Nota
Girando em torno da família Hansen, a trama parte do plano de Adam Hansen (Matthew O’Leary), o filho do meio de Lynette Hansen (Caroline Rhea), para sair de um castigo que ele e sua irmã, Chelsea Hansen (Laura Vandervoort), foram colocados. O plano consiste em fazer que Lynette tenha um encontro com um desconhecido da internet para que Adam possa ir com seus amigos para o melhor show do ano e Chelsea possa sair com o garoto mais lindo da escola. O problema é que, depois que conhecem Dimitri Denatos (Charles Shaughnessy), começam a desconfiar que esse pretendente é um vampiro, e precisam salvar Lynette.
Filme clássico do Disney Channel e da Sessão da Tarde nos anos 2000, a produção traz diálogos bem simples, uma trama com lição de moral, comédia pastelão, efeitos bem básicos de baixo custo e roteiro com resoluções narrativas bem simples, até quanto as evoluções psicológicas dos personagens. O filme brinca com a introdução do tema ‘vampiro’ quando Adam e Taylor (Myles Jeffrey), o irmão caçula, assistem um filme sobre o tema, com uma história que resume todos os esteriotipos que são trabalhados no decorrer do filme, desde um caçador de vampiro com nome Van Helsing a vampiro dormindo em caixão e sem reflexo. Todos os esteriotipos possíveis são explorados nesse filme, que tenta trazer uma vibe de que há algum mistério, mas sempre focado em ensinar às crianças que precisam estudar, obedecer os pais, a não falar com estranhas na internet, que familia é mais importante que amigos, que é importante ter um bom relacionamento com seus irmãos, e que mães também são legais e possuem uma vida além da maternidade.
Lynette é a típica mãe solo americana, uma mulher divorciada que não tem vida além dos filhos e do trabalho. Quando o filho não querem fazer a lição de casa, a mãe precisa agir para educar, penalizando junto a irmã mais velha, que implica e só quer saber de namorados, e o irmão mais novo, que é medroso precisa de uma babá a noite. Com um figurino típico dos anos 2000, iluminação e cenários que parecem reutilizados de outras séries americanas e uma atuação que parece típica de sitcons, o longa vai ganhando o público, principalmente pelo Charles, que é quem demonstra ter se divertido mais fazendo o seu papel, se tornando um vilão com momentos cômicos, principalmente pelo roteiro e pelos efeitos especiais.
Os diálogos poderiam ter sido mais profundos, ou interligar melhor o espectador fazendo se apegar mais pelos personagens, mas no final só conseguimos nos conectar com o charme e personalidade da mãe das crianças, enquanto outros personagens são tão estereotipados e os diálogos tão batidos que não conseguimos nos conectar da mesma maneira. A dificuldade em prender o espectador ao apresentar essas soluções fáceis na história se torna clara. Mesmo que existam outros filmes com essa pegada, muitos deles conseguem prender por seu bom roteiro, como é o caso de Matilda, Edward Mãos de Tesoura, Abracadabra, Gasparzinho, e tantos outros que conseguem ter um apelo emocional bem mais forte. Como o foco de Mamãe Saiu Com Um Vampiro é uma comédia para família, ele acaba sendo um filme mediano para crianças, mas poucas irão entender as referências às tecnologia daquela época.
Lucas Vilanova
Formado em cinema de animação, faço ilustrações, sou gamer, viciado em reality shows, cultura pop, séries e cinema, principalmente terror/horror