“Ora, ora… Parece que vamos ter gatinho no jantar.”
Publicada em agosto de 2014 pela Panini, a edição número 92 da série de Magali teve 37 das suas 68 páginas preenchidas com um roteiro original de Emerson Bernardo de Abreu, que resolve expandir a história de Agnes que ele começou em Sombras do Passado. Apesar de o gibi ter sido lançado quase dois anos depois da famosa história do TMJ, estamos voltando no tempo, para a época em que as garotas ainda eram crianças, para expandir ainda mais a mitologia da Agnes e fortalecer o potencial que a sua versão jovem possui, tudo como se fosse um spin-off da Supersaga do Fim do Mundo TMJ.
Tudo começa quando Mingau é capturado por Agnes, A Tenebrosa, o que faz com que Magali, Mônica e Denise precisem invadir a casa da garota, em uma missão para salvar o gatinho da Magali. É durante essa trama que conhecemos mais a fundo sobre Agnes, encarando seus problemas, seus complexos e todos os seus dilemas, conhecendo a casa macabra em que ela vive, solitária, e sendo apresentado aos tenebrosos pais de Agnes, dois seres obscuros que, depois de mortos, voltaram na forma de fantasmas poderosos e monstruosos, sempre controlando a Agnes e moldando seu jeito maléfico, como se tivesse a preparando para se transformar naquele ser que Emerson já nos apresentou na TMJ.
Além dessa história principal, temos mais 31 páginas de histórias mais soltas, como é o caso de “Olha o aviãozinho“, que nos apresenta um dilema envolvendo Dudu e o Cebolinha, de “Repetitivo”, que mostra uma história protagonizada pelo Rolo, além de “E se…” e “Os papéis de carta da mamãe”, outras duas histórias da Magali, “Uma história misteriosa”, protagonizada pelo Bidu, “O que ela desejar eu dou!”, protagonizado pelo Quinzinho, e uma tirinha da Magali. Uma profusão de histórias muito bem elaboradas que conseguem contrapor bem o tema obscuro que foi deixado após o tenebroso último quadrinho de sua história de capa.
É indescritível o maravilhoso trabalho que Mauricio de Sousa vem fazendo, cada dia mais, com seus gibis, que são tão infantis e leves ao mesmo tempo que conseguem trazer temas tão pesados e obscuros, deixando sua turma infantil atraente o suficiente para o publico mais jovem, mas sem perder aquela inocência que permite que ela seja exemplar para seu público composto por crianças. Permear pela trama de Sombrinhas do Passado e ainda conseguir ver a inocência aparente, mesmo que haja uma trama assustadora nas entrelinhas, é maravilhoso, e ter as outras histórias para equilibrar a edição, é o ingrediente ideal para transformar o editorial em uma experiência de pura diversão.
“Os pais dela morreram, mas como eles eram muito malvados, viraram fantasmas monstruosos…
… Cheios de ódio no coração… Como se fossem sombras do que eram no passado!”
Icaro Augusto
Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.