Crítica | Elementos (Elemental)

Nota
5

Chega aos cinemas a primeira produção Pixar Animation pós pandemia, estudio que teve, ano passado, o fracasso retumbante de bilheteria que foi Lightyear, que com apenas 226 milhões de dólares de bilheteria gerou um prejuízo gigantesco para a Pixar. Elementos, que custou caros 200 milhões de dólares, dificilmente irá se pagar, assim como todo filme da Pixar, consequentemente gerando mais prejuízo ao estúdio. Seria esse um modelo que é insustentável a longo prazo, certo? Sim, principalmente quando não estamos falando de uma franquia consolidada e sim uma produção original, onde se nota a falta de um impulso mais forte no marketing para o filme, que de fato é uma comédia romântica da Pixar.

O diretor de Elementos, Peter Sohn, é o mesmo do fracassado O Bom Dinossauro, agora trazendo uma animação com uma história de fundo de imigração, que claramente se conecta com um público específico e é um tema que a Pixar sabe trabalhar como ninguém. A ideia de que elementos não podem se misturar é contextualizada no início do filme, ao sermos introduzidos aos protagonistas Ember e Wade, respectivamente dos elementos fogo e água. Ember cresce junto de sua família, que é imigrante na cidade Elementos, e há claramente uma passada de bastão acontecendo entre pai e filha, visto que o pai de Ember já não consegue mais tocar a loja do Fogo, e vem treinando sua filha desde então, porém a sua falta de controle é um empecilho para que assuma o posto.

Com o passar do tempo fica visível o ótimo trabalho do design de produção e direção de arte, com cada grupo tendo suas próprias características, formas, personalidades e “poderes”. Algumas situações surgem no filme até que comece o caso entre Wade e Ember, algo que surge de forma espontânea e onde existe uma química, ao mesmo tempo que há os olhares de julgamento da sociedade pelo que pode vir a acontecer. Existem muitas mensagens que o filme deixa no ar e alguns pontos que, à paisana, o filme fala a respeito sobre aceitação e identidade.

Elementos não é necessariamente uma animação que possui um vilão, mas relações interpessoais, que de forma mais singela se torna uma comedia romântica passando por todas as etapas que você possa imaginar, e sim, ambos não podem se tocar… Mal da pra sentir o tempo passar, o longa é uma diversão para toda a família, afinal é um filme Disney. Um filme de bastante qualidade, capaz de levar às lagrimas, mas que infelizmente muitos deixarão de ver no cinema para esperar ver em casa, no conforto de seu sofá, uma grande pena.

 

Jornalista, torcedor do Santa Cruz e do Milan, Marvete, ouvinte de um bom Rock, uma boa leitura acalma este ser pacífico.

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