Nota
Depois de Creed e Creed II, o excelente Ryan Coogler (diretor de Black Panter e atual produtor da Marvel Studios) deixou a direção de lado e assumiu o papel de produtor do filme, passando a tocha da direção para o novato Michael B. Jordan, que atua e dirige o próprio filme. Para esse encerramento de trilogia não temos o retorno de Sylvester Stallone, porem temos Tessa Thompson, brilhante como sempre, e a adição de Jonatan Majors, a nova estrela de Hollywood.
O novo filme da Metro Goldwyn Mayer Pictures, dona da franquia Rocky, é um ótimo filme. Nesse novo filme temos alguns elementos apresentados, como a amizade de adolescência de Adônis Creed e Daime Anderson, e bastante uso do artifício de flashback, dando contexto a todo passado vivido pelos dois protagonistas do filme. Também nos é apresentado a filha de Creed já crescida, e o filme usa de forma constante e extremamente representativa a linguagem de sinais sempre que a filha do casal precisa de comunicar, dando uma camada única para o longa, o que arranca pensamentos profundos e pessoais.
Como deu para perceber, muitas coisas acontecem ao mesmo tempo no filme, além do fato de Adônis Creed já estar aposentado e basicamente ser agora um empresário, ele cuida da filha que tem características próximas do pai ao mesmo tempo que Creed precisa lidar com todo seu passado. Jonatas Majors está incrível, ele é a ponta de lança do filme, é um talento nato. Há uma perca de qualidade na direção, Michael B. Jordan ainda é um estreante, e Ryan tem toda a experiencia em construção de clímax e cenas de luta. Algo interessante que Jordan trouxe pro filme são as referências a animes, já que ele é fã declarado, ele quis dar as cenas de ação movimentos que se assistem apenas em animes, como é visto em velocidade e câmera lenta.
Creed III acerta no drama e é carregado por um elenco muito qualificado, mas Sylvester Stallone faz falta em certo momento do filme. Claramente a produtora têm o interessante em fazer a franquia continuar. Creed continua sendo sobre família, superação e resiliência, desistir não é uma opção. Assistir ao filme em uma sala IMAX garante um tipo de imersão de som ambiente que ajuda a dar mais qualidade ao filme.
Daniel Pereira
Jornalista, torcedor do Santa Cruz e do Milan, Marvete, ouvinte de um bom Rock, uma boa leitura acalma este ser pacífico.