Crítica | Moana 2

Nota
4

“A busca por quem somos nunca encerra…”

Após desbravar o oceano e enfrentar a sua vila para se aventurar como navegadora, Moana conseguiu o reconhecimento do seu povo e agora tem novas responsabilidades como a nova líder de navegação. Mas seu novo título não vem apenas com a aprovação da sua família e amigos, os ancestrais de Moana vão lhe dar uma tarefa super difícil de encontrar a ilha perdida de Motufetu, e para isso ela irá reunir Moni, o desenhista da ilha mas com a maior força entre todos, Loto, a construtora de barcos mais engenhosa da ilha, e Keke, o agricultor mais experiente. A viagem longa vai ser difícil, também, por deixar a sua família novamente, ainda mais agora que Moana tem uma irmãzinha, a Simea, que apesar de fofa tem uma enorme personalidade. A jornada ainda levará ao reencontro dos velhos amigos Moana e Maui, que agora está mais uma vez em uma enrascada entre deuses. Após o sucesso de Moana em 2016, a navegadora dos mares da Oceania volta em Moana 2, agora com um filme com muito mais personalidade e cheio de referências culturais.

Dirigido anteriormente por John Musker e Ron Clements, a mudança de direção foi bastante sentida em Moana 2. Com uma direção tripla entre David D., Jason Hand e Dana Ledoux, os três diretores estreantes trazem uma nova visão para o mundo de Moana. Ainda assim, os antigos diretores deram sua contribuição com o roteiro inicial do filme, que foi assumido posteriormente pelos novos diretores. Apesar do primeiro filme ter introduzido um pouco sobre a cultura de Moana, especialmente sobre os deuses e semideuses da mitologia Polinésia, a sua sequência traz ainda mais aspectos culturais da vila da personagem, assim como a introdução de novos personagens da sua ilha. Já sabíamos que de fato a ilha de Moana era uma ilha agrícola com um passado de navegação, mas agora, após Moana desbravar o oceano, a cultura da navegação renasce com o seu povo, onde vemos bastante esforço de todos para desenvolver a engenharia de suas embarcações. A cultura polinésia também é evidenciada com os diversos rituais feitos ao longo do filme, as danças típicas que são melhor implementadas e também pela melhor exploração da sua mitologia. A mudança de direção em Moana 2 também foi sentida com a mudança de tom do filme, trazendo personagens mais caricatos, assim como uma Moana mais divertida e brincalhona, provavelmente para agradar mais o público infantil, mas que dá super certo. 

Um dos pontos altos de Moana sempre foi suas músicas icônicas, como “How Far I’ll Go” e “You’re Welcome”, interpretadas respectivamente pelos dubladores de Moana e Maui, Auli’i Cravalho e Dwayne Johnson, e as expectativas para a sequência se mantinham altas. Mas, apesar da equipe de músicas e composição se manter do primeiro para o segundo filme, a qualidade de músicas não se manteve a mesma, o que se torna um pouco preocupante para um musical da Disney. A única música que se destaca no filme é “Eu sou Moana” que ainda assim não tem o mesmo impacto dramático que “Saber Quem Sou” teve no contexto do primeiro filme. Apesar disso, os vocais da Any Gabrielly, dubladora de Moana na versão brasileira, seguem impecáveis. Mesmo com as negativas na parte musical do filme, Moana 2 tem um foco maior nas vocalizações no idioma nativo, que aí de fato criam uma atmosfera interessante para as cenas mais dramáticas. A dublagem brasileira também fez um ótimo trabalho adaptando as falas e piadocas com referências atuais que irão tirar risadas desde as crianças até aos pais que irão acompanhá-las. 

A volta da navegadora do oceano mais querida, em Moana 2, é marcada por uma Moana mais madura, cheia de personalidade e valorizando ainda mais sua própria cultura. A mudança de direção do filme trouxe vantagens e desvantagens, já que a sequência de Moana enfatiza muito melhor a cultura e mitologia rica da polinésia com a introdução de novos personagens, mas ainda assim a nova trilha sonora deixa um pouco a desejar, sem músicas de efeito como no primeiro filme, mas com um ponto fortíssimo nas vocalizações que são melhores exploradas, dando ótimos ganchos inclusive para novos filmes da franquia. Any Gabrielly volta ao seu papel em Moana na versão brasileira, trazendo vocais perfeitos para a personagem, assim como com a dublagem brasileira do filme em um geral que tem um ótimo destaque, fazendo uma ótima imersão com a adaptação do texto garantindo a conexão do público. Moana 2 promete levar famílias aos cinemas para se divertir e se emocionar com as novas aventuras de Moana e sua nova equipe de navegadores.

 

Ilustradora, Designer de Moda, Criadora de conteúdo e Drag Queen.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *