Review | Lucifer [Season 5 – Parte B]

Nota
3

“O pai está aqui, Luci. Na terra.”

Depois da chegada de Deus na Terra, toda a família angelical formada por Lucifer, AmenadielMiguel começa a sentir o impacto dessa ‘onipresença’ mais forte, o que começa a impactar com a vida e as relações de cada um deles, arrastando até Linda para uma grande crise familiar divina. Tudo isso acontece ao mesmo tempo que Ella enfrenta uma enorme crise moral, Decker precisa encarar os novos planos de seu namorado, Dan precisa lidar com seu novo conhecimento sobre o divino e Deus precisa entender melhor seus poderes, seus medos e planejar sua aposentadoria.

Com a chegada da segunda metade da 5ª temporada da série criada por Tom Kapinos, temos a chance ir mais fundo em toda a fonte criativa proporcionada pela Netflix, mas os oito novos episódios de cerca de 60 minutos lançados em 28 de maio de 2021 parecem bem menos empolgantes do que os oito anteriores. Enquanto a primeira temporada explorou ao máximo a genialidade de Tom Ellis e as camadas de Lauren German, Lesley-Ann Brandt e Rachael Harris, essa segunda leva vai muito mais no lado interno da família angelical que protagoniza a série. Temos a manutenção de Miguel como o grande antagonista, mas tudo isso se torna muito mais cansativo e implícito a medida que os episódios vão passando.

Os poderes de Deus são bastante frustrante, e toda a trama que circunda o personagem não é suficiente para sustentar o show, nos deixando entediados com todo o desenvolvimento arrastado do personagem de Dennis Haysbert. A trama envolvendo Tom Ellis pode até ser cativante, impulsionado pela presença de seu pai na Terra, Samael começa a tentar resolver todos os problemas da relação com o pai e a buscar se reconstruir até provar que pode ser digno de assumir o trono do céu. Aimee Garcia é outra que acaba se prejudicando com a trama dessa parte B, Ella está sofrendo para conviver com seu lado sombrio, ela está mais distante de Deus e precisa fazer as pazes consigo mesma, mas toda essa subtrama parece ser deixada de lado no desenrolar dos episódios, sendo condenada a uma evolução lenta demais. Outra atriz mal aproveitada é Rachael Harris, que está lidando com toda a cobrança de Amenadiel, acaba caindo dentro de uma família muito mais disfuncional quanto imaginava e precisa lidar com os dilemas do encontra com sua primeira filha (uma trama que acaba sendo oportuna e rápida demais).

Com pouco tempo de tela, Lesley-Ann Brandt consegue aproveitar bem cada momento e cada espaço que lhe é dado, toda a sua história começa a evoluir bem, nos mostrando muito mais seu lado emocional e sua busca por encontrar seu lugar no mundo, uma trama que merecia muito mais tempo mas que parece se desenvolver bem mesmo com seu pouco tempo. D.B. Woodside começa a passar por novas camadas de seu Amenadiel, tentando entender mais sobre seu filho, Charlie, e sobre seu verdadeiro lugar no meio de toda essa confusão, buscando uma função na terra e precisando se conformar com tudo que descobriu. Kevin Alejandro pode ter sido o protagonista de alguns pontos chave na trama, mas seu personagem passa por um esquecimento seletivo frustrante, Dan tem muito a evoluir, tem muito a aprender e tem muito a mostrar, mas a temporada parece deixar isso de lado e tomar seu rumo desconsiderando as necessidades que o personagem possui. Quem também fica esquecida na trama é Scarlett Estevez, só aparecendo em episódios oportunos e não adicionando muito valor verdadeiro ao enredo.

A parte final da quinta temporada de Lucifer é uma clara queda na progressão do show, ela pode não ser uma perda total mas está abaixo das expectativas. Pode haver certa graça no episódio musical apresentando em “Bloody Celestial Karaoke Jam” (5×10) ou no enredo maluco de “Daniel Espinoza: Naked and Afraid” (5×12), mas essas tramas cativantes se perdem na repetição de suas piadas e podem desagradar um pouco, por outro lado é inegável a ascensão roteiristica que vemos em “Is This Really How It’s Going To End?!” (5×15) e “A Chance at a Happy Ending” (5×16), quando vemos a temporada se encaminhar para um final turbulento e encantadoramente exagerado, com várias questões começando a ser resolvidas e sendo possivel enxergar um final justo para os cinco anos do show, o que nos deixa em dúvida sobre o que os executivos pretendem trazer na vindoura sexta temporada.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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