Crítica | Demolidor – O Homem sem Medo (Daredevil)

Nota
2

Um garoto, ao atravessar a rua, se choca com produtos químicos e, a partir desse momento, perde a visão. Bastante inteligente, o garoto está sempre ajudando o pai boxeador, e vamos passando por diversos flashbacks que contextualizam tudo, apresentando mais a fundo seu protagonista, Matt Murdock, um grande acerto apesar de possuir cenas de ação que não entregam tanto. Matt é um dos personagens mais importantes de toda a Marvel, o querido advogado que gosta de pegar casos de pessoas com pouca condição financeira pra poder, digamos assim, manter a sua firma, um lado do personagem que é visto de forma rasa no filme. O filme se fortalece com a chegada da belíssima Elektra de Jennifer Garner, que traz uma química impar ao lado do Matt de Ben Affleck, e é desenvolvido ao mesmo tempo que somos apresentados a uma cidade de Nova York completamente coberta de crime e organizações que, de certa forma, são mantidas por  Wilson Fisk, um vilão excelente, porém muito mal trabalhado dentro do filme.

A Marvel no início do século 20 era bem diferente, não existia propriamente a Marvel Studios, então os direitos do personagens acabavam sendo cedidos para outros estúdios, causando problemas na produção de vários filmes, Demolidor (2003) é um deles. Uma bomba feita sem tanto esmero, assim como X-Men (2000), o longa dirigido e roteirizado por Mark Steven Johnson traz em seu elenco nomes como Affleck e Garner e ainda conta com Jon FavreauColin Farrell Michael Clarke Duncan. Duncan como Wilson Fisk é excelente, nada a reclamar, mas há uma carência no roteiro que trata quase tudo de forma genérica. Temos ainda a aparição do assassino de aluguel Mercenário, em uma caraterização extremamente caricata, longe do que deveria ser de acordo com o imaginário, porém sua pontaria está de fato perfeita e o carisma de Colin Farrell ajuda.

O filme segue a base de trazer Mercenário na cola do Demolidor, o caçando a mando de Wilson Fisk já que o cara tenta arruinar o império de Fisk, enquanto Matt quer vingança pela morte de seu pai, mantendo sua luta em busca do executor. Todo o roteiro piegas não ajuda na construção do terceiro ato do filme, apesar de um dos grandes momentos do filme ser a cena que vemos Elektra em ação em um salão em treinamento ao som de Bring Me to Life, do Evanescence, algo que ajuda a enxergar o quanto a trilha sonora contribuiu para o enredo e foi bem usada. Nessas horas o que compensa é o carisma do elenco, Jon Favreau, bem no início da sua carreira como ator, dá vida ao melhor amigo do Matt, Foggy Nelson, e mesmo com pouco tempo de tela se destaca, já no desenrolar do filme vemos o Demolidor interagir com Ben Urich, jornalista importante para Matt nos quadrinhos.

Demolidor – O Homem sem Medo é um filme que vale a pena ser revisitado, pois mostra aos fãs de Marvel o quanto o gênero de super-herói evoluiu, a diferença de produtos do início dos anos 2000 com os atuais chega a ser brutal, apesar de experiência poder ficar um pouco datada.

 

Jornalista, torcedor do Santa Cruz e do Milan, Marvete, ouvinte de um bom Rock, uma boa leitura acalma este ser pacífico.

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