Review | Future Man [Season 1]

Nota
4.5

“Eu sou a Tiger e esse é o Wolf, voltamos do ano 2162. Você vai nos ajudar a salvar o mundo!”

Josh Futterman é um jovem viciado em videogames que trabalha como zelador no Laboratórios Kronish, ele gasta todo o seu tempo livre se dedicando a zerar The Biotic War um jogo que nunca foi zerado por ninguém e se tornou seu grande desafio, o que ele não esperava era que o jogo na verdade fosse um simulador e que, após ele completar a fase, Tiger e Wolf, os protagonistas do jogo, se materializariam na sua frente e o que convocariam a assumir seu legado como salvador da humanidade, que está prestes a ser extinta, com a ajuda de viagens no tempo.

Todos sabem o que acontece quando Kyle Hunter, Ariel Shaffir, Seth Rogen e Evan Goldberg se juntam para uma produção: É certeza de que teremos uma comédia escrachada, sem papas, sem censura e completamente divertida. Pegar essa formula, que ja fez sucesso em Festa da Salsicha e É o Fim!, e adicionar o brilhantismo de Howard Overman é a receita perfeita para criar uma comédia acessível e cheia de referencias, e isso é Future Man. A série criada pelo quinteto para o Hulu nos leva diretamente para os braços do trio disfuncional formado por Josh, Tiger e Wolf, o primeiro como um nerd recluso que não tem aptidão física nenhuma para salvar o mundo, a segunda como uma mulher brutalizada que nunca aprendeu o sentido de amor, sexo ou beleza, e o terceiro como o brutamontes viciado em explosivos que nunca aprendeu a magia da culinária ou das drogas, uma premissa perfeita que pode criar um enredo de tirar o folego, de tanto rir.

Lançado em 14 de novembro de 2017, o show começa, desde o seu piloto, deixando claro o que vem pela frente. Josh Futturman, vivido por Josh Hutcherson, assume o codinome de Homem do Futuro dentro do jogo, que ele acaba descobrindo ser um simulador de treinamento enviado do futuro com o intuito de encontrar o homem treinado para salvar o mundo, mas ele é o típico protagonista nerd e fracassado, fica nas suas mãos a função de construir a moral para a dupla brutalizada do futuro, e ensinar tudo que eles não puderam aprender durante os anos de guerra. Eliza Coupe rouba a cena com sua Tiger, ela passa por uma evolução palpável durante o decorrer da série, se tornando mais humana e aprendendo a amar, o que a leva a se transformar numa guerreira totalmente diferente, muito mais consciente e muito mais sensível. Derek Wilson é outro primor, com seu Wolf, o brutamonte brucutu começa a ganhar finesse a medida que vai sendo guiado pelo mundo do passado, ele vai percebendo que não precisa viver só de bombas, que pode mudar o mundo e, principalmente, afetar o futuro.

Outro grande acerto é o vilão do show, que assume uma forma completamente intangível e imaginaria em volta do personagem de Keith David. O Doutor Elias Kronish é o chefe perfeito, ele é simpático, ouvinte, conselheiro, amigável, humilde, ele é a personificação do chefe ideal, mas ele também irá criar a SuperCura, a substancia que vai criar os Bionicos e exterminar a humanidade, e a grande graça do show é o fato de Josh e seus amigos viverem num eterno dilema moral entre se devem ou não matar o homem bom de agora para impedir o surgimento do vilão do futuro, nos levando até a presenciar uma gigantes referencia o grande Dilema Ético do Bebê Hitler (você mataria um bebê inocente se soubesse que um dia ele ira se tornar um ditador genocida?).

Future Man vai muito além do esperado, nos apresentando muitas referencias à cultura pop, como os dilemas e experiências vividos por Marty McFly, ou o grande impacto que James Cameron vai ter para o futuro da humanidade (em um episódio dedicado unicamente ao cineasta), ao mesmo tempo que nos faz rir com belas piadas sobre a história do cinema, como o grande debate sobre quantas pessoas cabiam naquela porta. Com seus treze episódios de cerca de 30 minutos, o show vai fundo ao trabalhar habilmente com três pilares, mesmo que as vezes pegue pesado no seu humor ácido, criando uma produção sóbria, divertida, inteligente e muito bem estruturada, que nos prova que não é só de comédias escrachadas que vive o quarteto, apesar de ser claro que as piadas sexuais são uma parte integrada do DNA cinematográfico do grupo, e que ninguém vai ser capaz de achar problemas nisso.

“Você é nossa unica esperança.
Ainda estamos aqui.
Ainda lutamos e sobrevivemos graças a você.”

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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