Review | Brincando com Fogo: Brasil [Season 1]

Nota
4.5

“Imagina você no paraíso, muito bem acompanhado. Acha que ficaria numa boa, sem poder fazer nada mais… Safadinho?”

O Brasil é e sempre foi o país do calor humano, do contato físico e da desinibição total, o que faz com que seus conterrâneos sejam os alvos perfeitas para a terceira edição do reality show mais frustrante (para seus participantes) da Netflix. Dez solteiros adeptos da milenar prática de pegar geral e não se apegar em ninguém são levados diretamente para o rigido retiro comandado por Lana, a assistente virtual mais rígida conhecida, para viver uma grande disputa pelo grande prêmio de 500 mil reais, o problema é que dentro desse reality tem regras: não pode sexo, não pode beijo, não pode caricias sexuais e não pode masturbação, e vale lembrar que cada regra quebrada resulta em uma multa que é reduzida diretamente do prêmio geral do show. A nova edição do programa, que busca fazer seus participantes reaprenderem sobre si mesmos e sobre os outros enquanto participam de festas, oficinas, quartos privados e encontros, mantém o grande objetivo de proporcionar crescimento pessoal e a criação conexões genuínas com as outras pessoas, mas precisa mudar um pouco na equipe por trás das câmeras.

Depois do sucesso internacional que o Too Hot to Handle teve, não é de se surpreender que a Fremantle resolvesse trazer essa experiência para as nossas terras, enquanto a série original abrange participantes de todas as nações anglófonas do globo, seu spin-off surge para acolher participantes da maior nação lusófona do mundo, o Brasil. Para aqueles que já assistiram a edição gringa dublada, fica mais fácil aceitar a manutenção da voz de Lana, que agora é diretamente gravada pela maravilhosa Leticia Quinto (que trabalha como dubladora da assistente na versão dublada do programa), emprestando uma personalidade muito mais carnal à robôzinha que os observa 24 horas e depois começa uma grande missão de ensinar os participantes a crescer como pessoas, impulsionar os relacionamentos que começam a surgir, e premiar os que forem realmente genuínos com a uma rápida permissão de quebrar as regras. Para adaptar ainda mais a experiência ao seu público alvo, temos uma muito bem humorada narração por parte da comediante Bruna Louise, conhecida por ser desbocada em suas piadas e que parece se encaixar perfeitamente no papel que é ocupado por Desiree Burch no programa original.

Com oito episódios de cerca de 60 minutos, a primeira temporada brasileira do reality chega divida em duas partes, com o primeiro quarteto de episódios lançados no dia 21 de julho de 2021, e a segunda leva no dia 28 de julho do mesmo ano, apenas uma semana de diferença mas que é capaz de deixar os espectadores tomados pela curiosidade. Seguindo a premissa, temos um inicio composto por cinco homens e cinco mulheres, que precisam aprender o autocontrole, a chegada posterior de alguns convidados, que precisam compartilhar a experiência e o aprendizado, e a dolorosa despedida de alguns amigos, que parecem não se sair bem na experiência de Lana. Tudo começa com a apresentação de Davi, o DJ mineiro de 21 anos; Igor, o charmoso bahiano de 27 anos; Gabriela, a modelo carioca de 27 anos; Rita, a DJ carioca de 24 anos; Brenda, a maquiadora gaúcha de 24 anos; Matheus, o empresário carioca de 25 anos; Ronaldo, o aventureiro paulista de 29 anos; Kethellen, a empoderada amazonense de 22 anos; Leandro, o nadador brasiliense de 23 anos; e Thuany, a psicóloga pernambucana de 26 anos.

O elenco ainda se completa com a chegada, ainda que tardia, de Caio, o cantor carioca de 29 anos, e Marina, a feminista gaúcha de 24 anos, e dos dois mineiros infiltrados, Ana Clara, de 24 anos, e Bruno, de 29 anos, que entram no jogo para testar o comprometimento dos solteiros e a fidelidade dos casais, com a chance de ganhar pequenos prêmios para cada deslize que fizerem os participantes cometer. Com o tempero brasileiro, a série vai mais longe do que se poderia imaginar, com direito a danças mais sensuais, beijos mais quentes, sexo de primeiro encontro e ficar pelado por pura diversão, o que faz o programa ir mais longe do que as versões estrangeiras e ter a chance de ir mais fundo em seus ensinamentos. Numa revisão geral, Brincando com Fogo: Brasil parece ser uma versão bastante melhorada da série original, frutificada pela forma como a personalidade brasileira parece se encaixar perfeitamente nos desafios do reality e no quanto se torna divertido ver os momentos que os planos da produção parecem prestes a sair do controle por conta da impulsividade de seus participantes. O elenco da edição pode facilmente ser considerado como uma força para o show, que se mostra pronto para se adaptar às necessidades da nova locação, e um potencial que ainda pode ser muito explorado pela equipe da Freemantle para gerar muito mais audiência do que a versão gringa do reality.

“A pergunta que não quer calar. Qual o mais importante: sexo ou dinheiro?”

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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