Nota
“Olá novamente, galera do Upper East Side. Podem me chamar de supersticiosa… mas eu acho que está vai ser minha última temporada. A verdade é que eu já estou nessa há muito tempo. Mas o tempo traz a sabedoria e isso eu sei… o melhor ainda estar por vir!”
Após um período conturbado, os elitistas mais amados de Manhattan decidem aproveitar as férias para colocar os pontos nos seus assuntos pendentes. Chuck (Ed Westwick) e Blair (Leighton Meester) fazem um novo pacto que os separa até derrotarem um inimigo em comum, que ressurgiu do túmulo para destroçar suas vidas, Dan (Penn Badgley) se uniu ao próprio demônio, vulgo Georgina (Michelle Trachtenberg), para escrever o mais escandaloso livro já feito, narrando todos os segredos obscuros de seus amigos, enquanto Nate (Chace Crawford) utiliza seu posto no The Spectador para avançar contra sua maior ameaça: a Gossip Girl.
Mas, os planos precisam esperar após os amigos descobrirem que Serena (Blake Lively) está desaparecida, fazendo o grupo atravessar o continente a sua procura e encontrar algo chocante no seu novo destino. Enquanto novas tramas são desenroladas, velhos inimigos retornam e segredos antigos são revelados, os amigos precisam se unir mais vez para deter o seu maior antagonista e revelar de vez a verdadeira identidade da fofoqueira mais amada de Nova York.
Durante seis anos acompanhamos os altos e baixos da elite nova-iorquina, observando seu crescimento e nos deliciando com seus escândalos em uma das séries mais revolucionárias de seu período. Mas, como tudo nessa vida, tudo tem seu fim e não poderia ser diferente com o blog mais conhecido do mundo.
Chegando ao ar com apenas dez episódios, a sexta temporada de Gossip Girl inicia de maneira acelerada, correndo contra o tempo para tentar tampar as barreiras abertas em sua narrativa enquanto tenta finalizar tudo que construiu até aqui. Com tão pouco tempo para desenvolver sua jornada final, era de se esperar que a série deixasse de lado suas barrigas e focasse no que interessa, mas é ai que mora o grande erro dos idealizados: eles não consegue deixar esses vícios e se perdem naquilo que realmente desejam contar.
A última fase larga de mão de certos desenvolvimentos narrativos para engrandecer momentos desnecessários, que acabam desviando a atenção do espectador para lugares que não deveríamos cogitar em uma reta final. O resultado são tramas que não levam a lugar nenhum, enredos absurdos e uma finalização frustrante que está longe do ideal que tanto desejamos.
É comum sentir que boa parte desse tempo poderia ser melhor aproveitado em tramas laterais, que condissessem com o final apresentado, mas que aqui são simplesmente jogadas de qualquer maneira para ocupar espaço. Boa parte disso se encontra no drama desnecessário construído para Serena, que remonta a seu antigo eu enquanto cria uma distração pouco envolvente para sua personagem.
O arco envolvendo Dan e Georgina até tenta criar um paralelo interessante, expondo os podres de seus antigos amigos enquanto luta com os medos do que isso pode causar a essa amizade, mas logo soa obstruídos com passagens pouco interessantes que simplesmente perdem força e se tornam cansativos aos olhos dos espectadores. Mas nenhum erro é maior do que aquele que amamos por tanto tempo: a finalização do arco de Chuck e Blair.
A jornada dos anti-heróis ocupa tempo demasiado na finalização, ofuscando qualquer outra possibilidade de desenvolvimento em uma trama que não parece fazer o menor sentido. Parece que tudo que foi construído é simplesmente ignorado para dar mais espaço de tela ao casal, trazendo dinâmicas complicadas que se arrastam ao longo dos episódios, deixando de lado até o maior dos mistérios que deveria ser o arco condutor da temporada: a identidade da fofoqueira mais famosa de Nova York.
O último episódio, que tem como título New York, I Love You XoXo é um dos mais frustrante da série e é a melhor representação da escolha de seus idealizados em como administrar o tempo que lhe foi dado. Boa parte do episódio é gasto na resolução do arco deixado como gancho, trazendo um fanservice latente que, como esperado, não tem peso nenhum no fim da narrativa. Mas, o verdadeiro questionamento que nos torturou durante todo esse tempo é exposto nos minutos finais, trazendo uma conclusão que parece ter sido pensada de última hora para cumprir a lacuna que tanto esperávamos.
Entre trancos e barrancos, Gossip Girl finaliza seu último ano com um gosto amargo que se torna mais tolerável ao percebemos a importância que a série causou em sua construção. Talvez não seja o final mais satisfatório, muito menos o que desejávamos, mas ainda é gratificante saber que chegamos até aqui… mesmo que não seja nem perto do que merecíamos após esses seis longos anos.
“Vai haver sempre alguém de fora querendo penetrar. Quem sou eu agora? Esse é um segredo que eu nunca vou contar. Beijinhos, Gossip Girl.”
Phael Pablo
Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...