Crítica | Um Plano Perfeito (Un Plan Parfait)

Nota
3

“Valérie, nenhuma mulher da nossa família teve sorte no primeiro casamento. Isso é a nossa maldição.”

Em um jantar de natal na casa de sua família, Corinne decide contar a Valérie, sua nova chefe que acabou de sair de um longo relacionamento, sobre a maldição de sua família, que destrói todos os primeiros casamentos, e a grande aventura de Isabelle, sua irmã, que depois de 10 anos de namoro decide se casar com Pierre, mas precisa lidar com essa poderosa maldição. Por ideia de Corinne, Isa entra numa grande aventura em busca de achar um idiota, seduzi-lo, casar-se e por fim divorciar-se, um plano que faz seu caminho se cruzar com o de Jean-Yves Berthier, um editor de guia turístico que fará seu plano perfeito se transformar num inferno sem fim.

A comédia dirigida por Pascal Chaumeil viaja fundo na história da mulher apaixonada que tenta quebrar a maldição de sua família, uma história criada por Philippe Mechelen e que, para o filme, ganha um roteiro de Laurent Zeitoun e Yoann Gromb. Apesar de ser uma história inusitada, a trama parece aquela clássica comédia romântica francesa, que sempre são uma delícia de ser assistida e se fortalecem com seu enredo levinho guiado por ótimos artistas. Diane Kruger incorpora bem o espirito desesperado de Isa, a garota precisa achar um jeito de vencer a maldição da família para viver seu grande amor, mas quando ela entra na vida louca de Jean-Yves ela começa a encontrar as rachaduras que existem na sua perfeita rotina, começa a não se conformar mais com a sua vida e começa a se conectar de formas diferentes com seu noivo, Pierre.

Equilibrando a trama temos Dany Boon no papel do editor com parafusos soltos, ele veio de uma família intensa e acaba se apaixonando verdadeiramente por Isa, o que dificulta quando chega o momento do divórcio, principalmente por que ele não sabe qual era a verdadeira intenção da moça que conheceu no avião, que o motivou a entrar numa intensa busca pela felicidade, indo atrás dela onde for. Numa viagem que passa de Kilimanjaro a Moscovo, tudo parece fortalecer a fotografia do longa, que faz jus ao fato de se passar em meio a diversas viagens e na busca pelo verdadeiro sentido do amor. A personalidade de ambos os personagens fortalece bastante o desenrolar da trama, mas o problema é que a trama acaba se tornando forçada demais a medida que vai evoluindo a vida da dupla.

Isa começa a ficar intensa demais, Corinne parece enérgica demais, Jean-Yves parece inocente demais, Pierre parece tedioso demais e Patrick parece inconveniente demais. Uma premissa gostosa, com uma fotografia dos sonhos e um protagonismo forte aos poucos vai perdendo espaço quando vamos vendo a falta de criatividade que vai se tornando aparente nas partes finais da produção. Um Plano Perfeito é uma definição perfeita do longa, assim como o plano de Isa era perfeito e acabou a deixando numa trilha completamente fora do seu controle, o longa tinha uma premissa agradável que foi saindo dos trilhos e descarrilhou quase que completamente com seu final um tanto quanto clichê e forçado. Comédias românticas sempre possuem suas próprias regras, mas o bom timing para humor parece não ser suficiente para compensar o roteiro previsível, que prejudica a imersão dessa suave comédia romântica.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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