Nota
“Olhem em volta. A garota quieta com quem divide anotações, o cara bonito de quem gosta, aquela garota tagarela, e perguntem se sabem mesmo quem são essas pessoas. Melhor terem bons instintos ou escolherão a pessoa errada para trabalhar em grupo, para dormir ou até se casar.“
Annalise Keating (Viola Davis) é tudo que esperamos de um profissional da educação, ela desafia seus alunos a ajudá-la a resolver alguns casos mais complicados de seu escritório de advocacia, porém, dentro do tribunal, ela é aquela a qual as pessoas sempre devem temer, capaz de tudo para conseguir a liberdade de seus clientes. Para tal feito, ele não está só, ao seu lado há cinco alunos prodígios, matriculados em sua aula de Direito Penal na Universidade da Filadélfia, além de Bonnie Winterbottom (Liza Weil) e Frank Delfino (Charlie Weber), que estão sempre ao lado na busca por solucionar crimes e se safar de outros.
Annalise e equipe não estão apenas resolvendo crimes e, consequentemente, inocentando criminosos… Eles se tornam criminosos e precisaram arrumar formas de destruir as evidências. Tudo começa quando Wes Gibbins (Alfred Enoch) conhece sua misteriosa vizinha, Rebeca Sutter (Katie Findlay), que é suspeita pelo assassinato de uma jovem estudante. O problema começa quando Wes se envolve emocionalmente com Sutter e percebe que precisará de Keating para defender a suposta criminosa, porém o Caso Stangard é muito mais complicado do que eles imaginam…
Exibida em 2015, e contando com 15 episódios, a primeira temporada de HTGAWM consegue prender o público logo em seu primeiro momento, isso porque apresenta ao telespectador, logo de cara, um crime para, só depois, voltar ao passado para acompanhar os eventos e as ações dos personagens que resultaram na cena de abertura desse primeiro ano. Apesar de sermos lançados nessas duas linhas temporais (PASSADO vs FUTURO), a produção deixa indícios temporais para que não haja confusões por parte do público. Apesar de parecer confuso saber que sempre seremos jogados no futuro nos primeiros momentos de cada episódio, a série cumpre bem o seu papel de nos manter atentos e curiosos.
Mesmo que os saltos temporais sejam um fator bastante positivo, alguns episódios podem ser exaustivos, principalmente próximo a reta final da temporada, mas a presença constante e a atuação impecável da Viola Davis muda completamente a percepção do telespectador. Davis consegue entregar uma personagem forte, determinada e competente no que faz, mesmo que esteja abalada emocionalmente pelo marido. E isso é perfeitamente compreensível, afinal todos querem derrubá-la, principalmente por a personagem e seus pupilos correrem risco se as evidencias do crime não forem apagadas.
Infelizmente, nem só de acertos vive uma produção. Se temos atuações excelentes, como a de Davis, temos outras que não tiveram o mesmo sucesso. É o caso de Katie Findlay, interprete da suposta criminosa Rebecca Sutter, que entrega uma personagem sem carisma e muitas vezes com atitudes insuportáveis, mesmo tendo pessoas que querem salvá-la. Além dela, temos Karla Souza, interprete da Laurel Castilho, que mostra uma personagem latina em busca de uma boa vida fora do seu país de origem, o problema é que essa parte da origem da personagem se perde em meio a tantos acontecimentos e plot twist, servindo apenas, por incrível que pareça, para pedir ajuda a uma adolescente de seu país de origem para usar um aplicativo de celular.
Se você gosta de produções cheias de suspense e muitas reviravoltas, precisa ver How To Get Away With Murder. A série, além de forçar a montar o quebra-cabeça para desvendar o crime, vai te surpreender com o desempenho de Viola Davis e a competência de Annalise e seus pupilos, sempre mostrando que a professora e advogada será capaz de tudo para defender um assassino.
Jadson Gomes
Universitário, revisor. E fotógrafo nas horas vagas.