Review | Respira [Season 1]

Nota
3.5

Foi lançada pela Netflix sua nova série médica: Respira (Breathless), produção criada por Carlos Montero Castiñeira, conhecido por seu trabalho em Elite. Nas primeiras semanas de setembro, a série já se destacou entre produções de língua não inglesa, alcançando o TOP 10 global das mais assistidas na plataforma. Mas será que esse sucesso se deve à qualidade da produção e do roteiro? Ambientada no hospital público Joaquín Sorolla, em Valência, Respira acompanha uma equipe de médicos que enfrenta diversas situações desafiadoras para salvar a vida de seus pacientes. A série também mergulha na vida pessoal dos residentes, que lidam com a pressão de trabalhar em meio a uma crise sanitária, tentando “segurar a onda” diante das adversidades.

O primeiro episódio começa “in medias res”, com um intenso protesto, antes de voltar no tempo para esclarecer os eventos que levaram àquele momento crucial. Essa estrutura narrativa não apenas apresenta um dilema intrigante, mas também mantém o espectador envolvido, promovendo uma dinâmica cativante ao longo do enredo. O ritmo ágil é, sem dúvida, um dos maiores acertos da série.

A produção oferece uma crítica significativa ao sucateamento da saúde e à saúde mental dos médicos residentes. No entanto, a narrativa frequentemente se perde em dramas melosos, deixando de lado questões mais relevantes, como o suicídio de um médico residente, o que compromete uma reflexão mais profunda sobre como a pressão do ambiente de trabalho afeta a vida pessoal.

Por outro lado, as atuações são um ponto forte, especialmente a de Najwa Nimri, que interpreta a presidente da comunidade do hospital. Sua performance é firme e impactante, mesmo ao lidar com a notícia de seu câncer. Manu Rios também se destaca ao contracenar com Nimri, mostrando uma química excelente em cena.

No fim, Respira pode não ser tão inovadora quanto esperávamos, especialmente em comparação com produções médicas anteriores que abordam temas semelhantes. No entanto, oferece uma forma envolvente de entretenimento e provoca uma reflexão acessível – para não dizer básica – sobre a pressão no ambiente hospitalar, destacando a delicada linha que separa a vida da morte. Respira provoca reflexões sobre vida e morte em meio à crise hospitalar.

 

Universitário, revisor. E fotógrafo nas horas vagas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *