Nota
“Nunca abandone sua liderança, Guerreiro, nem sua esperança.”
A jornada de Hank, Eric, Diana, Sheila, Presto, Bobby e Uni começa a se transformar de forma cada vez mais perigosa. Depois de muitas tentativas de fuga e de diversos encontros, chegou a hora de os garotos confrontarem os segredos mais obscuros do Reino, seja eles na forma de seres medonhos como Aquele-Cujo-Nome-Não-Pode-Ser-Pronunciado e o Darkling ou na forma de artefatos extremamente poderosos como o Cristal de Cronos e a Pedra do Astra. Numa jornada que supera os poderes até do Mestre dos Magos e do Vingador, novas verdades começam a ser pronunciadas, novos desfechos começam a ser construidos e novos aliados começam a ser encontrados, mas as perguntas de sempre ainda permanece: Qual a verdade sobre o Vingador e o Mestre dos Magos? Será que finalmente as crianças poderam encontrar o caminho de casa? O que o Reino ainda pode reservar?
Desenvolvido predominantemente por Michael Reaves, a terceira, e última, temporada do show de Kevin Paul Coates, Mark Evanier e Dennis Marks teve uma nova redução, o que deixou a série com apenas sete episódios de cerca de 20 minutos, e ainda envolveu polêmicas que impediram o último episódio, batizado de “Réquiem”, de ser produzido e lançado. Lançada no decorrer do ano de 1985, a temporada acaba por ser muito menos repetitiva do que antes, sabendo desapegar completamente da necessidade de voltar para casa e de desenvolver seus personagens para focar na mitologia do universo, com episódios que parecem focar em trazer os personagens trabalhando em conjunto para realizar tarefas que podem contribuir para a harmonia do Reino, encontrando objetos perdidos e ajudando a combater inimigos improvaveis, o que permite uma cobrança muito menor do roteiro e deixa espaço para que a evolução dos protagonistas possam surgir de forma mais espontanea e pontual. A importancia de os protagonistas cruzarem com Josef Müeller, Lorne, Kareena, Tasmira, Martha, e tantos outros personagens que surgem no decorrer dos episódios, começa a nos envolver a medida que vamos enxergando seus papeis no equilibrio do Reino e na jornada do grupo.
Os episódios começam a nos mostrar o quanto cada um dos personagens cresceu, mesmo que Uni, Bobby, Hank e Diana não precisem e nem tenham focos de evoluções, fica claro o quanto a série acha oportunidade para completar o amadurecimento de Eric, Presto e Sheila. A forma como Eric começa a se transformar depois que enxergar uma pessoa com uma personalidade parecida com a sua em “Odyssey of the Twelfth Talisman” (3×03) é revigorante, como se fosse preciso enxergar o medo e o egoismo de um garoto que se viu excluido para começar a enxergar seus defeitos e aceitar suas falhas, começando a se transformar. Já a conexão que surge entre Sheila e uma garota em apuros em “Citadel of Shadow” (3×04) mostra a vulnerabilidade e atitude que ambas possuem em comum, o que envolve segredos obscuros que podem colocar a ladina em perigo ao mesmo tempo que a permite crescer de forma surpreendente. A forma como a aproximação de Amber parece ajudar Presto a crescer na sua trilha da magia, enxergando cada vez melhor seu potencial e suas capacitdades. Mas a evolução que mais nos captura são as do Vingador e do Mestre dos Magos, enquanto o mentor dos jovens começa a se mostrar mais humano e cada vez menos onipotente, Vingador começa a ser menos poderoso, mais sensivel e, em um certo ponto, menos presente, o que dá aos jovens uma oportunidade de relaxar e fazer buscas menores onde a interferencia do vilão inexiste.
Curta e inconclusiva, a terceira temporada de Caverna do Dragão é cheia de potencial inexplorado, se desenvolvendo de uma forma que pode até agradar, mas ao mesmo tempo deixando uma sensação vaga ao se concluir, deixando o público ciente que faltava bem mais a ser contado antes de o show realmente acabar. Infelizmente ficamos na expectativa de entender melhor sobre Tiamat, de descobrir os segredos de Mestre dos Magos e conhecer o passado do Vingador, coisas que pareceram essenciais no decorrer das temporadas e que acabaram não sendo uma conclusão satisfatoria. Claramente capaz de se tornar a melhor temporada da produção, a leva perde muito pela forma abrupta que termina e pela falta de conclusão de tantos plots relevantes, o que prejudica demais o desempenho do show e que deixa uma insatisfação no público gigantesca.
“Na escuridão há grande perigo e grandes recompensas.”
Icaro Augusto
Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.