Nota
Depois da morte de seu amigo, Lyra Belacqua (Dafne Keen) decide entrar na fenda que foi aberta pelo Lorde Asriel, para segui-lo e tentar pará-lo. É assim que a personagem chega a uma Oxford desconhecida e conhece Will Parry (Amir Wilson), um garoto que sofre com o seu passado e tenta fugir de alguns perseguidores. Juntos, eles decidem se ajudar: Lyra decide ajudá-lo a encontrar o seu pai enquanto Will promete ajudá-la a buscar respostas sobre o Pó. Para piorar, na cola da protagonista está a sua mãe, a Sra. Coulter (Ruth Wilson), que planeja trazer Lyra de volta para o seu lado e usará todas as suas artimanhas para isso.
Nessa busca incansável pelo Pó e por respostas, Lyra e Will conhecem a Dra. Mary Malone, uma mulher extremamente inteligente que estuda sobre matéria-escura. Assim, perceberemos o quanto os mundos estão alinhados. Enquanto Lyra e Will descobrem informações importantes numa outra dimensão, no outro universo, o Magisterium faz de tudo para tomar as rédeas a esconder de todos a fenda que foi aberta pelo Lorde Asriel. Em meio a tudo isso, Lyra e Will descobrirão que podem salvar o mundo, isso porque eles fazem parte de uma antiga profecia. Se a primeira temporada de His Dark Materials tinha uma garota em busca de aventuras, no segundo ano da série temos algo mais sombrio, nesse caso, as consequências de tudo o que aconteceu no ano anterior. Nesta segunda temporada, temos uma série mais adulta e com uma história mais amadurecida.
O primeiro ponto a ser ressaltado é o amadurecimento dos personagens, começando pela atuação de Dafne Keen. Ela entrega uma Lyra mais adulta, mais ciente das consequências do Pó, totalmente diferente da personagem da primeira temporada. Aqui, Keen consegue ter uma interação maior com seu Daemon, um ponto bastante positivo quando comparado com o ano anterior da série. Outro personagem que tem um destaque em seu amadurecimento é o Will, mesmo tendo poucas informações sobre ele na primeira temporada, agora sabemos de suas responsabilidades e dos fantasmas do passado que rondam a vida do garoto. Dessa forma, fica mais fácil perceber o quanto os dois jovens se completam nessa jornada e precisam estar juntos para salvar o mundo e se manter vivos diante das adversidades. E como a cereja do bolo, temos a Ruth Wilson, uma vilã que você irá amar odiar. A atriz consegue entregar uma vilã excepcional em todos os momentos em que surge. Com certeza, a atuação de Wilson é o ponto alto desta temporada.
His Dark Materials não teve receio em amadurecer a história, não poupando seus telespectadores de sofrer com a perda de personagens interessantes, mesmo que fiquem satisfeitos com a inserção de outros. Além disso, ainda temos um aprofundamento no Magisterium e todas as críticas feitas à Igreja, principalmente que agora temos a Dra. Malone para bater de frente com os religiosos, que farão de tudo para esconder da sociedade os fatos sobre o Pó.
A segunda temporada da série é a adaptação direta de A Faca Sutil, segundo livro da Trilogia Fronteiras do Universo, proporcionando que alguns assuntos da primeira temporada sejam melhor explicados, como, por exemplo, o fato de Lyra, na profecia, ser a Eva, que para o Magisterium (ou a Igreja) é vista como o início do pecado. O Pó também é um assunto discutido nesta temporada, dessa vez a Dra. Malone, através de suas pesquisas, descobre que isso também é o corpus de seu estudo. Através dele, é possível viajar para outras dimensões, além de ele ser consciente, algo que deve ser discutido numa próxima temporada. É com bastantes elogios que se pode afirmar que a terceira temporada do show tem tudo para ser ainda melhor. Se o segundo ano da série consegue superar as expectativas, para o terceiro e (provavelmente) último, que já foi confirmado, deve-se esperar descobrir o verdadeiro desfecho dessa aventura.
Jadson Gomes
Universitário, revisor. E fotógrafo nas horas vagas.