Crítica | O Protetor 2 (The Equalizer 2)

Nota
3

Massachusetts, Estados Unidos. Robert McCall trabalha como motorista e ajuda as pessoas com a ajuda de Susan Plummer. Um dia, um empresário coloca uma mulher em seu carro e ordena que a leve até sua casa. Percebendo que ela foi violentada, McCall resolve ir atrás do tal homem, com a desculpa do cartão de crédito dele não ter sido aceito. Pouco tempo depois, ele descobre que Susan, uma das poucas pessoas que sabe de seus atos como vigilante, foi assassinada.

O ator vencedor do Oscar, Denzel Washington, chega nas telas dos cinemas brasileiros na próxima quinta feira (16), retomando sua parceria com o diretor americano Antoine Fuqua. Quatro anos atrás os dois trabalharam juntos no longa O Protetor, produção na qual trazia a história de um homem extremamente misterioso que simplesmente decidia ajudar as pessoas em sua volta, contudo, na maioria das vezes, esse auxílio dado por ele vinha através da violência e isso fazia com que ele se envolvesse com pessoas poderosas. Agora em 2018, trabalhando como motorista de uber, o personagem pode ajudar as pessoas de formas menos “sangrentas“…pelo menos de vez em quando.

Em um primeiro momento, a ideia da continuação parecia ser colocar o protagonista em uma situação mais pessoal, e com isso, o público teria a chance de conhecer mais do seu passo e entender como o ex-agente decidiu largar a vida profissional e viver nas sombras. A personagem de Melissa Leo tinha exatamente essa função no trama, contudo, a ótima atriz acaba sendo desperdiçada com poucos minutos em tela, algo que já havia acontecido com ela e também com o ator Bill Pulman, que interpreta seu marido, no primeiro filme.

Enquanto o filme falha em dar esse tom mais pessoal para a trama, ele ainda acerta em cheio em trabalhar com o que tem de melhor em suas mãos. Denzel Fucking Washington. O ator por muitas vezes tem seu rosto colocado no mais alto zoom para que ele literalmente preencha toda a cena. E como um dos maiores atores da história do cinema, ele faz isso com a maior naturalidade do mundo. Seu personagem nunca se utiliza de violência gratuita, ou apenas ajuda por ajudar. Sua motivação é dar sempre uma nova chance as pessoas, seja a uma vizinha, a um garoto com talento pra pintura, e até mesmo um senhor de idade com problemas familiares.

Durante as cenas de ação, a ideia do diretor parece ter sido bem simples. Utilizar todos os elementos que deram certo no primeiro filme e colocá-los da mesma forma nessa sequência. Por um lado, isso vai gerar uma boa familiaridade com quem assistiu o primeiro filme quatro anos atrás, por outro lado, eu gostaria de ter assistido algo mais arriscado e até mesmo mais visceral do que o seu antecessor.

O Protetor 2 passa a impressão de ter ficado um pouco abaixo em termos de qualidade em comparação com seu antecessor. Muito disso veio pelo receio de arriscar-se mais dentro do gênero, e por isso, o longa se torna acomodado mantendo-se em uma bela zona de conforto construída previamente. Mesmo assim, para assistir Denzel Washington chutando bundas em uma tela de cinema, ainda vale a pena pagar o ingresso.

 

Formado em publicidade, crítico de cinema, radialista e cantor de karaokê

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