… O ódio que você carrega, a guerra que você vive… começou antes de mim.”
Phael Pablo
Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...