Resenha | Um Tom Mais Escuro de Magia

Nota

3.5

Um Tom Mais Escuro de Magia, primeiro livro da série Tons de Magia escrito por V. E. Schwab, é uma fantasia que se passa em Londres, mas não a nossa Londres, uma Londres mágica, Kell é o personagem central dessa obra, um mago que tem capacidade de se teleportar entre as Londres Vermelha e Branca a serviço dos reis da Londres Vermelha, seu melhor amigo, Rhy, o príncipe local. Sua habilidade é rara e cobiçada o que faz com que muitas vezes seja visto como mercadoria pelos outros, inclusive pelos reis.

Oficialmente, Kell é o Viajante Vermelho, embaixador do império Maresh, encarregado das correspondências mensais entre a realeza de cada Londres. Extra-oficialmente, Kell é um contrabandista, atendendo pessoas dispostas a pagar por mínimos vislumbres de um mundo que nunca verão. É um hobby desafiador com consequências perigosas, que Kell agora conhecerá de perto. Por conta dessas consequências, ele se vê obrigado a fugir para a Londres Branca, onde conhece Delilah, uma jovem com grandes aspirações que primeiro o rouba e depois o salva, o obrigando a levá-la consigo.

O ponto forte do livro, com toda certeza, são seus protagonistas, Kell e Delilah, dois jovens com muitos desejos, em Kell temos o desejo de ser algo de verdade, pois desde sempre é visto como algo e não com alguém. Já Delilah tem sonhos de grandeza, sonhos que levam a mesma a cometer pequenos crimes para realizar seus sonhos. Ambos estão dispostos a muito para alcançar seus objetivos, o que gera uma apreensão pelo destino de ambos e suas decisões, eles não são companheiros de início, apenas cúmplices, e fica a dúvida: até quando a cumplicidade durará? Acompanhar esse dueto é empolgante, cheio de emoções, anseios por torcer para ambos, mesmo que possam ter que se enfrentar para isso.

Falando de Kell, o sentimento que o domina muitas vezes é o anseio, anseio por se sentir mais que uma peça usada num jogo de poder, que claramente não pediu para estar ali, e também não tem escolha, por isso ele procura por atividades suspeitas e perigosas que podem o levar a julgamento, apenas para sentir que tem controle e liberdade sobre si. Ele não tem, e ele vai descobrir isso. Já Delilah, ou Lilah, como será apelidada, é uma ladra, e ela rouba com um objetivo: conseguir seu próprio barco, um sonho bobo? Talvez, mas é o sonho dela, o que a torna uma pessoa que faz praticamente de tudo pelo seu objetivo, uma das primeiras cenas da personagem é um assassinato, o que deixa claro até onde ela iria pelo seu sonho de viver uma aventura: muito longe.

Os dois se tornam uma dupla balanceada e gostosa de acompanhar, ele mais frio, ela mais quente, o que dá o balanço perfeito entre ambos, não deixando a leitura cansativa enquanto acompanhamos ambos, ou até mesmo apenas um ou outro. A capa já foi lançada com algumas variáveis, mas é preciso dar o devido destaque para a escolhida para o box: uma capa vermelha com uma silhueta preta do personagem principal, Kell, em destaque e o título em uma fonte torta, referência a como Kell esconde seus contrabandos, uma capa simples, mas que pela sua cor vibrante claramente chama atenção, e ainda é completada pelas outras capas do box. Preto e vermelho sempre serão cores que chamam a atenção, e o uso delas é fenomenal. Um Tom Mais Escuro de Magia é uma leitura que vale a pena para qualquer amante de fantasia, é divertido, empolgante e envolvente.

Ficha Técnica