Crítica | Amigos Imaginários (IF)

Nota
3.5

Amigos Imaginários é uma encantadora aventura infantil dirigida, escrita e produzida por John Krasinski, famoso por The Office e Um Lugar Silencioso, que segue a jornada de Bea (Cailey Fleming), uma garota que adquire a habilidade de ver os amigos imaginários de todas as pessoas após sofrer um evento traumático. Quando Cal (Ryan Reynolds) descobre seu extraordinário poder, ele se junta com Bea em uma missão emocionante que jamais pensaram ter: reconectar os amigos imaginários com suas crianças, agora adultas e muitas vezes esquecidas de seus companheiros mágicos, dessa forma, devolvem a sensibilidade do que era ser criança e ainda desbloqueiam uma memória de infância nesses adultos.

Com um elenco estelar que inclui Steve Carell, Phoebe Waller-Bridge, Fiona Shaw, Louis Gossett Jr., Alan Kim e Liza Colón-Zayas, Amigos Imaginários promete encantar e inspirar públicos de todas as idades com sua mensagem de amizade, imaginação e redescoberta da criança interior. Primeiramente, é importante ter em mente ao assistir Amigos Imaginários que este filme é infanto juvenil, e é o primeiro filme dirigido por Jonh Krasinski feito para esse público, o que não significa, é claro, que os adultos não vão gostar. Visivelmente muito do filme é CGI, o que justifica os 110 milhões de dólares em orçamento, mesmo para um filme que é curto, menos de 1h 44 minutos de duração, que claro passam rápido. De início, o filme aborda os traumas que uma criança de doze anos pode sofrer, a perca da mãe é bem impactante para a vida de Bea, que acaba se fechando dentro de si mesma, deixando a parte de ser criança de lado, então vemos o seu pai, interpretando por Jonh Krasinski, num hospital, mostrando toda a versatilidade do ator que mais uma vez está atuando e dirigindo ao mesmo tempo.

Bea de repente vê algo, Blossom, uma amiga imaginaria, algo que normalmente os humanos não conseguem ver, é logo após isso que Bea encontra Cal, um humano que também pode ver os “Migues”, apelido dado aos amigos imaginários das crianças. Ryan Reynolds entrega muito nesse filme, desta vez como um personagem mais ranzinza, daqueles que perderam a fé. É interessante ver Reynolds no papel de um personagem que foge da galhofa, mesmo que saibamos que é onde ele se sai melhor, afinal Ryan foi feito mais para a comedia, combina até com o astral do ator. Ao mesmo tempo que é um filme infantil, o longa tenta mergulhar no drama em diversos momentos, com Bea compreendendo que sua missão é achar uma forma de fazer as pessoas voltarem a sentir a presença dos migues, buscando candidatos que se encaixem no perfil de cada criança, algum que seja capaz de fazer eles voltarem a sorrir novamente, parece até um pouco o enredo de Toy Story 3.

Amigos Imaginários é uma história divertida, que mostra que todo adulto ainda tem uma criança dentro de si, e tenta se conectar com essa parte que ficou para trás. Um filme para assistir com a família como uma boa sessão da tarde. Michael Gianccino, compositor do filme, cria uma diferença sonora que só um artista único seria capaz de fazer, acrescentando uma trilha que nunca deixa a desejar. O roteiro é aquele bom feijão com arroz, com Ryan Reynolds ora brilhando e ora sumindo de foco, deixando apenas para Cailey Fleming a tarefa de sustentar a narrativa, na companhia dos migues.

 

Jornalista, torcedor do Santa Cruz e do Milan, Marvete, ouvinte de um bom Rock, uma boa leitura acalma este ser pacífico.

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