Crítica | Space Jam: Um Novo Legado (Space Jam: A New Legacy)

Nota
3

“Você e eu vamos montar um show, bebê. Vamos jogar uma partida de basquete na frente do maior publico cativo de todos os tempos…”

LeBron James é o rei das quadras, ele é um grande sucesso no mundo do basquete, tem uma carreira impecável e enfrenta um grande desafio no papel de pai. Dom, seu filho mais novo, não quer seguir os passos do pai e se tornar um grande jogador de basquete, ele é extremamente inteligente e ama jogos digitais, tendo inclusive desenvolvido seu primeiro jogo, que está em fase beta, mas não encontrando apoio do pai para desenvolver seu dom. A relação deles acaba esbarrando diretamente em Al-G Rhythm, o algoritmo por trás do inovador Warner 3000, o mais novo lançamento da Warner Bros. e o projeto que LeBron, sem titubear, rejeita imediatamente. Agora Al-G quer vingança, ele sequestra Dom e dá a LeBron uma única missão: vencer uma partida de basquete para recuperar seu filho ou, caso perca a partida, ficar preso para sempre dentro do Serviverso.

Depois do gigantesco sucesso que Space Jam: O Jogo do Século teve em 1996, uma sequência era uma certeza para todos os executivos, mas todos os planos encontraram uma grande barreira: a recusa de Michael Jordan em retornar. Quase dez anos se passaram até que todas as ideias começassem a ser reconsideradas, o que só aconteceu quando LeBron James resolveu entrar no projeto como protagonista e produtor, dando um novo folego ao projeto e dando a chance de a Warner rever todos os erros e acertos do passado e de aproveitar as novas tecnologias para tornar a nova versão ainda mais grandiosa. Com direção de Malcolm D. Lee e roteiro de Juel Taylor, Tony Rettenmaier, Keenan Coogler e Terence Nance, o longa se esforça muito mais em expandir o universo do original, indo fundo em todos os royalties da Warner para levar o universo a um novo patamar. Enquanto no original tínhamos um mundo subterrâneo habitado pelos Looney Tunes, a nova produção cria um universo habitado pelos diversos planetas da Warner: o Serviverso, onde temos um planeta inteiro destinado aos Looney Tunes e onde temos planetas dedicados a franquias como Game of ThronesCasa BlancaHarry PotterMatrixEmerald CityOs Jetsons, e etc.

Fazendo honra ao original, a missão de LeBron vai muito além de vencer Al-G, ele precisa se unir a Pernalonga, que está vivendo uma severa depressão desde que Al-G seduziu todos os habitantes do Mundo Looney e deixou o coelhinho sozinho, para recriar o TuneSquad, o time lendário que pode ajudar LeBron a vencer, uma missão que começa com a dupla viajando todo o Serviverso para reencontrar personalidades como Frajola, Frangolino, Patolino, Lola Bunny e Ligeirinho, e depois iniciar um duro treinamento para melhorar o time, que continua sendo os grande pernas de pau de antigamente. Se no clássico tínhamos o Monstars no papel antagonista, o novo longa nos apresenta o Goon Squad, um novo time completamente fora dos padrões do basquete e que une o talento de diversos nomes de peso da NBA (copiados usando programas de computador) com as personalizações, upgrades e powerups comuns aos videogames, uma escolha que parece primordialmente interessante, mas acaba interferindo negativamente no desenrolar da trama, deixando tudo oportuno demais para levar o roteiro na direção que o filme pede, não dando importância nenhuma para a lógica, a mitologia ou a estrutura narrativa.

Apesar de deixar um sorriso em nosso rosto e ser repleto de referencias aos diversos universos da Warner (principalmente o dos Looney), Space Jam: Um Novo Legado acaba sendo só mais um filme de sessão da tarde, que não chega aos pés do original, apesar de melhorar muitas das falhas que o roteiro original tinha. A atuação de LeBron, assim como a de Jordan, foi um dos grandes pontos fracos do filme, assim como os vilões acabaram sendo criados de uma forma tão genérica que nos faz sentir falta dos Nerdlucks, cheios de personalidade e camadas, e pensar se não seria melhor que a redenção nunca tivesse acontecido e esse fosse um filme mostrando a revanche dos Monstars. Com diversos discursos, bastante densos, sobre família, um foco ainda maior no basquete e uma deliciosa piada sobre Michael Jordan, o novo longa tinha tudo para superar seu antecessor, mas teve ambições demais para ser capaz de suprir o que os fãs realmente queriam ver.

“Você quer que eu, um coelho de desenho animado que fala, jogue com você, um astro da NBA, um partida de basquete de alto nível? Isso me parece bem familiar.”

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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