Nota
Após Meu Malvado Favorito e Meu Malvado Favorito 2, a Illumination decide investir em um filme da origem para os Minions. Nessa proposta, o longa nos mostra que, desde o começo da existência da vida na Terra, os Minions já existiam e seguiam os predadores mais malvados, como um Tiranossauro. Depois do inicio da existência humana, seguiram ao lado dos diversos líderes maldosos, mas sempre provocando alguma tragédia para seus chefes. Depois de um tempo, decidiram se isolar em uma caverna e viverem em comunidade. Mas depois de anos, tristes e desmotivados sem um mestre para servir, Kevin, Stuart e Bob, três dos Minions, decidem sair em uma jornada para encontrar um novo mestre para seus irmãos seguirem.
Dirigido por Pierre Coffin e Kyle Balda, o longa decide focar no trio de Minions para explorar suas personalidades melhor, definindo um objetivo simples na história: encontrar o novo chefe. A missão os leva à Villain-Con de 1968, em Nova York, onde conhecem Scarlet Overkill, a primeira supervilã do mundo, uma mulher com muita personalidade e estilo, que os leva para Londres e tem um único objetivo, roubar a Coroa Imperial do Estado da Rainha Elizabeth II. Nesse ponto o longa começa a apresentar cenários bem característico da época, figurino e muitas referências ao início dos anos 70, com muitos hippies, Beatles e rock, tudo isso enquanto nos guia pelas trapalhadas dos Minions tentando se adequar à época e aos humanos.
Como os Minions têm um dialeto próprio, a produção usa um narrador-personagem para nos inserir na narrativa, apesar de conseguir deixar muito intuitivo através das ações dos Minions e dos outros personagens, seja quando conseguem entendê-los ou quando não entendem nada, o que gera momentos cômicos e que são simplesmente de se apaixonar pelas criaturinha amarelas fofinhas e atrapalhadas. A Illumination aproveita ainda de várias características já introduzidas nos dois filmes de Meu Malvado Favorito para construir os Minions, impulsionando ainda mais o publico para imergir nesse filme, praticamente tornando essas escolhas um presente para os fãs da animação.
O design de Scarlet pega referencias em seu nome, colocando a personagem para sempre usar um vermelho escarlate, o que somado à sua personalidade feminista e um vestido como arma se torna algo muito inteligente. Scarlet, no começo, até se encanta pelos Minions, assim como Gru, mas segue por um caminho diferente quando começa a ameaça-los e decide ser cruel. Com muita perseguição, cenas de dança, comédia visual e brincadeiras com apetrechos de vilões, o longa mostra que assim como sua franquia-mãe está pronto para brincar com os esteriotipos do que é ser um supervilão e de se ter um capanga atrapalhado, trazendo todos os ganchos necessários para uma continuação que conte como os Minions conheceram Gru.
A produção bebe bastante das animações mais antigas, como Pernalonga, Tom e Jerry, Pica-Pau e até de Charles Chaplin, conseguindo fazer uma boa comédia física e trazer os exageros de personagens animados, que são superesistentes e desafiam as leis da física humana, os personagens surpreendem de uma forma banal e única, causando riso ao trabalhar com surpresas, sempre com o fator surpresa e a quebra de expectativas com absurdos, somando com o charme do desenvolvimento de personagens e o design agradável, é a receita perfeita para a venda de diversos produtos licenciados do filme.
A escolha de Adriana Esteves para a dublagem de Scarlet Overkill casou perfeitamente, já que personagem recebe muito da vibração das grandes Carminha e Laureta, e a escolha ainda se estende à escalação de Vladimir Brichta, marido de Esteves na vida real, para viver Herb Overkil, o marido de Scarlet, algo que sintonizou bastante. Outra escalação que marca é a de Mabel Cezar, que na voz da Rainha Elizabeth II se torna a cereja do bolo. Minions é um filme que veio para ficar por muito tempo nas telinhas, com um ritmo gostoso e narrativa simples, algo que faz facilmente o público abraçar esses seres pequeninos e amarelos de coração e cativa todas a idades, sempre tirando um sarro de si próprio e surpreendendo ao dar uma boa introdução aos pequeninos.
Lucas Vilanova
Formado em cinema de animação, faço ilustrações, sou gamer, viciado em reality shows, cultura pop, séries e cinema, principalmente terror/horror