Crítica | Sonic 2 – O Filme (Sonic the Hedgehog 2)

Nota
4

Não é sempre que uma adaptação cinematográfica de uma franquia de jogos eletrônicos consegue agradar o público e muito menos conseguir uma continuação: isso é só uma parcela que mostra o quão incrível Sonic 2 consegue ser. Após o sucesso do primeiro filme, o ouriço azul preferido do público e jogadores está de volta em uma aventura ainda maior e mais divertida do que a apresentada anteriormente. O filme não traz nenhuma grande inovação para o mercado do cinema, trabalhando com o universo que já tem de forma a mostrar que o está explorando, mas ao mesmo tempo respeitando e sendo cauteloso onde pisa para não decepcionar os fãs.

Recheado de piadas e referências a diversos ícones da cultura pop, temos um Sonic (voz de Ben Schwartz) se adaptando cada vez mais a vida na Terra, sua nova dinâmica familiar junto a Tom Wachowski (James Marsden) e passando por o que pode ser considerada a adolescência do ouriço, onde se mostra mais rebelde e querendo fazer o que bem entender, principalmente agindo como um herói usando sua super-velocidade. Sua vida volta a se revirar com a volta de seu inimigo número 1, Dr. Robotnik (Jim Carrey), que vem acompanhado de um novo e forte aliado, Knukles (voz de Idris Elba). Ainda somos introduzidos finalmente a raposa genial, Tails (voz de Colleen O’Shaughnessey), que se mostra um enorme fã de Sonic e veio ajuda-lo em sua missão.

A dinâmica do filme é extremamente divertida e emocionante sem deixa-lo bobo, porém como foi dito anteriormente não é nenhuma grande novidade ou cheia de plot twists, sendo uma história leve e gostosa de assistir. A construção do que pode ser considerado um Universo Sonic ganha cada vez mais forma com as informações trazidas, o que para os fãs mais conhecedores da franquia de jogos será um evento a parte acompanhar as referências e teorizar a respeito do que vem a seguir em cada nova cena. Uma coisa que pode incomodar alguns espectadores será uma leve diferença da presença de personagens humanos nessa sequência, o que pode ser considerado normal, já que com o aprofundamento cada vez maior na história da franquia dos jogos não deverá ser estranho caso no futuro tenhamos um filme só com a presença dos nossos adorados personagens em CGI.

A atuação de Jim Carrey continuou esplêndida. Ele é o Robotnik perfeito e é possível ver o quanto ele se diverte no papel, sendo o ápice da megalomania que o personagem pede e ao mesmo tempo o tom cômico que só ele poderia fazer. Um ator que consegue se entregar e ao mesmo tempo se divertir com o papel que faz é o que é mais necessário hoje, e esse foi o papel ideal para fechar a carreira de Jim Carrey antes de sua anunciada aposentadoria. Por outro lado, temos Idris Elba que é uma voz ideal para o Knukles, trazendo a seriedade que o personagem quer transparecer enquanto contrasta com o jeito enérgico e esperto de Ben Schwartz como Sonic ou a pureza, inocência e ingenuidade da Colleen O’Shaughnessey que empresta sua voz para Tails. Uma interação de dublagem que funciona e diverte os fãs.

Por fim, é interessante dizer que Sonic 2 tem tudo para ser o ponta pé certeiro no caminho de outras franquias de jogos para o cinema ou tv, com a produtora sabendo ouvir os anseios dos fãs (quem não lembra de como ia ser o Sonic no primeiro filme?) e escolhendo quem deve ficar a frente da produção de forma competente. Sendo um filme ideal para ver acompanhado, sozinho, com a família ou amigos, Sonic 2 consegue entregar muito sem que tenha que prometer nada, apenas sendo ele mesmo. Não que a cena pós-crédito não ajude.

 

Pernambucano, jogador de RPG, pesquisador nas áreas de gênero, diversidade e bioética, comentarista no X, fã incontestável de Junji Ito e Naoki Urasawa. Ah, também sou advogado e me arrisco como crítico nas horas vagas.

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