Crítica | Morte no Nilo (Death on the Nile) [2022]

Nota
3.5

As férias no Egito de Hercule Poirot, a bordo de um glamoroso cruzeiro, é transformada completamente quando a lua de mel de um casal perfeito é tragicamente interrompida, fazendo o descanso de Poirot se transformar numa procura terrível por um assassino misterioso. Sequência de Assassinato no Expresso do Oriente (2017), o longa marca a transferência da franquia, que foi iniciada sob total tutela da Fox, para a propriedade da Disney Company, o que torna necessário salientar que ainda há uma carência de investimento no marketing para os filmes vindos da compra da Fox, o que pode ajudá-los a alcançar uma outra parte de público e sair do nicho… O que contribuí para a conclusão de que trazer uma sequência do filme de 2017 foi uma boa escolha.

Kenneth Branagh, retorna como o implacável Hercule Poriot, dividindo o peso de tela com nomes como o de Gal Gadot, vivendo Linnet, uma das protagonista do filme, e Armie Hammer, como o protagonista Simon, um núcleo que vive um filme que repete a premissa do anterior: uma trama cercada por mistério, dinheiro, interesses próprios e, é claro, assassinato.

Além de Poriot, temos o retorna de Bouc, interpretado por Tom Bateman, mesmo assim, é possível entender ao filme e aproveitá-lo sem a necessidade de ter visto seu antecessor, e ainda é possível preferir o primeiro filme. A direção fica por conta do próprio Kenneth Branagh, que, vale lembrar, dirigiu um dos poucos filmes mais fracos da Marvel Studios, Thor.

É elogiável o trabalho de movimentação de câmera, principalmente em cenas com duas ou três pessoas, onde o giro da câmera cria uma inserção do espectador nas cenas de, digamos, confronto em discussões. Há momentos que o roteiro da dicas de algo que vai acontecer mais na frente, assim como há uma ou duas cenas que é notável o uso de fundo verde, mas são detalhes não afetam verdadeiramente a experiência do filme.

Gal Galdot surge cercada de inimigos a todo momento, e é ai que entra Poirot, sempre sendo levado ao caos e se vendo cercado por mortes, um personagem muito analítico e que se culpa por não conseguir resolver alguns problemas… Principalmente quando isso vai para o lado pessoal das coisas. A presença de Letitia Wright como Rosalie, par romântico de Bouc, é bem pontual e importante ao filme, mas quem realmente não passa despercebida é Emm Mackey, que no papel de Jack, a ex-noiva de Simon, está sempre se impondo e trazendo perigo para a trama.

Com cerca de duas horas de duração, Morte no Nilo é carregado pela personalidade de Poirot, o carisma da Gal Gadot e o confrontamento inicial da Jack, fazendo o filme valer a pena e ser divertido apesar de ter um pouco de anti clímax no final, com uma narrativa que lembra muito a estrutura que o primeiro filme usa até a resolução do caso.

 

Jornalista, torcedor do Santa Cruz e do Milan, Marvete, ouvinte de um bom Rock, uma boa leitura acalma este ser pacífico.

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