Review | The Mandalorian [Season 2]

Nota
5

“Não acredite em tudo que ouvir. Nossos inimigos querem nos separar, mas Mandalorianos são mais fortes juntos.”

Após escapar por um triz do cerco armado por Moff Gideon (Giancarlo Esposito), Din Djarin (Pedro Pascal) parte em busca de seu povo para, enfim, entregar A Criança a seu ambiente natural. Partindo atrás de uma série de pistas que possam indicar a presença de outros Mandalorianos na galáxia, Din embarca em jornadas arriscadas que o aproximam ainda mais de um caminho que nunca imaginou.

Mas encontrar a Ordem Jedi tem seu risco, principalmente quando o antigo Império ainda tem forças para criar um empecilho enorme, não só contra a Rebelião, mas com aqueles que ousam cruzar o seu caminho. Enquanto entende mais sobre sua própria guilda e os mistérios acerca seu pequeno companheiro, Mando entra em um confronto direto com forças sombrias que vão colocar tudo que conhece sobre uma nova perspectiva.

Ao estrear sua primeira temporada, The Mandalorian trouxe um novo frescor a franquia criada por George Lucas, remodelando conceitos e expandindo os horizontes de maneira honrada e respeitosa que só um verdadeiro fã da franquia poderia proporcionar. Mas, ao conquistar critica e público, a segunda temporada da saga do Caçador de Recompensas ganhava uma nova camada que aumentava a expectativas e deixava a pressão ainda maior sobre o conteúdo mostrado. E, sendo bem sincero, Jon Favreau não decepcionado em nenhum momento da narrativa.

Aproveitando a base construída até aqui, Favreau engrandece sua narrativa e explora novos confins para sua jornada. Sem perder sua essência, a trama absorve diferentes gêneros cinematográficos que, não só aprofundam sua mitologia, como trazem uma dinâmica interessante entre a obra e o público, o que proporciona um frescor na narrativa a cada novo capítulo mostrado.

As diferentes tonalidades são bem amarradas por um roteiro inspirado e rico, que consegue conversar bem com o que nos é mostrado e avivar uma serie crescente de sentimentos poderosos em seu expectador. Até mesmo os episódios fillers ganham sua importância, sem perde em qualidade e interesse enquanto preenche espaços pertinentes da narrativa.

A serie ainda aposta, com maestria, no uso do fan service, regatando conceitos do universo expandido e os tornando canônicos em sua jornada. O que acaba elevando a empolgação do público e nos convidando a conhecer mais sobre o universo mostrado. Não é a toa que várias vertentes acabem sendo construídas, trazendo ganchos oportunos para spin-off futuros que, se manterem a mesma qualidade apresentada aqui, terão tudo preparado para expandir ainda mais aquilo que desejamos conhecer.

A escolha de elenco é simplesmente perfeita, trazendo uma linguagem corporal magnifica que consegue transpor os diferentes sentimentos dos personagens mesmo que eles escondam seus rostos na maior parte do tempo. Pedro Pascal consegue impor todo potencial de seu personagem atrás de sua voz, transpondo as limitações impostas a seu visual e nos despertando um laço afetivo extremamente forte.

Din Djarin começa a entender seu novo papel, absorvendo novas dinâmicas e modificando seu modo operante ao longo dos episódios. Entender que tudo que conheceu é apenas uma parcela mínima de seu povo traz uma evolução magnifica ao personagem, que consegue, aos poucos, desvencilhar suas amarras. A cada revelação de seu rosto um passo importante é construindo, atraindo uma nova camada a sua trajetória sem parecer repetitivo e robótico.

A ligação com a Criança (carinhosamente conhecida como Baby Yoda pelos fãs, e não importa o que a serie diga, esse é o nome dele) é uma das melhores partes da temporada. O amor fraternal que os dois constroem traz uma leveza que a trama necessita, além de serem algumas das melhores cenas da temporada.

O pequeno Jedi, por si só, já é um dos melhores aspectos mostrados aqui. Divertido, teimoso e com uma inocência infantil, o bebê mais amado das galáxias traz um tempero magnifico à trama. Cada cena sua transborda fofura, nos conquistando ainda mais enquanto revela um pouco sobre seu misterioso passado. A construção de sua persona já tinha se mostrado um dos grandes acertos da trama, mas agora ganha um novo patamar narrativo que aprimora ainda mais tudo aquilo que já conhecíamos.

O elenco coadjuvante não fica atrás, trazendo ótimos enredos paralelos enquanto despertam nosso interesse continuamente. O retorno de personagens amados traz ainda mais empolgação à trama, demostrando todo cuidado que Favreau tem com a franquia. Todos são honrados e trazem um peso significativo a sua participação.

Rosario Dawson traz uma Asoka Tano melancólica e amargurada por tudo que perdeu durante seu passado. Sua aparição é um dos pontos altos da trama, trazendo uma desenvoltura exemplar para uma personagem tão amada pelo público. Já Temuera Morrison revive sua participação como Boba Fett, em uma versão mais cansada e habilidoso de sua persona emblemática.

Mas, quem verdadeiramente rouba a cena, é Esposito, construindo um vilão tão magnifico quanto os antigos líderes do Império. O ator transborda carisma, trazendo um antagonista sagaz e tenebroso, que consegue impor um medo verdadeiro por sua simples presença em tela, nos fazendo desejar ainda mais cenas com sua participação.

Mantendo bem a qualidade e trazendo um final avassalador, The Mandalorian constrói inúmeras vertentes ao universo Star Wars. Agradando fãs e empolgando a cada virada, o segundo ano encerra sua trajetória com um clima esperançoso e gratificante, fechando um ciclo para iniciar um novo, enquanto nós, fãs, questionarmos devidamente o que o futuro reserva para nosso Caçador de Recompensas.

“Sabe, rapazes, todos acham que querem liberdade, mas o que realmente querem é ordem. E quando perceberem isso, vão nos receber de volta de braços abertos.”

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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