Crítica | Z-O-M-B-I-E-S 3

Nota
2.5

“Os monstros ainda tem que quebrar uma barreira enorme, tipo entrar na faculdade “

Seabrook voltou a ser uma cidade de aceitação, um lugar onde humanos, zumbis e lobisomens vivem juntos e em harmonia. Agora que o último ano de Zed e Addison chegou, um novo desafio surge para o casal: A faculdade. Addison está em busca de um novo ambiente onde possa ser aceita e Zed está lutando para quebrar barreiras se tornando o primeiro monstro a entrar na faculdade, abrindo portas para seus compatriotas zumbis e amigos lobisomens, e a Mountain College parece o lugar perfeito para os dois. Como se não bastasse esse desafio, a chuva de meteoros, que passou a atingir Seabrook desde que os lobisomens resgataram a Pedra da Lua, culmina na chegada de um enorme disco voador em Seabrook, trazendo mais uma espécie de monstros para criar o caos na cidade, os Alienígenas.

Mudando completamente sua formula, o longa deixa quase que completamente de lado a questão de aceitação que inundou os dois filmes anteriores e nos leva diretamente para novos dilemas, muito mais focado em Zed do que na cidade e em Addison. A chegada de A-lan, A-li, A-spen e os outros aliens se transforma num plano de fundo para a história, reprisando a busca de Addison por sua identidade de uma forma muito mais discreta (claramente percebendo o quanto esse tema já ficou chato de ser abordado) e não repetindo o erro de apresentar um retrocesso na cidade com a chegada de uma nova raça de ‘monstros’. O último ano de Zed e Addison tem como principal foco a busca de Zed em entrar para a Mountain College e se tornar o primeiro monstro a ser admitido em uma faculdade, um feito histórico e que pode abrir as portas para o futuro de Zumbis e Lobisomens, algo que pode ser atrapalhado pela missão dos aliens de encontrar o mapa interestelar que leva a Utopia, um novo planeta lar para a espécie.

O novo capitulo da história de Seabrook garante a volta de David Light e Joseph Raso no roteiro e de Paul Hoen na direção, mas a mudança de ares causada pela transferência do Disney Channel para o Disney+ parece ser capaz de mostrar seu valor. A trama parece amadurecer de uma forma doce, trazendo até melhorias na maquiagem e nos efeitos especiais (o cabelo da Addison fica muito mais natural), além da adição de elementos preciosos que só engradecem a produção. A escolha de colocar Eliza como estagiaria na Z-Corp pode até parecer forçada, mas rapidamente se mostra uma ótima escolha para não deixar a gravidez de Kylee Russell impedir uma das melhores personagens da saga de estar presente no longa. Outra grande escolha é a adição de Terry Hu, interprete de A-spen, vivendo u primeire personagem não-binárie da Disney e quebrando barreiras ao formar um dos casais mais fofos da trilogia, e a adição de RuPaul no papel da voz da Nave-Mãe, que assume um papel maternal para os aliens e protagoniza cenas divertidamente passivo-agressivas. A saga amadurece magistralmente com sua base mais densa e cativante, mas peca num de seus principais pontos: o roteiro e a trilha sonora, peças fundamentais para a produção e que cobram seu preço destruindo a trama.

Repleto de mensagens positivas sobre diversidade, igualdade e inclusão,  Z-O-M-B-I-E-S 3 tinha tudo para renovar o espirito da trilogia mas decepcionou mais do que esperávamos. Seu inicio morno, coroado pela insossa “Alien Invasion”, parece vir para nos avisar que não devemos esperar muitas musicas boas nesse longa, e isso se concretiza com a chegada de  “Come on Out”, “What is this feeling” e tantas outras, músicas que não empolgam e nem cativam, devo até salientar que as poucas exceções são a evolutiva “I’m finally me”, que lembra muito aquelas músicas que conclusão de filmes musicais teen, a animada “Excepcional Zed”, que nos lembra grandes musicas de filmes Disney de verão, e a sempre amável “Someday”, que volta filme após filme e nunca cansa. Apesar de vermos claramente uma evolução na atuação de Milo Manheim e Meg Donnelly, fica faltando focar em outros personagens, evoluir melhor suas histórias e, principalmente, ficou faltando o tão merecido solo de Baby Ariel, que a Disney está nos devendo desde Z-O-M-B-I-E-S 2.

“Não sabemos quem eles são
Se são amigos ou inimigos
[…] É uma invasão alienígena!”

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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