Review | WandaVision [Season 1]

Nota
5

“Eles mal se casaram e estão aqui
Mais um ordinário casal
Vieram em busca da vida mais banal
Wanda e Visão!”

Depois de se casarem abruptamente, Wanda MaximoffVisão acabam se mudando para um típico subúrbio americano das comédias de TV dos anos 50, com direito uma casa grande, gramado com arbustos bem cuidados e até uma fotografia em preto e branco, onde precisam viver um sufoco sem tamanho, cheio de peças de memória faltando e Wanda precisando lidar com situações extremamente engraçadas e desesperadamente tensas, enquanto pulam, noite pós noite, pelas décadas e pelos clássicos da comédia televisa, uma grande aventura que nos brinda com várias risadas e muita curiosidade.

Criada por Jac Schaeffer para o Disney+WandaVision acabou se tornando o maior reflexo da abstinência dos fãs da Marvel, que agarraram com unhas e dentes a primeira produção do UCM após um ano duro, em que não tivemos o lançamento de nenhum novo filme da Marvel. Durante oito semanas, onde foram liberados os seus nove episódios de cerca de 30 minutos (sendo quase 10 minutos de créditos), a Marvel soube manejar seu público, criando um terreno fértil para teorias que envolviam todo tipo de pontas e participações de outras figuras do MCU, e com o lançamento de várias pistas soltas que aumentavam o hype e que, para nossa tristeza, foram completamente soterrados com o destruidor episódio final da série, que destruiu nossas teorias, nossas expectativas, nosso emocional e nossa sanidade.

Numa aventura pelo tempo, começamos o show com “Filmed Before a Live Studio Audience” (E01) nos levando pelos anos 50, passando pelos anos 60, 70, 80, 90 e os anos 2000, tudo isso com episódios cheios de referencia, cheio de perguntas, cheio de potencial e, para a nossa surpresa, cheio dos maravilhosos comerciais, que foram capazes de marcar a mente de todos os fãs de plantão. Em meio a tudo isso, tivemos o majestoso “We Interrupt This Program” (E04), que nos surpreende com uma, necessária, quebra na linha narrativa e nos apresenta mais a fundo os dilemas de Monica Rambeau, personagem que passa por uma evolução significante durante a série e que é entregue, após a finale, pronta para protagonizar um filme solo ou se tornar uma figura importante dentro de uma nova equipe de heróis. Contrariando todas as apostas da crítica especializada, a série não serviu apenas como uma escada para conectar os eventos de Vingadores Ultimato com as produção da Quarta Fase do UCM, ela foi bem além e falou a fundo sobre o luto, a perda, o amor, as sequelas psicológicas e, graças à atuação impecável de Elizabeth Olsen, mostrou uma Wanda despedaçada mentalmente, vivendo num surto de poderes e despertando, vagarosamente, todo o seu potencial, passando pela maior evolução da personagem desde sua apresentação, em Era de Ultron, e culminando a série na sua forma mais espetacular possivel, deixando claro que ainda temos muito a esperar de sua personagem e que ela está pronta para tocar o terror em muita gente.

Outra grata surpresa para a série foi o desempenho de Paul Bettany, que apesar de estar numa queda vertiginosa nos bastidores de sua vida, se mostrou forte, marcante e presente na série com o seu Visão, o sintizoide acaba sendo uma grande fonte de piadas com o seu humor físico e sua consciência de ser um robô em meio a humanos e de que, por conta disso, vive limitações e restrições para que sua identidade não seja revelada. Teyonah Parris têm sua estreia no UCM de forma marcante, assumindo o papel de Monica Rambeau (que em Capitã Marvel foi interpretado por Akira Akbar) e nos mostrando todo o desenrolar da vida da jovem amiga de Carol Danvers, a série nos mostra sua vida desde o impacto do Blip, passando pela apresentação da S.W.O.R.D., e nos levando até sua forma final, que é a fonte de seu grande potencial nesse universo, mostrando que finalmente as sequelas de seu contato com Danvers teve resultado.

A série ainda trouxe a volta de Kat Dennings, que teve grandes cenas como a Dra Darcy Lewis, e de Randall Park, voltando ao seu papel do Agente Jimmy Woo, e que mostram que ainda podem ter funções bem importantes para o futuro do UCM, ou até servir de ponte para a introdução de grandes personagens. Outra adição ao UCM é Kathryn Hahn, que surge na série como Agnes, a vizinha enxerida, mas acaba tendo uma evolução surpreendente, levando a série a um patamar desejável e se revelando uma grata adição ao Universo da Marvel, possuindo um potencial que pode não ter sido explorado o suficiente,  mas que uma hora ou outra pode ser usado para grandes interferências no UCM. No ramo das ‘participações’, não podemos deixar de citar as aparições de Jett Klyne, que marca sua aparição como Tommy Maximoff de forma agradável, de Julian Hilliard, que cativa a todos com sua interpretação de Billy Maximoff, e de Evan Peters, que surge como um personagem que agita muito os eventos da série.

Com uma produção de alto nível, que não se nega a criar uma fotografia digna de um lançamento nos cinemas, e um roteiro que consegue amarrar perfeitamente a narrativa pessoal de seus personagens com as inúmeras referências a séries tradicionais, WandaVision pode até ter momentos um pouco falhos, mas tudo é compensado pela sua brilhante trama e pela jornada genuinamente emocionante de Wanda. Claro que a série dá pouquíssimas pistas sobre o que podemos ver na quarta fase do UCM, mas conhecendo a Marvel, sabemos que isso era o mínimo que podíamos esperar, e que a série foi muito além do que estamos aguardando, deixando muito mais pontas a serem desenvolvidas do que realmente achávamos que veríamos.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *