Crítica | Correndo Atrás de um Pai (Father Figures)

Nota
2

Kyle e Peter Reynolds cresceram acreditando que o pai deles morreu de câncer quando ainda eram bebês, mas um certo dia eles descobrem que o homem que ilustra as fotos não só está vivo como  não é o pai deles, e numa busca sem fim por encontrar o pai deles, os gêmeos saem explorando o passado sexual extremamente ativo da excêntrica mãe deles.

Claro que não é spoiler dizer que o primeiro homem a quem eles procuram não é o pai deles, mas é o inicio de uma caminhada entre os diversos homens com quem a jovem Helen transou no ano de 1975. Uma viagem que começa com uma busca a Terry Bradshaw, que não é o verdadeiro pai da dupla, e segue longinquamente se tornando road movie cheio de morais por trás, mas de certa forma simplificado pelo fato de usar um avião como principal meio de transporte.

Podemos dizer que a comédia falha inicialmente com sua proposta principal, ele apresenta gêmeos mas não nos faz acreditar nisso, não vemos qualquer semelhança neles e talvez a unica característica que os une seja os olhos, mas eis que seguimos crendo nisso e vendo um comédia forçada e previsível. Temos clichês da comédia, pontos de tensão com resolução previsível, risadas ausentes, mas um drama final autentico e forte, que se finaliza com uma cena bem legal para explicar tudo.

Outra grande falha do filme é a motivação de Pete: Seu filho. O filme joga isso no nosso colo, o quanto Pete quer um pai para ensina-lo a ser um pai melhor, mas hora nenhuma explora a relação dos dois, chegando a tornar o garoto uma participação especial de tão desprezado pelo roteiro.

O longa se torna ainda mais insano pela facilidade de encontrar os pais, um nome e logo um endereço é encontrado, o fato chega ao extremo quando surge a busca por “Sparkly P”, um simples apelido que citado por acidente numa conversa aleatória, se torna a fonte de um endereço preciso para encontrar o candidato a pai.

No elenco temos uma força incrível sobre Ed Helms, o ator começa, de forma bem contida, expressando toda a carência do Dr Reynolds e todo o vazio que sua profissão se torna após a descoberta da mentira, e cena após cena evolui seu personagem para algo ainda melhor, já Owen Wilson se perde muito ao interpretar, pela milésima vez, o tipico malandro praiano. O ponto de salvação do equilíbrio da trama fica nas mãos de Glenn Close, que tem cenas ótimas mas não aparece o suficiente na produção, um grande nome em um papel pequeno e irrelevante em sua carreira.

 

Correndo Atrás de um Pai é, portanto, muito mais um drama familiar que tem piadas esporádicas e situações de tensão bem inusitadas, com cenas bem construídas para ter uma grande potencial, mas cuja execução perde toda a carga e se torna mal dirigida. Um bom filme para sessão da tarde, um mal filme para os cinemas.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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